domingo, 21 de agosto de 2011

A Educação corporativa como Serviço Ancilar

Prezados

Na postagem anterior, na qual defendi a ideia de que diferenciar a Educação Corporativa e a Gestão do Conhecimento Organizacional não diminui em nada a importância da Educação Corporativa, comentei que ela ( a Educação Corporativa) é em muitas empresas meramente um serviço ancilar de seus processos operacionais.

Surge assim a necessidade de uma definição explícita de serviço ancilar.

Pesquisa informal feita pelo INEE (Instituto Nacional de Eficiência Energética) mostrou que, embora o termo seja citado na legislação específica do setor elétrico, o sentido da expressão “serviço ancilar”, em português, era desconhecido entre especialistas daquele setor.

No aspecto semântico o adjetivo está em desuso na língua portuguesa há bastante tempo. Segundo o Aurélio:

“Ancilar. [ Do lat. ancillare.] Adj. 2 g. 1. Relativo a ou próprio da ancila 2. Auxiliar, subsidiário.
Eliminando o primeiro sentido, em que a mesma fonte define “ancila” como um substantivo feminino sinônimo de “escrava” ou “serva”, resta o segundo sentido de “auxiliar” ou “subsidiário”.

A expressão, segundo o INEE, foi introduzida na legislação do setor elétrico como um anglicismo em uma adaptação da expressão “ancillary services”. Na língua inglesa a palavra é usada até hoje com este mesmo sentido embora com uma conotação um pouco mais específica:

“anclillary .....(something) providing necessary support to the main work or activities of an organization, system, etc. (OXFORD, Advanced Lerner´s Dictionary, 5a edição, 1995, citado pelo INEE)

Portanto, serviços ancilares são aqueles que complementam os serviços principais.

No caso da Educação Corporativa, é importante se ter a clareza de que, apesar de sua importância, ela não é um processo operacional, pois não produz diretamente resultados, exceto é claro nas empresas cuja atividade fim é o fornecimento de soluções em Educação Corporativa. Deveria, então, ser classificada como um serviço ancilar, o que não a desmerece em nada.

É preciso ainda se ter a clareza de que, da forma como é usualmente entendida na maioria das empresas - como uma simples fornecedora de cursos - a Educação Corporativa é um serviço ancilar dos processos operacionais, respondendo pelas capacitações individuais, mas poderia ser – em muitos casos é – um processo de conhecimento mais amplo, ao prospectar e definir as capacitações individuais necessárias ao alcance das capacitações dinâmicas da firma,  necessárias à obtenção de vantagens competitivas. Neste caso, a Educação Corporativa teria um papel mais estratégico.

Forte abraço
Fernando Goldman

Um comentário:

Ferdinand disse...

Fernando
Eu não concordo em classificar a EC como meramente ancilar.
Em qualquer campo de estudo, quando aprendemos algo ( ou re-aprendemos o que havíamos esquecido), alargamos nosso universo de percepções. Nossa mente passa a operar em campos extendidos ( se comparados com quem não aprendeu a coisa em questão, e assim podemos fazer outras inferências, que antes do estudo não poderíamos fazer.
Evidentemente o campo de estudo deve ser adequado ao conhecimento que se almeja. Para administradores, deviam incluír: psicologia, psicologia de grupos, filosofia, tecnicas de guerra, história, etc....