sábado, 20 de agosto de 2011

A importância de diferenciar Educação Corporativa e Gestão do Conhecimento Organizacional


Prezada S.*
Lendo suas palavras, fiquei com a preocupação de que eu possa ter lhe passado uma imagem de quem não acredita na Educação Corporativa ou a desdenha como atividade empresarial, quando é exatamente o contrário o meu ponto de vista.
Diferentemente do que você imagina, em muitas empresas, com as quais tenho contato por diferentes razões, há uma enorme dificuldade de compreender que Educação Corporativa não deveria ser sinônima de Gestão do Conhecimento, mas isto não significa que eu desconsidere a importância e a necessidade da Educação Corporativa para as empresas.
Concordo plenamente com você, quando diz que Educação Corporativa é ferramenta de grande valia, mas não quando a insere em minha definição de Gestão do Conhecimento como uma "das ações e práticas de apoio para melhorar as políticas e os processos do arranjo organizacional".
Isto porque as aludidas ações e práticas de apoio, conforme a definição, visam às políticas e aos processos de conhecimento da empresa.
Há aqui uma importante taxonomia, classificando os processos empresariais:
• primeiro há a necessidade de diferenciar processos operacionais e processos de conhecimento, em uma atividade empresarial.
• depois, dentro dos processos operacionais, há processos ancilares. (em próxima postagem explico os processos ancilares)
Conforme você mesma disse, tudo depende da forma como a EC é definida dentro de determinada empresa. Na maioria das empresas podemos classificá-la como um processo ancilar dos processos operacionais, quando se limita a, reativamente, fornecer as capacitações individuais necessárias ao desempenho das rotinas operacionais (técnicas, gerenciais, etc.) pelos funcionários.
Repare que mesmo neste caso, trata-se de atividade da mais alta importância.
Há empresas, no entanto, onde a EC se apresenta como definidora de políticas da empresa no que diz respeito às capacitações individuais necessárias à empresa aprender em seu atual ambiente de negócios, bem como tenta se antecipar a suas necessidades futuras, ou seja, é pró-ativa.
Quando atua nesta linha de trabalho, a EC pode sim ser considerada como um dos processos de conhecimento sobre os quais a GC fará sua reflexão crítica na busca do Conhecimento Organizacional - viabilizador de Capacitações Dinâmicas ( organizacionais) capazes de construir vantagens competitivas tão sustentáveis quanto possível.
É preciso compreender que esta última linha de trabalho é muito mais declarada do que realmente encontrada na prática. É muito mais fácil encontrar Centros de Treinamento com uma tabuleta na porta escrita 'Universidade Corporativa' ou Centro de Excelência' do que verdadeiras Universidades Corporativas ou Centros de Excelência.
Mais importante ainda, talvez seja entender que a simples existência de Universidades Corporativas ou Centros de Excelência não garante, por si só, uma Gestão do Conhecimento Organizacional.
Forte abraço
Fernando Goldman
* resposta a uma aluna do minicurso sobre Gestão do Conhecimento Organizacional realizado como parte do VII CNEG.

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