sábado, 11 de janeiro de 2014

A Dinâmica do Conhecimento Organizacional: Post 1 - O tema do conhecimento


... o tema do conhecimento deixou de ser objeto apenas da Pedagogia e da Filosofia. O conhecimento como base para a inovação tem gerado ampla literatura econômica produzida por autores neoschumpeterianos, ao lado de literatura na área de gestão do conhecimento por autores da área de Administração de Empresas[1]

A pesquisadora Wanda J. Orlikowski[2] afirma que a questão do conhecimento há muito tempo vem ocupando filósofos e sociólogos da ciência, mas é só recentemente que os pesquisadores dos diferentes tipos de arranjos organizacionais têm se interessado por este tópico. Embora nem sempre de forma explícita, o conhecimento é crescentemente reconhecido como a mais importante fonte de criação de riqueza no novo paradigma econômico, que vem se consolidando desde a década de 1980, baseado em informação, comunicação, conhecimento e inovações[3].
Neste contexto, a Economia da Inovação tem se interessado em analisar o conhecimento como elemento do Aprendizado Organizacional, assim como as Políticas Públicas de Ciência, Tecnologia e Inovação têm buscado principalmente a criação e difusão do conhecimento[4]. Nas últimas décadas, essas políticas têm atraído cada vez mais atenção, como resultado da percepção de que os setores intensivos em conhecimento estão tendo um papel central no crescimento econômico dos países adiantados[5], caracterizando um novo tipo de Economia - a baseada no conhecimento - ou até mesmo uma forma completamente nova de “Sociedade do Conhecimento”, estruturada em rede[6]. Aumenta assim a importância de se definir com clareza “o que queremos dizer com conhecimento”[7].
Esta série de postagens apresenta os elementos relevantes para formar um referencial teórico sobre a Dinâmica do Conhecimento Organizacional, o que é fundamental para uma compreensão do significado de uma Economia do Conhecimento[8]. Para compreender como acontece o processo dinâmico da criação do Conhecimento Organizacional, a abordagem aqui proposta assume a necessidade de estalecer pontes conceituais entre o Conhecimento Organizacional e diferentes construtos organizacionais. Há assim a necessidade de estabelecer as ligações entre competências estratégicas, gestão do conhecimento, aprendizagem organizacional e inovação, no que Tidd[9] descreve mais especificamente, no como um arranjo organizacional “identifica, avalia e explora as suas competências e as converte em novos processos, produtos e serviços”[10].





[1] NICOLAU; PARANHOS, 2006, p. 32
[2] 2002, p. 250
[3] TIGRE, 2005, p. 206
[4] SMITH, 2000, p.1
[5] LENHARI; QUADROS, 2002
[6] CASTELLS, 2001, CAVALCANTI; NEPOMUCENO, 2006
[7] SMITH, 2000, p.1
[8] NONAKA, 1994, TAKEUCHI; NONAKA, 2008, TERRA, 2005, ROSSATTO, 2003
[9] 2006
[10] Esta série de postagens é baseada na Tese, disponível na forma original em http://www.ie.ufrj.br/images/pos-graducao/pped/dissertacoes_e_teses/Fernando_Luiz_Goldman.pdf. As referências acima se referem as Referências Bibliográficas daquela Tese.

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