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Hoje, no mundo globalizado, há uma necessidade de se dar atenção especial às oportunidades e ameaças relacionadas com a criação do conhecimento dentro de arranjos organizacionais de todos os portes. O Conhecimento Organizacional é um fenômeno emergente, ou seja, não pode ser identificado pela simples análise do conhecimento das pessoas que compõem uma empresa, sendo constantemente criado e reconfigurado, tendo um caráter dinâmico. Daí a dificuldade dos que tentam analisá-lo e tratá-lo de forma estática.
Hoje, no mundo globalizado, há uma necessidade de se dar atenção especial
Buscar melhor entender o Conhecimento Organizacional não é tarefa fácil e vem desafiando campos de pesquisa bastante distintos, tais como a Economia, a Administração de Empresas, a Estratégica Organizacional, a Engenharia de Produção, as Psicologia e Sociologia Organizacionais, a Cognição e outros tantos. A Gestão do Conhecimento Organizacional se caracteriza assim como um campo de pesquisa inter, trans e multidisciplinar.
Os desafios são particularmente mais acentuados no desenvolvimento global de produtos e serviços, onde é exigida uma capacidade de competir mais ampla, pode-se dizer ubíqua. A competitividade passa então a ser avaliada simultaneamente em culturas, localidades e mercados bastante heterogêneos. As empresas atuais, de todos os portes, passam assim a entender o desenvolvimento e a entrega de produtos e serviços com qualidade, isto é, em tempo hábil e de forma inovadora, como desafios críticos permanentes.
Lidar eficazmente com esses desafios requer mais do que apenas boas idéias ou a simples criatividade, mais do que determinados estilos de liderança, ou mesmo a disponibilidade de grandes recursos materiais. Requer capacitações organizacionais, que precisam ser dinâmicas e distribuídas, porque as estáticas e concentradas ficam obsoletas com rapidez cada vez maior.
Há séculos a humanidade tenta entender o conhecimento e seu sucesso tem sido relativo. Agora, precisamos entender também o conhecimento dos arranjos organizacionais, sua capacidade de trabalhar com eficácia através dos limites temporais, geográficos, políticos e culturais encontrados rotineiramente em operações globais.
Na segunda metade da década de 1990, uma postura muito objetiva – com foco exagerado em ferramentas de efetividade operacional – abriu caminho para muitos tentarem enfrentar os desafios da globalização com duvidosas fórmulas prontas, que se mostraram totalmente equivocadas, incapazes de entender e aproveitar as idiossincrasias das empresas, para criar assimetrias e vantagens competitivas. O foco era "empacotar o conhecimento" dos indivíduos que compunham as empresas, numa ânsia de capturá-lo, codificá-lo e compartilhá-lo.
Muitas dessas ações, que tentavam ingenuamente "guardar o conhecimento" receberam o rótulo de "Gestão do Conhecimento" e talvez seja realmente muito bom promover um amplo reconhecimento de que elas fracassaram ao tentar criar melhores condições para a emergência de Conhecimento Organizacional.
Continua...
Forte abraço
Fernando Goldman
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