As disciplinas mais tradicionais (engenharias, administração, economia, etc.) se consolidaram no uso dos fatores clássicos de produção. O quadro a seguir mostra os Fatores Tradicionais de Produção.
Os Fatores Tradicionais de Produção
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Terra
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Indica não só as terras cultiváveis e
urbanas, mas também os recursos naturais, entre eles energia, por exemplo.
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Capital
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Compreende, além do capital propriamente
dito, as estruturas e instalações físicas, o maquinário e os equipamentos em
geral.
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Trabalho
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Refere-se às faculdades físicas e
intelectuais dos seres humanos, que intervêm no processo produtivo.
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Conforme Drucker[2],
cada vez mais, a sociedade moderna percebe a atual revolução em torno do uso do
conhecimento e vem buscando formas de lidar com esta nova realidade. No
entanto, Alfred Marshall, no início do século XX, já propôs, além dos fatores
mostrados no quadro acima, a organização como um quarto fator de produção[3]
e mais recentemente, após os velozes anos 1970 e 1980, diferentes autores, vêm
propondo esse novo fator de produção como sendo o Conhecimento[4].
No entanto, vale a
pena o seguinte questionamento: o trabalho, como fator de produção, já não se
refere às faculdades intelectuais dos seres humanos, que intervêm no processo
produtivo? Isto já não incluiria o conhecimento? Afinal, de que conhecimento
estaria se falando, quando se fala no conhecimento como novo fator de produção?
Esta série de
postagens, ao buscar entender como acontece a dinâmica da criação do Conhecimento
Organizacional, ou seja, os processos sociais dinâmicos desta criação, explora
a ideia de que o conhecimento que se caracteriza como fator de produção não
seria um conhecimento individual, nem a soma dos conhecimentos dos que
trabalham em um arranjo organizacional, mas, sim, um todo emergente,
intangível, dinâmico e específico, que deveria ser mais efetivo do que a
simples soma de suas partes: o Conhecimento Organizacional, responsável pelas
competências[5]
organizacionais de diferentes níveis.[6]
[1] 1993
[2] 1993
[3] COASE, 1937, p. 388, KERSTENETZKY, 2004
[4] BELL, 1999, DRUCKER, 1993
[5] Nesta série de postagens, os termos "competências" e
"capacitações" serão utilizados intercambiavelmente. Para uma
discussão sobre as possíveis distinções entre os termos, ver Dosi, Coriat e
Pavitt (2000).
[6] Esta série de postagens é baseada na Tese, disponível na forma
original em http://www.ie.ufrj.br/images/pos-graducao/pped/dissertacoes_e_teses/Fernando_Luiz_Goldman.pdf.
As referências acima se referem as Referências Bibliográficas daquela Tese.
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