Tsoukas[1] argumenta que a natureza do Conhecimento Organizacional – e sua relação com as competências individuais e os contextos sociais – tem sido mal compreendida à medida que o “conhecimento tácito”[2] se tornou popular nos estudos de Gestão e de Economia de uma forma mal interpretada, tendo sido constantemente concebido como uma oposição ao conhecimento explícito, quando na verdade tácito e explícito seriam simplesmente diferentes dimensões do mesmo conhecimento[3].
Pesquisadores do
Aprendizado Organizacional, da Inovação e dos elementos que constituem a
chamada Visão da Firma Baseada em Conhecimento[4]
têm lidado em algum grau com a criação do Conhecimento Organizacional, devido a
ser este o elemento de sobreposição existente entre estes tópicos. Apesar disso,
conforme considera Tsoukas[5],
mesmo com a proliferação de estudos empíricos e os importantes insights
ganhos, mais trabalho teórico ainda é necessário para melhor entender os
processos sociais pelos quais o Conhecimento Organizacional é contínua,
dinâmica e adequadamente criado.
Quanto ao conhecimento,
merece destaque o seu caráter inerentemente paradoxal, pois é ao mesmo tempo uma
construção individual e o fruto de um processo social (produto de uma
comunidade), que por se tratar de um intangível, não é passível de ser
gerenciado no sentido usual da palavra “Gestão”[6].
O conhecimento é uma construção individual por ser uma
capacitação humana e como tal é: dinâmico, pessoal, intangível e
biograficamente determinado. Deve sempre ser diferenciado da informação, por
mais sofisticada que ela seja[7].
Ao mesmo tempo, o conhecimento é um produto
social, pois, como definem Berger e Luckmann[8],
as pessoas que interagem, em determinado contexto histórico e social,
“compartilham informações a partir das quais constroem o conhecimento social
como uma realidade que, por sua vez, influencia o discernimento, o
comportamento e a atitude delas”.[9]
[1] 2005, p. 3
[2] POLANYI, PROSCH, 1975
[3] POLANYI, PROSCH, 1975
[4] GRANT, 2006
[5] 2009, p. 1
[6] ALVARENGA NETO; BARBOSA; PEREIRA, 2007, p. 21
[7] NONAKA, 1994
[8] 1966 apud NONAKA; TAKEUCHI, 1995, p. 59
[9] Esta série de postagens é baseada na Tese, disponível na forma
original em http://www.ie.ufrj.br/images/pos-graducao/pped/dissertacoes_e_teses/Fernando_Luiz_Goldman.pdf.
As referências acima se referem as Referências Bibliográficas daquela Tese.
Nenhum comentário:
Postar um comentário