Enquanto isso, para Coriat e Weinstein (2002, p. 273), “é
necessário começar a reunir os papéis mútuos das dimensões ‘institucional’ e
‘organizacional’ dos mecanismos altamente complexos de geração de inovação no
nível da empresa”. Para aqueles autores fica a impressão de que “os estudos
recentes sobre a inovação, com foco em uma ou outra daquelas dimensões
(institucional e organizacional) permaneceram, até agora, separadas e
ignorantes uma da outra”.
Na mesma linha, é possível reconhecer que “à medida que
uma empresa ganha maturidade em um processo, ela institucionaliza este processo
através de políticas, normas e estruturas organizacionais”. Estes elementos
criam uma espécie de institucionalização, que implica a construção de uma
estrutura (uma organização) e uma cultura empresarial que “suportam os métodos,
práticas e procedimentos da empresa para que eles durem mesmo após aqueles que
originalmente os definiram terem ido” (PAULK et al., 1993, p. 4).
Para Foss e Mahoney (2010, p. 95), um problema comum tanto
na visão baseada em conhecimento, na Gestão Estratégica, como também na Gestão
do Conhecimento em geral, é que pouca atenção é dada à organização,
particularmente à organização formal. Para Foss (2007, p. 34), a "organização"
deve ser entendida como “a alocação formal e informal de direitos de decisão e
os mecanismos que efetivem tais direitos”. Esta atribuição de direitos e os
mecanismos legais de acompanhamento (enforcement) constituem “a
distribuição de autoridade, os atributos dos mecanismos de governança, a
estrutura organizacional e outros aspectos de organização formal”, mas
claramente também se relacionam com aspectos informais, tais como, “laços e
redes sociais dentro das empresas”.
A palavra “organização” vem sendo usada como sinônimo, não
só de “empresa” e “firma”, mas de qualquer arranjo formado por grupos de
indivíduos unidos por um objetivo comum. Em alguns casos há tentativas de
formalizar as possíveis diferenças. Kerstenetzky (1995), por exemplo, chega a
propor uma definição onde as firmas seriam “organizações com uma hierarquia,
divisão do trabalho e uma estrutura de gerência executiva que planeja e decide
sobre as questões que afetam o seu desenvolvimento”. [1]
[1] Esta série de postagens é baseada na Tese, disponível na forma
original em http://www.ie.ufrj.br/images/pos-graducao/pped/dissertacoes_e_teses/Fernando_Luiz_Goldman.pdf.
As referências acima se referem as Referências Bibliográficas daquela Tese.
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