sábado, 8 de fevereiro de 2014

A Dinâmica do Conhecimento Organizacional: Post 7 - Diferenciando Organização e Arranjo Organizacional

Na literatura sobre arranjos organizacionais, os termos “firma”, “empresa”, “organização” e “instituições” são tratados, comumente, como sinônimos, muitas vezes usados alternativamente entre si, buscando-se tão somente o elegante recurso de evitar a repetição de palavras. Essa forma de emprego dos termos como substitutos pode ser largamente observada em diferentes autores de diferentes escolas de pensamento.

Enquanto isso, para Coriat e Weinstein (2002, p. 273), “é necessário começar a reunir os papéis mútuos das dimensões ‘institucional’ e ‘organizacional’ dos mecanismos altamente complexos de geração de inovação no nível da empresa”. Para aqueles autores fica a impressão de que “os estudos recentes sobre a inovação, com foco em uma ou outra daquelas dimensões (institucional e organizacional) permaneceram, até agora, separadas e ignorantes uma da outra”.

Na mesma linha, é possível reconhecer que “à medida que uma empresa ganha maturidade em um processo, ela institucionaliza este processo através de políticas, normas e estruturas organizacionais”. Estes elementos criam uma espécie de institucionalização, que implica a construção de uma estrutura (uma organização) e uma cultura empresarial que “suportam os métodos, práticas e procedimentos da empresa para que eles durem mesmo após aqueles que originalmente os definiram terem ido” (PAULK et al., 1993, p. 4).

Para Foss e Mahoney (2010, p. 95), um problema comum tanto na visão baseada em conhecimento, na Gestão Estratégica, como também na Gestão do Conhecimento em geral, é que pouca atenção é dada à organização, particularmente à organização formal. Para Foss (2007, p. 34), a "organização" deve ser entendida como “a alocação formal e informal de direitos de decisão e os mecanismos que efetivem tais direitos”. Esta atribuição de direitos e os mecanismos legais de acompanhamento (enforcement) constituem “a distribuição de autoridade, os atributos dos mecanismos de governança, a estrutura organizacional e outros aspectos de organização formal”, mas claramente também se relacionam com aspectos informais, tais como, “laços e redes sociais dentro das empresas”.

A palavra “organização” vem sendo usada como sinônimo, não só de “empresa” e “firma”, mas de qualquer arranjo formado por grupos de indivíduos unidos por um objetivo comum. Em alguns casos há tentativas de formalizar as possíveis diferenças. Kerstenetzky (1995), por exemplo, chega a propor uma definição onde as firmas seriam “organizações com uma hierarquia, divisão do trabalho e uma estrutura de gerência executiva que planeja e decide sobre as questões que afetam o seu desenvolvimento”. [1]




[1] Esta série de postagens é baseada na Tese, disponível na forma original em http://www.ie.ufrj.br/images/pos-graducao/pped/dissertacoes_e_teses/Fernando_Luiz_Goldman.pdf. As referências acima se referem as Referências Bibliográficas daquela Tese.

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