sexta-feira, 20 de junho de 2014

As patentes são realmente uma fonte de vantagem competitiva sustentável para as empresas?

A notícia da abertura das patentes, por Elon Musk, da Tesla e a percepção de que essa abertura não é totalmente altruísta reacende a velha discussão sobre o papel do sistema de patentes para motivar ou atrofiar a Inovação, vista como elemento fundamental na Competitividade de um país.

Enquanto alguns economistas brasileiros compram a ideia de olhos fechados, no mundo há quem defenda mesmo a simples extinção do sistema de patentes, como está estruturado hoje, e o uso de outros mecanismos de incentivo à inovação, argumentando que aquele sistema não está mais alinhado com seus pressupostos iniciais, de defesa e incentivo do inventor individual, sendo mesmo fator de restrição à Competitividade.

De qualquer forma, a iniciativa de Elon Musk tem respaldo teórico em estrategistas da Visão Baseada em Recursos, como Barney e Hesterly, os quais afirmam (2011, p. 42):


[...]empresas que investem cedo em uma tecnologia podem obter proteções de patente que aumentam seu desempenho [...] No entanto, embora haja algumas exceções (por exemplo, o setor farmacêutico e de produtos químicos especializados), as patentes em si parecem proporcionar oportunidades de lucro relativamente pequenas para os pioneiros, na maioria dos setores emergentes. [...] , as patentes raramente são uma fonte de vantagem competitiva sustentável para as empresas, mesmo nos setores emergentes.


BARNEY, J. B.; HESTERLY, W. Administração Estratégica e Vantagem Competitiva. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.