quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Ideias provocadoras
Recebi este link, que eu não conhecia. Compartilho com vocês. Além do vídeo de Pattie Maes, pesquisadora do MediaLabs do MIT, que apresenta o "Sexto Sentido", um dispositivo tecnológico que pode vir a mudar nossa vida no futuro, de quebra, há diversos outros vídeos muito interessantes.
http://www.ted.com/talks/pattie_maes_demos_the_sixth_sense.html
Se houver dificuldade com o inglês, basta escolher legendas em
Portuguese (Brazil), logo abaixo da tela de video...
Forte abraço
Fernando Goldman
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
Conhecimento Tácito X Explícito
Segue uma das seções do artigo O PAPEL DA AMBIDESTRIA ORGANIZACIONAL E DA PROPRIEDADE INTELECTUAL NA INOVAÇÃO ( Título provisório), em fase de conclusão, que gostaria de compartilhar com vocês e receber críticas.
Forte abraço
Fernando Goldman
Conhecimento Tácito X Explícito
Um dos pontos mais interessantes nas discussões sobre o que é Gestão do Conhecimento Organizacional (GCO), diz respeito a certo equívoco quanto à idéia de “conversão” do conhecimento tácito em conhecimento explícito.
Nonaka e Takeuchi (1995) propuseram que a criação do Conhecimento Organizacional se dá pela contínua conversão de conhecimentos tácitos em conhecimentos explicítos, o que não significa necessariamente gerar conteúdos e armazená-los. Tal conversão, na verdade, se dá nos diferentes níveis ontológicos – indivíduo, grupo e organização – conforme mostrado no chamado modelo SECI.
No entanto, muitos interpretaram e ainda interpretam que fazer a GCO consistiria simplesmente em “explicitar o conhecimento tácito dos conhecedores”, o que por si só é claramente um equívoco conceitual, que desconsidera a dimensão ontológica do modelo SECI.
Talvez porque pareça mais plausível gerir o que está explicitado, não são difíceis de encontrar definições que remetem à idéia de que o papel da GCO seria possibilitar a uma empresa a conversão do conhecimento tácito de seus colaboradores em conhecimento explícito. Na verdade, muitas ações bem intencionadas de GCO se prendem a esta busca de “explicitar conhecimentos tácitos”, na crença de que desta forma estaria se colaborando para a competitividade da empresa.
Assim, é oportuno tentar entender a verdadeira dimensão do erro conceitual por trás da ideia de se buscar toda a possível explicitação de conhecimento.
Entre os economistas, os evolucionistas ou neo-schumpeterianos são reconhecidos como tendo a mais bem articulada e consistente tentativa de construir um novo corpo teórico para estudar a firma, entendida aqui como sinônimo de empresa (Tigre, 1998, p. 97).
Para os evolucionistas, um dos fatores fundamentais para o desenvolvimento da firma e sua capacidade de responder às mudanças em seu ambiente é a aprendizagem, aliada à formação de rotinas organizacionais.
A aprendizagem pode ser definida como “um processo no qual a repetição e a experimentação fazem com que, ao longo do tempo, as tarefas sejam efetuadas de forma mais rápida e melhor e as novas oportunidades operacionais sejam efetivamente experimentadas” (CORIAT; WEINSTEIN, 1995 apud TIGRE, 1998, p.99).
Cuidado especial deve ser dado aqui a não se cair na armadilha de entender a palavra “rotina” em seu sentido menos nobre, sendo muito importante também diferenciar as rotinas estáticas, que consistem na simples repetição das práticas anteriores, das rotinas dinâmicas (de melhoria e de evolução), aquelas que permitem incorporar novos conhecimentos.
Ainda segundo Tigre (1998, p. 99), no âmbito da firma, a aprendizagem é cumulativa e coletiva, dependendo fundamentalmente das rotinas organizacionais, as quais constituem o fator determinante do comportamento das empresas.
Por outro lado, as rotinas organizacionais, tanto as codificadas como as tácitas, constituem o sistema de conhecimento da organização. Retornando a Tigre (1998, p.99), as rotinas, uma vez estabelecidas, substituem a necessidade de coordenação hierárquica rígida, permitindo a coerência das decisões por indivíduos que conhecem seu trabalho, interpretam e respondem corretamente as mensagens que recebem.
Apesar de toda ênfase observada em explicitar o conhecimento, tornando-o disponível à empresa, é importante se compreender que todo conhecimento – entendido como capacidade de ação eficaz – deve sempre ser diferenciado da informação, por mais sofisticada que ela seja, por ser uma capacitação individual, uma construção humana, pessoal, intangível e biograficamente determinada. O conhecimento, como já foi dito, é parte tácito e parte codificável (explícitável) ao longo de um “continuum (GRANT, 2007).
O conhecimento predominantemente explícito, possível de ser codificado, em especial podendo ser comunicado, comumente referido genericamente como conhecimento explícito, quando transmitido a outros seres humanos, nas diferentes formas possíveis de informação, propicia a cada indivíduo a criação de seu próprio conhecimento, desde que provido o contexto adequado.
O conhecimento tácito, por definição, aquele de explicitação impossível, não deve ser confundido, de forma alguma, com o ainda não explicitado, mas passível de ser codificado, que, para se diferenciar do tácito, vem sendo denominado como conhecimento implícito.
Os conhecimentos tácitos, compartilhados no ambiente organizacional — não codificáveis e portanto mais difíceis de serem apropriados e transferidos — e os implícitos — ainda não codificados — constituem ativos intangíveis específicos da firma, constituindo a principal base da criação de vantagens competitivas de uma empresa, desde que a mesma tenha políticas e processos adequados a lidar com eles.
Hoje há um reconhecimento crescente de que muito conhecimento passível de ser explicitado, não precisa ou não deve sê-lo e que o foco em explicitar conhecimento produzindo conteúdos, se não adequadamente dosado, pode mesmo diminuir valor deste conhecimento para a criação de vantagens competitivas. Em muitos casos, os conteúdos gerados se mostram de pouca utilidade prática, quando carecem do contexto necessário para criação de conhecimento.
Vê-se assim que a solução de imaginar a GCO como uma atividade direcionada a converter os conhecimentos implícitos de uma empresa em conhecimentos explícitos poderia na verdade estar diminuindo a capacitação daquela empresa para gerar vantagens competitivas e até mesmo cooperativas, afastando-a do objetivo de aumentar sua competitividade.
Resumindo, a simplória ideia de tornar os conhecimentos existentes em uma empresa disponíveis, tanto quanto possível, desconsidera o importante fato de que “tudo aquilo que pode ser adquirido por qualquer um, em um mercado em livre concorrência, não é capaz de gerar, por si só, vantagens competitivas para nenhum dos participantes desse mercado” (ÁVILA, 2002).
Mesmo que inicialmente seja no âmbito de uma empresa, é exatamente isto que buscam os “explicitadores de conhecimento”: tornar o conhecimento disponível a todos.
Por mais que pareça óbvio, não custa repetir que o conhecimento que cria vantagens competitivas não está disponível em apostilas, sejam elas entregues em papel ou em sofisticados meios digitais.
Segundo Teece (2000), a verdadeira economia do conhecimento se caracterizada pela capacitação de gerar valor a partir das imperfeições do mercado de conhecimento. Isto não é efetivamente alcançado por empresas com enormes conjuntos de informações, comumente denominados “repositórios de conhecimentos”, obtidas de conhecimentos codificados a partir de sucessos passados, mas sim por empresas criadoras de Conhecimento Organizacional, com características de comunidades, que sabem lidar com seus conhecimentos tácitos e que inovam naturalmente.
sábado, 5 de dezembro de 2009
Os Verbos do Conhecimento
Há um conjunto de definições banais sobre o que é Gestão do Conhecimento, largamente difundidas, que se apoiam em verbos aplicados ao conhecimento. Eu as abomino. Em contrapartida, gosto muito da frase abaixo:
"Não se pode gerir o conhecimento -, ninguém pode. O que você pode fazer é gerenciar o ambiente em que o conhecimento pode ser criado, descoberto, capturado, compartilhado, destilado, validado, transferido, aprovado, adaptado e aplicado ". Chris Collison e Geoff Parcell em Learning to Fly: Practical Knowledge Management from Leading and Learning Organizations*
Pareço incoerente? Não sou. Criar, descobrir, capturar, compartilhar, destilar, validar, transferir, aprovar, adaptar, aplicar, experimentar, proteger, aprimorar, disseminar e tantos verbos quantos sejam possíveis de aplicar ao conhecimento, não são em si próprios ações de Gestão do Conhecimento Organizacional. São sim ações de quem trabalha bem. De quem lida diretamente com o conhecimento e sabe fazer isso bem.
A Gestão do Conhecimento Organizacional, sendo um metaprocesso, que se propõe a lidar com as políticas e processos que impactam o conhecimento organizacional, não lida diretamente com o conhecimento, não podendo portanto exercer nenhuma ação direta sobre ele.
Por isso, quando vejo aqueles modelos de Gestão do Conhecimento cheios de verbos - e seus autores se imaginam gerindo conhecimento mesmo, não o conhecimento organizacional - eu fico arrepiado. Mais do que arrepiado, preocupado.
Forte abraço
Fernando Goldman
* “You can’t manage knowledge – nobody can. What you can do is to manage the environment in which knowledge can be created, discovered, captured, shared, distilled, validated, transferred, adopted, adapted and applied.”
domingo, 15 de novembro de 2009
Diferenciar informação de conhecimento
"Deve ser percebido que embora o conhecimento seja construido pela análise da informação e que possa algumas vezes ser transformado em informação para poder ser disseminado, ele não é um tipo especial de informação, como muitos creem, sendo algo mais do que informação ao incluir elementos tácitos. Importantes elementos de conhecimento são incorporados nas mentes e corpos de agentes, nas rotinas das empresas e, não menos importante, no relacionamento entre pessoas e organizações (Dosi, 1999 apud Johnson, Edquist, e Lundvall , 2003, p. 5). O conhecimento é contextual. Segundo Snowden(2007), contexto é a palavra mais importante em GC e talvez a mais negligenciada."
A citação acima é de artigo meu colocado em debate na última reunião da SBGC-RJ. Na verdade, há uma enormidade de possíveis citações que nos possibilitariam entender a necessidade de diferenciar informação de conhecimento.
Seria interessante conhecermos os artigos que você cita, mas não estão anexados à sua mensagem. Ideal seria, além de anexar os artigos, que fosse fornecida a referência bibliográfica deles, de modo que pudéssemos analisar onde foram publicados.
Voltemos à 1ª Questão - Será que informação e conhecimento são apenas gradações diferentes de uma mesma entidade? Em outras palavras, conhecimento é apenas um tipo especial de informação?, é interessante notar que apesar da quantidade de bons autores que vem chamando atenção para a necessidade de entender o conhecimento como "capacidade de ação eficaz e de tomada de decisão, para que possa ser entendido como fator de produção, há uma insistência em concentrar ações de GC em disponibilizar informações.
Nada contra disponibilizar informações. Se usarmos as mais atuais ferramentas de TIC de forma bem eficiente melhor ainda. Conteúdos atraentes e fáceis de entender. Bem organizados, bem acesssíveis, melhor ainda. Disponíveis em qualquer lugar e a qualquer hora. Que beleza! Bem entendido que por si só não contituem conhecimento, podem ser um ótimo ponto de partida para quem pretende ter políticas e processos que possibilitem obter vantagens competitivas através do seu Conhecimento Organizacional. mas é só um começo, nada mais do que isso.
Forte abraço
Fernando Goldman
Mensagem postada originalmente no Fórum da SBGC, em 14.11.2009, respondendo mensagens anteriores.
Algumas Questões sobre GC
Eu ando tendo a percepção de que algumas perguntas, não estão tão plenamente respondidas para todos, como seria de desejar. Por exemplo:
1ª Questão - Será que informação e conhecimento são apenas gradações diferentes de uma mesma entidade? Em outras palavras, conhecimento é apenas um tipo especial de informação?
2ª Questão - Será que receber informação é receber conhecimento?
3ª Questão - Se os fatores tradicionais de produção são terra, capital e mão de obra e este último envolve as pessoas, as quais detem o conhecimento, por que considerar o conhecimento um novo fator de produção?
4ª Questão - Se desde há muito tempo, as empresas mais bem estruturadas tem a preocupação de dar a seus funcionários treinamento e desenvolvimento, isto não seria uma Gestão do Conhecimento? GC e T&D são a mesma coisa?
5ª Questão – Ter uma Universidade Corporativa garante ter uma boa Gestão do Conhecimento Organizacional?
6ª Questão – Gestão do Conhecimento Organizacional é a mesma coisa que Gestão do Conhecimento ?
7ª Questão – Será que todas as empresas fazem Gestão do Conhecimento Organizacional da mesma maneira. Deveriam fazer ?
8ª Questão – Fazer Gestão do Conhecimento Organizacional faz parte de fazer Gestão de Pessoas?
Forte abraço
Fernando Goldman
Mensagem postada originalmente no Fórum da SBGC, em 12.11.2009
Divulgando o KM Energia 2009
A SBGC irá realizar, em 09 de dezembro próximo, no Rio de Janeiro, o KM Energia 2009, Congresso Brasileiro de Gestão do Conhecimento no Setor Energético Brasileiro.
O KM Energia 2009 terá como tema:
A GESTÃO DO CONHECIMENTO E A INOVAÇÃO NO SETOR ENERGÉTICO BRASILEIRO NO CONTEXTO DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS
A motivação para o tema do evento é a percepção de que em um ambiente de tecnologias maduras e que aparentemente atendem às necessidades do País no curto e médio prazo, o único elemento motivador robusto o suficiente para despertar o Setor Energético Brasileiro (SEB) para a necessidade de inovações, tecnológicas ou de mudanças organizacionais, é a percepção de um novo contexto.
A perspectiva das Mudanças Climáticas pode e deve mobilizar o Setor Energético Brasileiro a construir as capacitações dinâmicas em energias limpas, na busca de inovações que contribuam para sua sustentabilidade.
Por outro lado, falar de soluções tecnológicas de energias limpas, porém ainda não totalmente maduras, no atual contexto simplista de equilibrar demanda e oferta de energia, existente no Brasil, aos olhares mais conservadores, tem sido interpretado como algo similar a D. Quixote lutando contra os moinhos.
As soluções, frente aos desafios que se apresentam, não surgirão de dentro do setor se ele continuar focando nas velhas questões e insistindo em suas formas tradicionais de planejamento energético e seleção de soluções. É preciso que se reconheça um novo contexto, capaz de mobilizar as mentes do setor na busca das inovações necessárias.
Assim, é preciso mudar alguns paradigmas de planejamento, de excelentes resultados no passado, mas que não responderão aos desafios hoje presentes.
O KM Energia 2009 não buscará a discussão das mudanças climáticas em si, mas sim identificar, a partir do claro entendimento deste novo contexto, que não mais pode ser ignorado, as ações estratégicas necessárias ao Setor Energético Brasileiro no que diz respeito à criação de conhecimento organizacional.
O objetivo do evento é a análise de como a Gestão do Conhecimento Organizacional (GCO) poderá ajudar a criar no Brasil as Capacitações Dinâmicas necessárias a produzir as Inovações necessárias no atual Contexto Energético Mundial.
Data de Realização:
Dia 09 de dezembro de 2009 - 4ª feira
Público:
O público participante será constituído por aproximadamente 100 convidados,
entre diretores, dirigentes, empresários e figuras de renome do panorama
contemporâneo.
Empresas e associações do Setor Energético Brasileiro, assim como
pesquisadores acadêmicos envolvidos na Gestão do Conhecimento, incluindo
áreas como Recursos Humanos, Acumulação Tecnológica, P&D, Propriedade
Intelectual (PI), Estratégia Empresarial, Concorrência e Desenvolvimento, entre
outras áreas envolvidas com a temática do evento, também farão parte deste
público.
Os interessados em participar e dar apoio institucional ao evento devem entrar em contato com a SBGC, pelos e-mails mariana.lima@sbgc.org.br , SBGC - Maria Jose Coelho
Forte abraço
Fernando Goldman
sábado, 7 de novembro de 2009
Reflexões sobre o seminário "Promovendo Respostas Estratégicas à Globalização"
Tive nestes últimos dias a oportunidade de participar intensamente do seminário internacional "Promovendo Respostas Estratégicas à Globalização", promovido pelo INCT-PPED ( Ver chamada na postagem anterior).
Gostaria de começar cumprimentando a profª Ana Célia Castro e toda comissão organizadora pelo excelente seminário promovido.
Eu poderia citar uma série de aspectos de maior relevância ao quanto este seminário me propiciou de informações capacitadoras de formação de conhecimento, entendido como capacitação para ação eficaz, mas aí já estaria quase escrevendo um novo artigo.
Não posso porém deixar de destacar a palestra do Embaixador Rubens Ricupero, que por si só já valeria pagar um caro ingresso, muito embora o evento tenha sido franqueado.
Devido a compromissos assumidos anteriormente e às conhecidas dificuldades de retornar à Barra da Tijuca no início da noite, fui obrigado no último dia a deixar o debate final às 18:00, portanto antes do seu término, o que foi uma pena porque percebi que ainda havia muitas informações interessantes a serem captadas, além da possibilidade de interagir com os palestrantes internacionais, todos destacados pesquisadores formadores de importantes ideias.
De qualquer forma, gostaria de compartilhar algumas idéias que me vieram a partir do material com que lidei (palestras, artigos e muito batepapo) nestes dias do seminário:
1 – ficou para mim cada vez mais clara a percepção da importância do modelo que estou construindo sobre a dinâmica do conhecimento organizacional, embora o Conhecimento Organizacional só em raros momentos tenha sido tratado neste evento. Talvez isto seja uma evidência da importância de melhor entender o tema;
2 – Houve também a percepção de que há uma crise no que diz respeito ao papel da PI para a criação de conhecimento. Eu diria que esta crise é mais relacionada ao conhecimento científico e ao tecnológico, que estão por sua vez mais relacionados aos processos operacionais dentro das empresas;
3 – Talvez esta crise seja uma demonstração lógica daquilo que muitos estudiosos vem argumentando: que os mecanismos de PI, apesar de sua enorme importância para a proteção do conhecimento científico e tecnológico (sem questionar os possíveis desvios, claro), tem pouca influência sobre a criação do conhecimento organizacional, pois aqueles mecanismos de PI, quando não utilizados como elementos limitadores da concorrência, impactam pouco as estruturas de conhecimento das empresas ( políticas e processos), visto que os processos criadores de capacitações, ricos em conhecimentos tácitos, não são apropriáveis na forma de copyright ou patentes.
4 – A Governança do Conhecimento como visão institucional me pareceu um conceito merecedor de maior aprofundamento, mas aumentou minha percepção de que a visão institucional difere da visão organizacional da Governança do Conhecimento, tal como vista por Grandori, Foss e etc. Não estou certo se as duas deveriam ter o mesmo nome.
5 - Um interessante ponto de confluência entre a Governança do Conhecimento e a Gestão do Conhecimento Organizacional diz respeito à Inovação Aberta, o que valerá a pena tratar em postagens específicas.
Forte abraço
Fernando Goldman
domingo, 1 de novembro de 2009
Seminário Internacional INCT-PPED
Acontecerá no Rio de Janeiro, entre os dias 03 e 06 de novembro próximos, o seminário internacional "Promovendo Respostas Estratégicas à Globalização", promovido pelo INCT-PPED. ( Ver cartaz).
Os papers estão disponíveis em http://www.ideiad.com.br/seminariointernacional/ , e estão imperdíveis. Especialmente nos dias 05 e 06, teremos uma excelente oportunidade de discutir Gestão do Conhecimento para além do usual tácito x explícito e entender como o conhecimento visto como fator de produção irá modificar nossa sociedade global. Será ainda uma excelente oportunidade para entender o que um prestigiado grupo de pesquisadores acadêmicos vem denominando de Governança do Conhecimento.
Forte abraço
Fernando Goldman
Para visualizar o programa do evento, clique na imagem abaixo para vê-la ampliada ou clique no link a seguir:
http://www.portalsbgc.org.br/sbgc/foruns/upfiles/4780/81A75BD803ED44CCBCCFFD81B9F67D5F.jpg
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
O Vídeo do Marcos Cavalcanti
No início de outubro recebi um e-mail do CRIE, no qual o Marcos Cavalcanti informava ter participado de um programa de televisão – o Café Filosófico.
Segundo ele, o programa que vai ao ar na TV Cultura todo domingo às 23h, faz parte de uma série de programas coordenados pela Viviane Mosé sobre Desafios Contemporâneos e o programa dele deverá ir ao ar somente no final do ano.
No entanto, o programa está disponível na íntegra no site da CPFL Cultura:
http://www.cpflcultura.com.br/video/integra-desafios-contemporaneos-trabalho-marcos-cavalcanti
O programa traz muitas das ideias que o Marcos Cavalcanti vem defendendo coerentemente há muitos anos e reflete o amadurecimento contínuo do pensamento dele.
Para pessoas que acreditam na força das ideias, um programa como este emociona.
Ele trata de uma maneira leve e profunda temas fundamentais para começar a pensar em Gestão do Conhecimento Organizacional, tais como mudanças, sociedade do conhecimento, trabalhadores do conhecimento, bens intangíveis, escassez x abundância, o papel da Tecnologia da Informação, visão sistêmica, learning organizations e outros.
Muitas pessoas me pedem indicação de leituras sobre Gestão do Conhecimento Organizacional. A partir de hoje recomendarei que comecem assistindo este vídeo.
Forte abraço
Fernando Goldman
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
GC deve motivar a criação de um setor específico?
Percebo uma preocupação sobre se GC deve motivar a criação de um setor específico na empresa, um departamento, uma divisão, uma seção, uma assessoria, uma força tarefa, um grupo especial ou seja lá o que for.
A resposta a esta pergunta, me parece, está muito mais ligada ao que se espera que GC faça.
Em algumas empresas, GC é vista como uma atividade ligada a lidar com aquilo que a empresa sabe que sabe. Neste caso, para que criar mais uma caixinha no organograma se a criação de valor associada será imperceptível?
A partir do entendimento do Conhecimento Organizacional - um ativo intangível que sempre existe, mas que somente quando a empresa tem políticas e processos capazes de a partir dele criar vantagem competitiva, tornando-o assim um recurso dela - se começa a perceber a necessidade de uma área voltada a lidar com o Conhecimento Organizacional.
Mas antes de nos aprofundarmos neste tipo de idéias, vale a pena nos perguntarmos: quantas de nossas empresas tem cultura para ter um órgão cujo objetivo é lidar com um ativo intangível?
Como explicar ao vigilantes dos resultados de curto prazo que a empresa tem um orgão que não produz nenhum resultado imediato e que seus resultados se traduzirão fundamentalmente na sobrevivência da empresa a longo prazo?
Em linha com o comentário sobre o Marketing, que antes não existia no organograma das empresas e hoje aparece com destaque na maioria deles, nossos netos ficarão se perguntando como grandes empresas de antigamente conseguiam ter longevidade sem ter um setor de Gestão do Conhecimento Organizacional.
Por ora, não critico aqueles que insistem na compra de “softwares para Gestão do Conhecimento”, mesmo sabendo que este caminho só gera frustração, quando não precedido de diagnóstico e análise aprofundada, ou nos que insistem na idéia de confundir competências e conhecimento e um sem número de exemplos do que é parecer que se está fazendo alguma coisa que seja mais fácil de ser chamada de Gestão do Conhecimento. Não os critico, pois sei que apenas dão as respostas que a estrutura de conhecimentos de suas empresas lhes impõe.
Em resumo, de nada adianta criar um setor que ficará responsável por um metaprocesso, a Gestão do Conhecimento Organizacional, se a empresa ainda não for capaz de superar a simples retórica quando o assunto é um ativo intangível.
Forte abraço
Fernando Goldman
Mensagem postada originalmente no Fórum da SBGC, em 14.10.2009, respondendo mensagens anteriores. Ver: http://www.portalsbgc.org.br/sbgc/foruns/fb.asp?m=6235
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
PODEMOS AINDA APRENDER COM NONAKA E TAKEUCHI ?
REUNIÃO CONJUNTA
A Coordenação do Movimento RH Barra convida todos aqueles que lidam com a área de Recursos Humanos nas Organizações para seu XIV Encontro com o tema "PODEMOS AINDA APRENDER COM NONAKA E TAKEUCHI ?", no dia 17 de setembro (quinta-feira) das 8h30 às 11h00, na Universidade Estácio de Sá – Campus Tom Jobim, na Avenida das Américas no 4.200 Bloco 11 - Sala 202, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Estacionamento rotativo no local.
O tema será apresentado pelo Engº Fernando Luiz Goldman, Doutorando em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento no Instituto de Economia da UFRJ, é Engenheiro Eletricista formado pela UFRJ, com M.Sc. em Engenharia de Produção, pela Universidade Federal Fluminense - UFF , com linha de pesquisa em Conhecimento e Inovação Tecnológica, tema sobre o qual tem diversos trabalhos publicados. Possui ainda Especialização em Gestão Empresarial pela FGV. Foi professor nas Universidades Santa Úrsula e Veiga de Almeida, ministrando, atualmente, cursos profissionais nas áreas de Gestão do Conhecimento, Inovação, Aprendizado Organizacional e Setor Elétrico Brasileiro. Desde 2007 é Presidente da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento – Pólo RJ.
A palestra falará do livro “The Knowledge-Creating Company” de Nonaka e Takeuchi, publicado em 1995, que se tornou o principal marco da Gestão do Conhecimento e não pretendia ser um livro sobre este assunto, mas sim sobre a inovação.
A partir da questão básica “Podemos ainda aprender com Nonaka e Takeuchi?”, serão abordadas “a visão da organização baseada no conhecimento”, “o conhecimento explícito e o tácito”, “o modelo SECI”, "o papel das analogias, das metáforas e da contação de histórias no ambiente organizacional”, “as falsas dicotomias inibidoras da criação do conhecimento” e “as críticas mais frequentes a Nonaka e Takeuchi”.
O objetivo central da palestra será mostrar que a verdadeira natureza da organização é criar conhecimento. O objetivo específico será mostrar que é o conhecimento tácito que constitui a base da inovação nas empresas.
Agenda:
8h20 - Credenciamento
8h30 - Café de boas-vindas
9h00 - Abertura
9h20 - Palestra
10h20 - Debates
10h40 - Sorteio de brindas
11h00 - Encerramento
As inscrições são gratuitas e devem ser encaminhadas informando obrigatoriamente o nome completo, a empresa, o cargo e um telefone de contato para o e-mail: movimentorhbarra@hotmail.com
Vagas restritas a 2 representantes por empresa, sujeitas a confirmação
e limitadas a 50 inscrições..
Para mais informações: (21) 7811.3096 - (21) 9973.4397 - Prof. Adm. Luiz Henriques
ou (21) 8891.0886 – Adm. Psi. Neide Venâncio.
Abertas as inscrições para o KM Brasil 2009
Segue divulgação do KM Brasil 2009
Forte abraço
Fernando Goldman
A 8ª edição do mais importante evento brasileiro de
Gestão do Conhecimento vai acontecer em Salvador;
as vagas são limitadas
Já estão abertas as inscrições para o KM Brasil 2009, principal evento brasileiro da área de Gestão do Conhecimento. Em sua 8ª edição, o congresso é organizado pela SBGC – Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento e vai acontecer em Salvador, de 23 a 25 de setembro, no centro de convenções do hotel Bahia Othon Palace. Segundo os organizadores, os interessados devem providenciar suas respectivas inscrições com a maior brevidade possível, por dois motivos: 1) há apenas 800 vagas, e as inscrições serão encerradas quando o número for atingido; 2) o preço da inscrição varia ao longo do tempo – há duas majorações, previstas para o início dos meses de agosto e setembro.
Neste ano, o tema central do evento é “O Brasil no Contexto da Gestão do Conhecimento para Inovação”. Durante os três dias do congresso serão apresentados 8 trabalhos científicos e relatos técnicos, realizados 18 painéis, além de palestras de especialistas internacionais, como o inglês Kent Greenes, o português Soumodip Sarkar, e os franceses Pierre Fayard e Marie Reine Boudarel.
Kente Greenes, reconhecido mundialmente como um dos pioneiros no campo da Gestão do Conhecimento, foi indicado como o maior “fazedor de dinheiro” do mundo pela revista Fortune, em função dos resultados que obteve na British Petroleum. Soumodip Sarkar, que atualmente dirige o Centro de Estudos e Formação Avançada em Gestão e Economia da Universidade de Évora, foi considerado um dos 100 gurus mundiais em Inovação pelo World Economic Forum. Pierre Fayard, doutor em Ciências da Informação e da Comunicação pela Universidade de Grenoble III (França), é professor titular da Universidade de Poitiers e Consejero de Cooperação e Ação Cultural na Embaxada da França no Peru. E Marie Reine Boudarel, consultora de empresas na área de inovação, é PHD em Ciências da Informação e da Comunicação, e diretora adjunta da Escola Nacional Superior "des Mines de Saint-Etienne", uma das principais escolas de engenharia da França.
“Todos os congressistas do KM Brasil têm pelo menos um ponto em comum com os convidados internacionais, painelistas, apresentadores de trabalhos científicos e relatos técnicos: são pessoas preocupadas com a necessidade de se aumentar a capacidade competitiva das organizações brasileiras”, ressalta Heitor José Pereira , presidente da SBGC.
Ele explica que em todas as palestras e demais eventos do KM Brasil 2009, além do moderador e do relator, haverá a participação de representantes de todos os segmentos abordados pelo Congresso – empresários, administradores públicos, acadêmicos e representantes do Terceiro Setor –, que abordarão as perspectivas das suas áreas no assunto em questão. “O objetivo é envolver e garantir a participação de todos os interessados”, explicou.
As inscrições para o KM Brasil 2009 devem ser feitas através do site www.kmbrasil.com, aonde os interessados encontram informações completas e detalhadas sobre o evento.
sábado, 15 de agosto de 2009
terça-feira, 11 de agosto de 2009
Pelikan e as estrutras organizacionais ( do conhecimento)
Muita gente pensa que Nonaka e Takeuchi resgataram, ou coisa parecida, a ideia de conhecimento tácito originária dos trabalhos de Polanyi das décadas de 1950 e 1960, em seu livro The Knowledge Creating Company.
A verdade é que muita gente boa antes deles - Nelson e Winter(1982), por exemplo - andou reconhecendo a importância do conhecimento tácito, mesmo sem a preocupação de se aprofundar nas ideias de Polanyi.
Nas minhas pesquisas me deparei com um parágrafo de Pavel Pelikan, autor bastante citado entre os institucionalistas, que se não fosse - alem de muita pretensão da minha parte - o fato do artigo ter sido escrito em 1987 , eu pensaria que ele escreveu se baseando no meu Modelo sobre a Dinâmica da Relação entre Gestão do Conhecimento e Aprendizado Organizacional ( ver figura no canto superior direito deste blog).
Em seu artigo "The Formation of Incentive Mechanisms in Different Economic Systems", Pelikan escreveu:
“Com a introdução do conceito de conhecimento tácito, uma importante peça do quebra cabeças vai para seu lugar. Ou seja, a linha divisória entre processos alocativos e organizacionais corresponde à linha divisória entre conhecimento comunicável e tácito. É somente por processos organizacionais que o conhecimento tácito pode ser adquirido e manuseado e é somente em estruturas organizacionais que ele pode ser armazenado e feito utilizável. É o conhecimento tácito contido na estrutura organizacional que determina quão bem ou quão pobremente , a informação comunicável será usada por aquela estrutura.”(1987,p. 35) (tradução minha)
Forte abraço
Fernando Goldman
Referência:
Pelikan, P. The Formation of Incentive Mechanisms in Different Economic Systems, in Hedlund Stefan (ed.), Incentives in Economic Systems, New York, New York University Press, 1987.
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
5 importantes equívocos sobre GC
A maioria das empresas de engenharia, na correta acepção da expressão, não produzem produtos "palpáveis" ou pelo menos não tem esta como sua principal atividade.
Grandes empresas de consultoria e de projetos, e mesmo muitas de construção, são criadoras e utilizadoras de conhecimentos e usam estes conhecimentos para administrar contratadas, fornecendo produtos finais para que outros tipos de empresas ou órgãos públicos possam ter e manter equipamentos de produção que vão de pontes , prédios e instalações industriais a máquinas especializadas.
Mas, pegando um gancho no que você escreveu, Nonaka, em 2007, fez a palestra de abertura da International Productivity Conference, na Tailândia, apontando 5 importantes equívocos sobre GC. Segundo ele, muitas pessoas pensam que GC é:
• ... algo que tem a ver com a TI;
equívoco 1 -78% dos projetos baseados em sistemas de TI fracassam. TI pode ajudar, mas são os fatores humanos que fazem a diferença;
•... sobre inovação de produtos;
equívoco 2 - A inovação deve acontecer em todo o funcionamento de uma organização, em atividades tais como planejamento, financiamento, aquisição, marketing, processos de inovação e serviços;
•... algo que nos torna eficientes;
equívoco 3 - De 50 a 75% dos projetos de re-engenharia falham. Não se trata apenas de eficiência (exploração de conhecimentos existentes), mas também sobre a eficácia (exploração de novos conhecimentos);
• ... uma operação em grande escala;
equívoco 4 – GC pode começar pequena. Exige criatividade e persistência, em vez de grandes quantidades de capital.
• ... responsabilidade de pessoas inteligentes;
equívoco 5 -Conseguir o compromisso de todos em partilhar os seus próprios conhecimentos e criar novos é a chave para o sucesso. Em 82% dos casos em que GC falha, a razão é a resistência da organização.
Não sei de onde Nonaka tirou os dados numéricos, mas como você pode ver, é bem mais fácil encontrar fracassos do que casos de sucesso.
Forte abraço
Fernando Goldman
Mensagem originalmente postada no Fórum da SBGC, em 09.08.2009, respondendo mensagem anterior de Viviane.Ver: http://www.portalsbgc.org.br/sbgc/foruns/fb.asp?m=6067
domingo, 2 de agosto de 2009
2nd European Conference on Intellectual Capital - Lisbon, Portugal, on the 29-30 March 2010
Recebi o seguinte comunicado, que repasso a vocês.
Forte abraço
Fernando Goldman
Hello Fernando
This is the first call for papers for the 2nd European Conference on Intellectual Capital which is being held at the ISCTE Lisbon University Institute, Lisbon, Portugal, on the 29-30 March 2010.
The conference is seeking quantitative, qualitative and experience-based papers from industry and academe. Papers can be conceptual, theoretical, empirical, experimental, and case studies. Research in progress, case studies, poster submissions and proposals for roundtable discussions based on the main themes are also invited. Practitioner contributions and product demonstrations relevant to the conference are also invited.
Abstracts are required in the first instance and should be submitted via the online form at http://academic-conferences.org/ecic/ecic2010/ecic10-abstract-submission.htm
You can find full details about the conference, including full calls for papers, on the conference website at http://academic-conferences.org/ecic/ecic2010/ecic10-call-papers.htm
You can also request a copy of the calls for papers by email from me.Please feel free to circulate this message to any colleagues or contacts you think may be interested.Kind regards
Mandy
Mandy Limbrick-Butler
Academic Conferences Limited
mandy@academic-conferences.org
tel +44 (0) 118 972 4148
http://www.academic-conferences.org/conference-home.htm
quarta-feira, 29 de julho de 2009
A relação entre GC e TI
Muito interessantes suas observações e as da Roberta Salgado também.
Talvez valha a pena a gente aproveitar este gancho para conceituar melhor a relação entre GC e TI. Diversos autores trabalham com uma cronologia que considera uma primeira geração de GC indo até 1995, ano do lançamento do livro de Nonaka e Takeuchi sobre a criação do Conhecimento Organizacional.
Essa primeira geração de GC ainda hoje abrange a maioria dos trabalhos ditos de GC e são, na verdade, Gestão de Informações, baseados em TI. O foco destes primeiros trabalhos é nos 3C´s: Captar, Codificar e Compartilhar. A ideia é obter as informações corretas para as pessoas certas no momento certo.
Há aqui alguma coisa de economia neoclássica, pois se supõe que os conhecimentos valiosos já existem na empresa ou estão disponíveis na sociedade e o papel da GC é encontrá-los, codificá-los e torná-los disponíveis ao compartilhamento.
Repare que nessa fase não havia a preocupação de diferenciar informação de conhecimento. É sintomático que muitos textos de economia ainda hoje falem em assimetria de informações como elemento construtor de vantagens competitivas.
Por outro lado, as empresas de TI representam para a sociedade atual o que as engenharias tradicionais representaram para a Revolução Industrial e , por incrível que pareça, as empresas de engenharia foram sempre muito admiradas pela sua capacitação para lidar com o conhecimento. Com o rápido avanço das TIC e a aceleração das mudanças e a disponibilidade de informações que elas provocaram, passou a ser necessário lidar com o conhecimento de uma forma mais eficaz, que talvez nem as próprias empresas de TI venham tendo sucesso.
Isto demonstra que a simples disponibilidade de ferramentas de TI, não é suficiente para lidar com o conhecimento de forma eficaz. Se assim fosse, todas as empresas de TI seriam super eficientes em lidar com seus próprios processos de conhecimento, ou seja, seriam casos de sucesso em GC.
Forte abraço
Fernando Goldman
Mensagem originalmente postada no Fórum da SBGC, em 27.07.2009, respondendo mensagem anterior de LUCIO A M C.Ver: http://www.portalsbgc.org.br/sbgc/foruns/fb.asp?m=6060
terça-feira, 28 de julho de 2009
Business Cases Are a Waste of Time (But Do Them Anyway)
Está circulando na Internet, há algum tempo, uma postagem no site de TI da Susan Cramm, que eu não sei se você já teve a oportunidade de ver: Business Cases Are a Waste of Time (But Do Them Anyway).
Você pode concordar com ela, total ou parcialmente, ou não, mas vale a pena refletir se, como David Gurteen disse em uma de suas cartas mensais, alguma coisa do que ela diz também não se aplica a projetos de KM.
Analisar casos de sucesso em KM não deve ser abandonado, o perigo é tentar aproveitá-los como modelos. É preciso entender que nem tudo que parece sucesso, realmente o é. Pior é que aquilo que parece sucesso hoje, amanhã poderá não mais parecer. É preciso também ter a possibilidade de analisar a correlação entre objetivos estratégicos, as culturas organizacionais com algum grau de similaridade, alguma semelhança de trajetórias e assim por diante em um conjunto tão grande de variáveis que somente a mesma empresa, no mesmo momento histórico, conseguiria talvez usar aquele caso de KM como modelo.
Eu acho que conhecer casos de sucesso é importante. Mais importante ainda é conhecer casos de insucesso e entendê-los bem. Mas de tudo isso, eu ainda fico Kurt Lewin que disse que "não há nada mais prático do que uma boa teoria".
Conforme evoluímos no estudo da "teoria da firma" baseada em conhecimento vamos entendendo que não há um único modelo capaz de servir a todas as situações e todos os fenômenos. Precisamos de múltiplos modelos para estudar uma realidade tão diversificada. Por isso ao longo do tempo, tantas teorias tem surgido sem que uma substitua a outra, mas elas vão se complementando.
Alguém disse isso, mas não estou certo de quem foi.
Continuo te devendo uma cerveja. Quem sabe em Salvador?
Forte abraço
Fernando Goldman
Mensagem originalmente postada no Fórum da SBGC, em 27.07.2009, respondendo mensagem anterior de LUCIO A M C.Ver: http://www.portalsbgc.org.br/sbgc/foruns/fb.asp?m=6050
sábado, 25 de julho de 2009
Casos de Sucesso ? E os casos de fracasso?
De certa forma, lamento que o Sérgio tenha citado meu Blog em sua penúltima mensagem. Explico: Se ele não tivesse me citado, eu faria cópia de sua mensagem e enviaria para toda minha rede de pessoas interessadas em uma “visão organizacional baseada em conhecimento” (knowledge-based view of firm).
Por ter sido citado, poderia parecer autopromoção e por isso não posso reenviar uma das melhores mensagens que eu já vi nesse fórum. Nem vou tecer comentários à qualidade das mensagens por ele enviadas, para não estourar os 2000 caracteres/mensagem que eu tenho me imposto neste fórum e não parecer que estamos rasgando seda um para o outro, pois ambos sabemos que aprendemos muito mais discordando e discutindo.
Mas aqui não há como deixar de concordar com ele, em ambas as mensagens. Assim, ao invés de apenas concordar, vou tentar agregar alguma coisa. Primeiro, quero dizer ao Lucio (aproveito para perguntar: você é aquele cara que me pagou uma cerveja na rodoviária de Bauru no último SIMPEP?) que na maior parte das vezes a gente aprende mais com o insucesso do que com o sucesso. Por isso, deveríamos abrir esta linha de discussão também para os casos de insucesso em KM.
Depois dizer a Roberta que eu também estava me coçando para fazer algum comentário sobre esta idéia de que “GC vem da TI”. No fundo, imagino eu, você deve ter tentado dizer que: toda a preocupação atual em melhor entender o que podem ser ações e práticas de apoio úteis a melhor lidar com o conhecimento organizacional deriva, entre outros motivos, da aceleração das mudanças nos ambientes de negócios provocada pelos avanços nas Tecnologias da Informação e Comunicações.
Bem, imaginando que é isso, estou preparando uma próxima mensagem em que vou contar um caso de fracasso, não de sucesso, em uma grande empresa brasileira, ao tentar implantar iniciativas de GC, porém tendo perdido o passo por ter focado no sucesso rápido e em ferramentas bem visíveis de TI. Difícil acreditar que ainda acontece, mas...
Forte abraço
Fernando Goldman
(1995 caracteres com espaços)
Mensagem originalmente postada no Fórum da SBGC, em 25.07.2009, respondendo mensagens anteriores de Sergio Storch.
Ver: http://www.portalsbgc.org.br/sbgc/foruns/fb.asp?m=6041
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Minha definição de Gestão do Conhecimento Organizacional
Como disse em minha postagem de 26.02.2009, diferentemente de algumas pessoas que conheço, que pregam a melhoria contínua, mas não gostam de revisar suas idéias eu, de tempos em tempos, procuro aperfeiçoar minha definição de Gestão do Conhecimento Organizacional. Minha última versão é a seguinte:
"A Gestão do Conhecimento Organizacional é um metaprocesso definidor de ações, práticas de apoio e orientações às políticas e processos de conhecimento da empresa, sejam eles estratégicos ou operacionais, de modo a permitir à empresa obter vantagens competitivas sustentáveis a partir da exploração de seu conhecimento organizacional, transformando-o em um recurso valioso, raro e custoso de imitar."
Embora bem mais enxuta que a anterior,
" Gestão do Conhecimento Organizacional é um metaprocesso para lidar com o ativo intangível Conhecimento Organizacional, sendo composta de um conjunto de ações e práticas de apoio através das quais a organização, de forma explícita e sistemática, gerencia as circunstâncias adequadas para que prosperem e se aperfeiçoem seus Processos de Conhecimento, identificando os conhecimentos críticos para sua sustentabilidade, buscando as capacitações dinâmicas necessárias às adaptações (o Aprendizado), visando sua longevidade."
ela não reflete uma mudança de conceito, sendo apenas uma forma mais elegante de descrever a mesma ideia e merece análise uma mais aprofundada.
Eu ficaria muito contente de receber críticas e sugestões.
Forte abraço
Fernando Goldman
domingo, 5 de julho de 2009
Convite para ministrar palestra na Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento - SBGC-RJ
O Pólo RJ da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento - SBGC-RJ tem buscado proporcionar a seus associados meios para a formação de recursos humanos dentro de uma visão de educação permanente e valorização do capital humano, através da realização de palestras, conferências, seminários, apresentação de teses e artigos científicos em que são discutidos conceitos, métodos e ferramentas da Gestão do Conhecimento Organizacional.
Conhecedores de vasta experiência e conhecimento têm ministrado palestras com temas relacionados à "Gestão do Conhecimento Organizacional".
Solicitamos aos interessados encaminhar proposta de de apresentação, indicando ainda os recursos a serem utilizados e a síntese do currículo.
Forte abraço,
Fernando Goldman
Presidente da SBGC-RJ
terça-feira, 30 de junho de 2009
Em busca da inovação aberta, a Philips enfrenta "O Sol"
Prezados
Recebi e-mail de um daqueles ex-alunos que vivem ensinando coisas novas à gente. O Gilvan Nascimento (http://gilvannascimento.blogspot.com/) mostra outras artes além das receitas ( O slogan do blog dele é "Porque cozinhar também é uma Arte!") e me reenviou o seguinte vídeo, que mostra a busca da inovação por uma grande empresa. Não deixe de ver o video http://www.youtube.com/watch?v=7fVG3tmnm2Y
Para quem é ligado em Open Inovation, ou quer conhecer mais detalhes do vídeo, leia o texto abaixo:
A fonte original do texto é o blog do Carlos Alberto Teixeira, no O Globo, em 29.6.2009 9h25, em http://oglobo.globo.com/blogs/cat/posts/2009/06/29/philips-versus-sol-199978.asp ., a qual segue abaixo.
Segue
Curiosa e divertida peça publicitária documenta uma experiência da empresa holandesa de eletrônica Philips feita com um galo de fazenda, chamado Simon. O objetivo era testar o produto “Philips Wake-up Light” (lâmpada para acordar) e o desafio era o seguinte: se, dentro do galinheiro, a lâmpada conseguisse fazer o galo cantar antes do alvorecer, então seria o sucesso.Montaram então toda uma parafernália eletrônica de áudio e vídeo perto do galinheiro — o Rooster Control Center (centro de controle de galo). Interligaram sensores, cabos de rede, caixas de som, câmeras, fotômetros, tripés e células fotoelétricas. A lâmpada em teste se acenderia às 3h00m da matina, não como uma lâmpada comum, de repente. Mas sim lentamente, aos poucos, como se fosse o sol nascendo, em fade up.Generosos, membros da equipe optaram por instalar até um móbile com caixa de música para dar mais conforto a Simon na hora de dormir.À hora aprazada, a lâmpada acendeu como previsto. E o resultado... bem, o vídeo vale a pena ser visto.
http://www.youtube.com/watch?v=7fVG3tmnm2Y
Com isso, a empresa disparou seu concurso de idéias criativas: “Quem consegue desafiar a Philips?”. Um canal especial no Twitter é dedicado a captar ídéias de propostas feitas por usuários. O prêmio é uma TV Philips Cinema Ambilight 21:9, super widescreen. A data limite para participação é até 10 de julho de 2009 e o site oficial é http://www.philipsvs.com/. Um canal no Flickr também foi criado.
Fernando Goldman
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Mini-curso: GESTÃO DO CONHECIMENTO: MÉTODOS E FERRAMENTAS
Não percam a orportunidade de participar deste minicurso, de 3 horas de duração, por apenas R$ 50,00.
Forte abraço
Fernando Goldman
INSCREVA-SE NOS MINICURSOS DO VCNEG, ULTIMAS VAGAS! GARANTA A SUA!
Os minicursos que acontecem apenas no dia 04 de julho na Escola de Engenharia da UFF, são uma oportunidade de atualização profissional desenvolvida pela Comissão do CNEG, com o objetivo de permitir ao participante uma visão do que há de mais atual nos temas que estes contemplam.Não perca essa oportunidade de enriquecer seus conhecimentos sobre temas de extrema relevância na sociedade atual!
Sua inscrição em minicurso garante acesso a todas as áreas do CNEG no dia 04 de julho (sábado)
Tendo em vista que as incrições “on line” se encerram hoje (29 de julho), envie um e-mail para marcelo@alsustentavel.com.br garantindo sua vaga no mini-curso e efetue o pagamento no dia do mini-curso.
Visite nosso site http://www.vcneg.org/ e tenha mais informações.
Inscreva-se no mini-curso: GESTÃO DO CONHECIMENTO: MÉTODOS E FERRAMENTAS (14:00 às 17:00hs)
Tópicos de aula:
- Lidando com Intangíveis;
- O Conhecimento como Fator de Produção;
- O Conhecimento Organizacional como Ativo Intangível;
- Construindo Vantagens Competitivas Sustentáveis;
- A Visão Baseada em Recursos;
- Aprendizado “na” ou “da” Organização?
- Uma Teoria Evolucionista;
- Por que tanta ênfase na Inovação?
- 3 Gerações de Gestão do Conhecimento: Em qual sua empresa está?;
- O que ainda podemos aprender com Nonaka e Takeuchi;
- Liderança na Sociedade do Conhecimento;
- Ações e práticas de apoio: O Poder das Narrativas;
- Um modelo de GC fácil de aplicar.
Prof. Fernando Goldman
Desde 2007 é Presidente da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento - RJ. Doutorando em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento no Instituto de Economia da UFRJ, é Engenheiro Eletricista formado pela UFRJ, com M.Sc.em Engenharia de Produção, pela Universidade Federal Fluminense - UFF , com linha de pesquisa em Conhecimento e Inovação Tecnológica, tema sobre o qual tem diversos trabalhos publicados. Possui ainda Especialização em Gestão Empresarial pela FGV. Atualmente leciona na Educação Corporativa da área de Empreendimentos de Transmissão de FURNAS Centrais Elétricas SA, tendo atuado mais de 25 anos na área de projetos de usinas e subestações de alta e extra-alta tensão.
Valor: R$ 50,00 por minicurso
À disposição para informações.
Atenciosamente,
Comissão Organizadora – V CNEG
vcneg@vcneg.org
http://www.vcneg.org/
Telefones (21) 2629-4587 ou (21) 2613-5257.
sábado, 27 de junho de 2009
Mesa da SBGC no V Congresso Nacional de Excelência em Gestão (V CNEG )
"Gestão do Conhecimento para a Sustentabilidade"
Os dois primeiros dias do evento (02 e 03/07) ocorrerão na FIRJAN – Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Av. Graça Aranha, 01, 2˚andar, Centro) e o terceiro (04/07) será no campus de Engenharia da UFF – Universidade Federal Fluminense (Rua Passo da Pátria, 156, bloco D, São Domingos), em Niterói.
No site do evento www.vcneg.org está disponível toda a programação, bem como material para download das edições anteriores, fotos etc.
Acessem o site do evento e se inscrevam.
A SBGC-RJ apoia este evento e eu modero a mesa 3. Seguem os dados desta mesa:
SEGUNDO DIA (03 julho 2009, sexta-feira / FIRJAN, Centro de Convenções, Rua Graça Aranha 1, segundo andar, Centro, Rio de Janeiro – RJ)
MESA 3 - GESTÃO DO CONHECIMENTO ORGANIZACIONAL / FÓRUM SBGC
03 julho 2009, sexta-feira de 14:30hs às 16:00hs
Participantes:
Prof. Dr. Rodrigo Medeiros (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – Políticas Públicas e Estratégias de Desenvolvimento - INCT/PPED)
Marcos Cavalcanti (CRIE / UFRJ, Centro de Referência em Inteligência Empresarial)
Fernando Nery (Módulo Security)
Moderador: Fernando Luiz Goldman (Presidente da SBGC – RJ)
Forte abraço
sábado, 20 de junho de 2009
Intangíveis! Tácito! Quando é que a gente vai começar a caçar fantasmas?
Noutro dia fui aplicar um curso de Gestão Estratégica do Conhecimento a um grupo de gerentes de uma empresa e à medida que fui avançando em minhas idéias, de repente, me vi surpreendido por um dos participantes. Ele me fez a pergunta que dá título a esta postagem.
Parece que certas palavras causam alguma aflição em determinadas pessoas. Talvez haja mesmo algo de sobrenatural, não nessas palavras em si mas, na forma como são imaginadas por alguns.
O Merriam-Webster's Online Dictionary dá ao verbete “Tangible” as seguintes definições:
1 a: capable of being perceived especially by the sense of touch : palpable
1 b: substantially real : material
2: capable of being precisely identified or realized by the mind (her grief was tangible)
3: capable of being appraised at an actual or approximate value (tangible assets)
Acho que aqui podemos amarrar melhor o significado do que é tangível:
- pela definição 1, trata-se do que é tocável, possível de ser apalpado. Sendo assim algo concreto, material, com existência substancialmente real;
- pela definição 2, algo tão precisamente identificado ou percebido pela mente, que acaba ganhando grau de tangível, tal como a tristeza, no exemplo dado.
Vemos assim, que em inglês a palavra tangible pode estar associada a substantivos concretos e, em casos especiais, a abstratos.
O termo "tangível" pode ajudar a entender porque certos produtos valem muito mais do que o valor dos materiais que os compõe, ou porque determinadas empresas têm valor de mercado estimado em centenas de vezes a soma de seus ativos.
Muito cuidado deve ser dado em não confundir algo intangível com algo ainda latente.
Quando entramos no terreno da contabilidade, há grande importância em definirmos se um ativo é tangível ou intangível, porém o critério de decisão não diz respeito ao quão concreto se trata, mas sim se é possível de ser avaliado em um valor real ou aproximado.
Uma patente pode ser um bom exemplo. Enquanto é apenas uma capacitação da empresa desenvolver um processo e utilizá-lo, por mais fácil de ser percebido que seja, quase tangível portanto, contabilmente falando, trata-se de um ativo intangível, pois não há como considerá-la no balanço contábil da empresa, já que ainda não há como individualizar seu preço.
Uma vez que tenha sido patenteado o processo, torna-se possível estimar seu valor no mercado, pois é possível transacionar patentes, passando assim a tratar-se de um ativo tangível, mesmo que na prática não se venha a encontrar alguém interessado em comprar tal patente.
Naturalmente, o atribuir valor a uma patente e incluí-lo no balanço traz uma série de conseqüências do ponto de vista contábil, que fogem ao escopo desta discussão.
Já do ponto de vista econômico, o que importa são os capitais como fatores de produção. O capital financeiro, facilmente associado aos ativos tangíveis na contabilidade, pode ser separado de outros capitais de ordem mais intelectual, tais como os trunfos que permitem à firma a obtenção de ganhos extraordinários, ao lhe estabelecerem vantagens competitivas, ainda que os ativos correspondentes não estejam descritos no balanço contábil. Estes capitais são fundamentados no conhecimento dos trabalhadores da empresa, a reputação dela junto ao mercado, suas boas relações com clientes e fornecedores, capacitações em design etc. havendo vários bons e diferentes modelos tentando melhor conceituar estes elementos diferenciadores difíceis de imitar.Vê-se assim, que apesar de intangíveis, nada tem a ver com fantasmas, produzindo resultados bem reais.
Forte abraço
Fernando Goldman
sexta-feira, 19 de junho de 2009
O Apagão das Engenharias no Brasil
Segue a notícia do site do JIE - Jornal de Itaipú Eletrônico. Para acessá-la entre em http://jie.itaipu.gov.br?nid=11883&secao=noticias_itaipu&q=node/11883&conteudo=11883&conteudo=11883
Para ver a apresentação, acessem www.slideshare.net/goldman
Forte abraço
Fernando Goldman
"Apagão" das engenharias no Brasil
18/06/2009 09h35
As razões da queda na procura pelos cursos de Engenharia nas universidades brasileiras, verificada nos últimos anos, foi discutida nesta quarta-feira no IX Sinconee - Seminário Nacional da Gestão da Informação e do Conhecimento no Setor de Energia Elétrica, que está acontecendo em Brasília. O painel "O Apagão das Engenharias no Brasil" foi coordenado pelo professor Heitor Pereira, presidente da SBGC - Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento, e contou com a participação de três engenheiros: Fernando Goldman, de Furnas, Neuza Lobato, da Eletronorte, e Maria de Fátima Silva, da UNB.
Depois de expor seus pontos de vista sobre as causas e consequências desse processo, todos disseram que a solução do problema é uma questão de estratégia nacional, pois uma engenharia forte é a principal condição para o desenvolvimento de um país.
As apresentações estarão disponíveis para consulta no site do evento: www.sinconee.com.br.
Contexto, causas e consequências. O engenheiro Fernando Goldman analisou o contexto, as causas e as consequências do fenômeno que ocorre com a formação do engenheiro no Brasil. Ele mencionou Gerschenkron (economista de Harvard), que analisa as economias retardatárias da Alemanha e da Rússia em relação à avançada Inglaterra, no século IX.
Segundo esse autor, as economias bem sucedidas se viabilizam com capital, empreendedorismo, mão-de-obra quaficada e tecnologia. Os retardários, como é o caso do Brasil em relação às economias industriais, podem até auferir vantagens dessa condição, porque conhecem os erros e os acertos dos que passaram por essas fases. Isso, no entanto, merece perspicácia e atenção, além de um tratamento estratégico. E é isso, segundo Goldman, que não estamos praticando adequadamente, por não dar ênfase necessárias às áreas de ciências exatas e biológicas.
Goldman apresentou um dado de 2006, quando 40% das matrículas no ensino superior brasileiro foram feitas nas áreas de ciências sociais e humanas e somente 7% o foram na área de ciências exatas. O índice é absolutamente insuficiente para assegurar o progresso tecnológico brasileiro. Ele comparou a média mundial dos indicadores relativos às políticas públicas de incentivo à formação técnica da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento (OCDE) e constatou que o Brasil está abaixo desses parâmetros, enquanto a Coreia do Sul, por exemplo, tem vários indicadores acima da média da OCDE. Já a Dinamarca possui todos os parâmetros acima da média, para citar um exemplo de extremo sucesso.
Ele finalizou tecendo comparativos com os resultados obtidos pela "revolução coreana", sob os ângulos da educação, recrutamento, emprego e aposentadoria, e o fundamental papel do Estado nesse processo. Segundo ele, isso dá indícios muito consistentes do que se deverá fazer no Brasil para que as engenharias retomem seu papel proativo na sociedade.
domingo, 14 de junho de 2009
Solicitação de texto introdutório de GC
Quando alguém me pede recomendação sobre algum livro introdutório ao tema GC, eu recomendo fortemente ler o livro de Nonaka e Takeuchi, "A Criação do Conhecimento Organizacional - Como as empresas japonesas geram a dinâmica da inovação" de 1995.
É um marco em GC, apesar de não ser sobre GC. Muitas vezes não é lido, ou é mal lido, o que acarreta algums erros conceituais básicos. Se você ainda não leu, leia-o lentamente, curtindo cada palavra.
Apesar do tempo de publicação, ele ainda é bem atual e base para outras leituras, mesmo as que o criticam.
Forte abraço
Fernando Goldman
segunda-feira, 8 de junho de 2009
KM is the most important part of the Learning Organization
If you look at my model,
http://kmgoldman.blogspot.com/2009/06/goldmans-model-dynamics-of-relationship.html ,
you will see that it is exactly about The Dynamics of the Relationship between Knowledge Management and Organizational Learning. Unlike other authors, for me KM is the most important part of the Learning Organization. Without a good KM, consciously or not, there is no Organizational Learning, understood as the firm's adaptation to changes in its business environment.
I liked very much your comments on KM for Development and Public Policies. I hope to return to this point later.
Best Regards
Fernando Goldman
Copies to:
1. - http://www.kmgoldman.blogpot.com/
2. - http://apintalisayon.wordpress.com/will-knowledge-management-disappear/
3 - http://www.linkedin.com/groupAnswers?viewQuestionAndAnswers=&gid=47726&discussionID=3998012&goback=%2Eanh_47726
domingo, 7 de junho de 2009
Let's differentiate KM from OKM
Of course, the other 25 bullet points that you pointed out are very important( See http://apintalisayon.wordpress.com/will-knowledge-management-disappear/ ). But perhaps the key point to better understand the meaning that we must give to the term "Knowledge Management" is the last one: The term “knowledge management” may not last long but I believe the underlying need to create and manage intangible assets in the new global economy would stay much longer (74% of Gross World Product is created of Gross World Product is created by intangible assets). Note that I don´t say "the meaning that we give", but "the meaning that we must give." I have won most of the difficulties of the executives with KM, not using the term Knowledge Management, but using Organizational Knowledge Management. Let's differentiate KM from OKM.
Best Regards
1. - http://www.kmgoldman.blogpot.com/
1. - http://apintalisayon.wordpress.com/will-knowledge-management-disappear/
3 - http://www.linkedin.com/groupAnswers?viewQuestionAndAnswers=&gid=47726&discussionID=3998012&goback=%2Eanh_47726
sábado, 6 de junho de 2009
Conceito de GCO - Modelo de Aprendizagem
Esta mensagem foi publicada na Mesa de Debates 2 do 7º SENAED em Dom, 31 de Mai de 2009 2:45 pm
Mensagem de : Fernando Goldman
Empresa : SBGC-RJ
Tipo de participação: ( X ) Integrante da Mesa ( )Participante
Em resposta a: Lucio A. Medrano Castillo - mensagem 77
Prezado Lúcio
Fiquei esperando uma complementação da sua última resposta,mas não veio.
De qualquer forma, não gostaria de deixar de comentar uma parte importante de seu questionamento inicial.
Todo modelo é uma representação simplificada da realidade. Através de diferentes modelos podemos representar ou tentar prever o comportamento de um sistema ou de partes dele. Através de modelos podemos tentar melhor entender desde um pequeno processo localizado a processos que envolvam todo o sistema. Basta escolher o modelo adequado. O modelo também define a forma como atacamos a situação problema. Assim, podemos ter modelos ortodoxos ou evolucionistas, na economia, por exemplo.
Você tem toda razão quando diz que meu modelo para a dinâmica da relação entre Gestão do Conhecimento Organizacional e Aprendizado Organizacional é baseado no modelo do Aprendizado Organizacinal de Argyris e Schoen. Aliás este é, a meu ver , um ponto forte do modelo. Argyris e Schoen são pesquisadores que publicaram por mais de 30 anos e são ainda bastante respeitados academicamente e como prescritores, mesmo que muita coisa nova tenha surgido depois deles e principalmente baseado neles.
Um dos méritos do modelo que venho propondo é, humildemente, dar continuidade ao trabalho deles, corrigindo o caráter behaviorista detectado por vários autores no modelo deles. O grande salto está justamente em propor a GCO como elemento viabilizador, endógeno á firma, da decisão de efetuar o double-loop.
Para um melhor entendimento do modelo e para que possamos aprofundar esta discussão, recomendo a leitura de Nelson e Winter, Uma teoria evolucionista da mudança econômica, de 1982, que já foi lançado em portugues pela UNICAMP.
Forte abraço
Fernando Goldman
Medição de Ativos Intangíveis
Esta mensagem foi publicada na Mesa de Debates 2 do 7º SENAED em Qui, 28 de Mai de 2009 2:48 pm
Assunto: Medição de Ativos Intangíveis
Mensagem de: Fernando Goldman
Empresa: SBGC - RJ
Tipo de participação: ( X ) Integrante de Mesa ( ) Participante
Em resposta a: Marcio Moacir Pereira Mensagem 101
Prezado Marcio
Você tem toda razão quando diz que em sua opinião a falta de percepção dos benefícios que a Gestão do Conhecimento pode trazer ao processo de Planejamento Estratégico ( eu diria a todos os processos de conhecimento) nas empresas se deve a dificuldade de se medir ativos intangíveis das companhias.
aproveitando e respondendo à pergunta anterior do Wladson Alcantara( mensagem 99), quando se descobre que o compromisso da GC é com a longevidade da empresa, fica difícil quantificar os resultados obtidos no curto prazo, pois no curto prazo ela continuaria existindo por inércia. Mas isto não deve ser fator de desestímulo para implantar um processo de GC.
Concordo ainda com o Moacir, quando diz que a adoção pelas empresas de um modelo dará mais visibilidade ao processo de GC, a sua condução e um entendimento dos produtos e ações que serão gerados e os diferentes indicadores quantitativos caso a caso.
Eu acrescentaria apenas que além desses incadores quantitativos específicos de cada ação ou prática de apoio, a avaliação qualitativa, leia-se de maturidade, precisa ser melhor trabalhada.
Forte abraço
Fernando Goldman
GC x Planejamento Estratégico
Esta mensagem foi publicada na Mesa de Debates 2 do 7º SENAED em Qui, 28 de Mai de 2009 10:29 am
Assunto: (Mensagem para os inicantes) É possível explicitar conhecimento tácito ?
Mensagem de: Fernando Goldman
Empresa: SBGC - RJ
Tipo de participação: ( X ) Integrante de Mesa ( ) Participante
Em resposta a: Wladson Alcantara Mensagem 99
Prezado Wladson
Antes de responder diretamente sua pergunta, acho oportuno um esclarecimento.
Algumas mensagens atrás, eu informei que os comentários que eu faria aqui seriam baseados no Modelo da Dinâmica da Relação entre Gestão do Conhecimento Organizacional e Aprendizado Organizacional ( ver http://kmgoldman.blogspot.com/2009/05/modelo-goldman-da-dinamica-da-relacao.html)
Eu sou daqueles que acreditam que quem tem um modelo não se perde. E mais: acredito que só quem tem um modelo pode melhorar seu modelo.
Assim, olhando o modelo citado vemos que diferentemente do que muitos pensam, não é apenas a GC que é influenciada pelo Planejamento Estratégico ( um dos processos de conhecimento).
Há um processo recursivo em que uma empresa que realmente faz Gestão do Conhecimento, a realimenta e possibilita que ela aperfeiçoe o processo de Planejamento Estratégico.
Isto se chama Capacitação Dinâmica, ou rotina de 2ª ordem.
Quando você vê o histórico do Planejamento Estrágico da Petrobrás, por exemplo, percebe que são traçadas visões de longo prazo e que essas visões de longo prazo vão sendo modificadas de acordo com o andamento dos fatos. Essa capacitação de modificar a visão, ou porque a anterior já foi cumprida, antes do prazo previsto, ou porque não atende mais o ambiente de negócios da empresa é chamada uma capacitação dinâmica.
Uma vez definidos os demais parâmetros do Planejamento Estratégico é que são definidos planos de ação para os Processos Operacionais.
Veja bem a importância de entender que a GC é um meta-processo. Há muita gente que leva anos sem fazer GC, esperando que o Planejamento Estratégico indique as ações a tomar, sóque ainda não fizeram o Planejamento Estratégico. É exatamente o contrário. Quando você começa a fazer Gestão do Conhecimento ( mesmo que não lhe dê este nome) você começa a ganhar capacitação para fazer um bom Planejamento Estratégico. Não é uma solução que se compre no mercado. Não é um software. Não é um pacote. Entende?
Agora, se você segue um outro modelo, daqueles que diz que a Gestão do Conhecimento é responsável por elencar os treinamentos que deverão ser comprados, provavelmente você também não conseguirá fazer Planejamento Estratégico de forma sustentável. Mesmo que contrate uma consultoria. Fará uma ou duas rodadas e depois perceberá que a empresa não tem musculatura para levar o processo adiante.
Forte abraço
Fernando Goldman