... o tema do conhecimento deixou de ser
objeto apenas da Pedagogia e da Filosofia. O conhecimento como base para a
inovação tem gerado ampla literatura econômica produzida por autores
neoschumpeterianos, ao lado de literatura na área de gestão do conhecimento por
autores da área de Administração de Empresas[1]
A pesquisadora Wanda J. Orlikowski[2]
afirma que a questão do conhecimento há muito tempo vem ocupando filósofos e
sociólogos da ciência, mas é só recentemente que os pesquisadores dos
diferentes tipos de arranjos organizacionais têm se interessado por este
tópico. Embora nem sempre de forma explícita, o conhecimento é crescentemente
reconhecido como a mais importante fonte de criação de riqueza no novo paradigma
econômico, que vem se consolidando desde a década de 1980, baseado em
informação, comunicação, conhecimento e inovações[3].
Neste contexto, a Economia da Inovação tem se interessado
em analisar o conhecimento como elemento do Aprendizado Organizacional, assim
como as Políticas Públicas de Ciência, Tecnologia e Inovação têm buscado
principalmente a criação e difusão do conhecimento[4].
Nas últimas décadas, essas políticas têm atraído cada vez mais atenção, como
resultado da percepção de que os setores intensivos em conhecimento estão tendo
um papel central no crescimento econômico dos países adiantados[5],
caracterizando um novo tipo de Economia - a baseada no conhecimento - ou até
mesmo uma forma completamente nova de “Sociedade do Conhecimento”, estruturada
em rede[6].
Aumenta assim a importância de se definir com clareza “o que queremos dizer com
conhecimento”[7].
Esta série de postagens apresenta os elementos relevantes
para formar um referencial teórico sobre a Dinâmica do Conhecimento
Organizacional, o que é fundamental para uma compreensão do significado de uma
Economia do Conhecimento[8].
Para compreender como acontece o processo dinâmico da criação do Conhecimento
Organizacional, a abordagem aqui proposta assume a necessidade de estalecer
pontes conceituais entre o Conhecimento Organizacional e diferentes construtos
organizacionais. Há assim a necessidade de estabelecer as ligações entre
competências estratégicas, gestão do conhecimento, aprendizagem organizacional
e inovação, no que Tidd[9]
descreve mais especificamente, no como um arranjo organizacional “identifica,
avalia e explora as suas competências e as converte em novos processos,
produtos e serviços”[10].
[2] 2002, p. 250
[3] TIGRE, 2005, p. 206
[4] SMITH, 2000, p.1
[5] LENHARI; QUADROS, 2002
[6] CASTELLS, 2001, CAVALCANTI; NEPOMUCENO, 2006
[7] SMITH, 2000, p.1
[8] NONAKA, 1994, TAKEUCHI; NONAKA, 2008, TERRA, 2005, ROSSATTO, 2003
[9] 2006
[10] Esta série de postagens é baseada na Tese, disponível na forma
original em http://www.ie.ufrj.br/images/pos-graducao/pped/dissertacoes_e_teses/Fernando_Luiz_Goldman.pdf.
As referências acima se referem as Referências Bibliográficas daquela Tese.
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