Prezados
A Gestão do Conhecimento Organizacional se caracteriza como um campo de pesquisa multidisciplinar. Entre as muitas disciplinas que contribuem para uma melhor compreensão do Conhecimento Organizacional destacam-se a Economia, a pesquisa em Administração de Empresas e os diferentes aspectos da Estratégia Organizacional.
Na Economia, por exemplo, por mais de 200 anos, o modelo básico de uma empresa foi uma caixa preta – the black box. Neste modelo, terra (recursos naturais para os conomistas), capital e trabalho entravam em uma extremidade e resultados saiam do outro, de forma sempre otimizada, ou seja, sempre a um custo mínimo e um lucro máximo. Isto valia para todas as empresas.
A maioria dos economistas deu pouca atenção à estrutura interna e ao funcionamento dos diferentes arranjos organizacionais, dos quais as empresas são apenas um tipo. Durante a década de 1980, no entanto, a partir da aceleração das mudanças econômicas e tecnológicas – com respaldo das observações anteriores de Frank Knight sobre incerteza e de Herbert Simon sobre a racionalidade limitada - a caixa-preta começou a ser aberta.
Os economistas - especialmente aqueles em escolas de negócios - começaram a estudar fatores tais como os incentivos, concluindo, muitas vezes, que os membros dos arranjos organizacionais, sendo racionais e com interesses próprios, podem muito bem produzir resultados ineficientes e informais, de forma institucionalizada.
É claro que os sociólogos organizacionais, bem como outros pesquisadores de fora da economia, já tinham há muito percebido que os arranjos organizacionais geralmente não são, como diz Giddons, 'máquinas tão bem azeitadas'.
Giddons (2003) mostra que diversos economistas vêm chamando atenção de que os arranjos organizacionais diferem radicalmente de uma burocracia weberiana hipotética, com 'velocidade, precisão, controle especializado, continuidade, discrição e retorno ideal sobre seus insumos'.
Em vez disso, na visão pós-weberiana, 'as regras são frequentemente violadas, as decisões são, muitas vezes, não implementadas e os sistemas de avaliação e suas respectivas auditorias são subvertidas'. Além disso, as estruturas informais desviam-se e restringem aspectos da estrutura formal da empresa e sua intenção, expressa na missão racional, é minada por aquilo que Giddons chama de 'interesses paroquiais'.
Assim, desde os anos 1980, a Economia está se dedicando a uma agenda de longo prazo para acelerar a convergência e a interação entre novos modelos, que levem em conta o conhecimento como um fator específico de cada empresa.
Forte abraço
Fernando Goldman
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