Prezados
Há um conjunto de definições banais sobre o que é Gestão do Conhecimento, largamente difundidas, que se apoiam em verbos aplicados ao conhecimento. Eu as abomino. Em contrapartida, gosto muito da frase abaixo:
"Não se pode gerir o conhecimento -, ninguém pode. O que você pode fazer é gerenciar o ambiente em que o conhecimento pode ser criado, descoberto, capturado, compartilhado, destilado, validado, transferido, aprovado, adaptado e aplicado ". Chris Collison e Geoff Parcell em Learning to Fly: Practical Knowledge Management from Leading and Learning Organizations*
Pareço incoerente? Não sou. Criar, descobrir, capturar, compartilhar, destilar, validar, transferir, aprovar, adaptar, aplicar, experimentar, proteger, aprimorar, disseminar e tantos verbos quantos sejam possíveis de aplicar ao conhecimento, não são em si próprios ações de Gestão do Conhecimento Organizacional. São sim ações de quem trabalha bem. De quem lida diretamente com o conhecimento e sabe fazer isso bem.
A Gestão do Conhecimento Organizacional, sendo um metaprocesso, que se propõe a lidar com as políticas e processos que impactam o conhecimento organizacional, não lida diretamente com o conhecimento, não podendo portanto exercer nenhuma ação direta sobre ele.
Por isso, quando vejo aqueles modelos de Gestão do Conhecimento cheios de verbos - e seus autores se imaginam gerindo conhecimento mesmo, não o conhecimento organizacional - eu fico arrepiado. Mais do que arrepiado, preocupado.
Forte abraço
Fernando Goldman
* “You can’t manage knowledge – nobody can. What you can do is to manage the environment in which knowledge can be created, discovered, captured, shared, distilled, validated, transferred, adopted, adapted and applied.”
Capes, CNPq e as jabuticabas
Há 9 anos
Nenhum comentário:
Postar um comentário