Mensagem originalmente postada na Comunidade Web+PróAtiva
Meu Prezado Carlos Alberto e demais
Não é minha intenção criar polêmica, nem diminuir o brilho do texto escrito pelo Ricardo, mas trata-se de uma boa oportunidade de tentar melhor entender uma confusão conceitual, constantemente presente em discussões sobre a relação entre Dados, Informação e Conhecimento.
O autor do texto escreveu:
É feita aqui a distinção entre "dado" (valor sem significado), "informação" (dado com significado) e "conhecimento" (informação estruturada e contextualizada).
Para os que têm algum apreço pela lógica formal, de imediato surge uma contradição, pois se o conjunto dos dados fosse o conjunto do que é sem significado e o conjunto das informações fosse o conjunto interseção do que tem significado com o conjunto dos dados, claro estaria ser o conjunto das informações o conjunto vazio.
É preciso muito cuidado com o que talvez seja resultado de alguma tradução mal feita ou um simples erro de interpretação, induzindo-nos a pensar em dados como algo a priori sem significado.
Dados devem ser entendidos, e uso aqui um pouco do que li no genial Gregory Bateson, como tudo que chega ao aparato sensorial de um sistema que irá processá-los. Esse sistema, mediante operações pré-definidas, classifica-os ou como tendo significado para o sistema, sendo considerados informação, ou como ruído, devendo ser descartados.
O ser humano é um sistema com características muito especiais, pois além de ser capaz de descartar o ruído, pode ainda perceber algum padrão nele e intuir alguma emergência, que irá se transformar em informação.
Os entusiastas da Inteligência Artificial logo dirão que sistemas bem programados podem ser capazes de minerar informações entre enormes volumes de aparentes ruídos, de uma forma que nenhum ser humano é capaz de fazer e têm razão. Eu, porém, falo de algo mais sutil. Algo especial que distingue o ser humano, dando-lhe a capacidade de "desconfiar que alguma coisa nova está acontecendo".
Forte abraço
Fernando Goldman
Capes, CNPq e as jabuticabas
Há 9 anos
Um comentário:
Fernando, agradeço o comentário no meu blog.
As coisas estão ficando cada vez mais claras. É o que você falou na aula, Gestão do Conhecimento não tem conceito, são várias idéias mas que se repetem. Quando eu falei sobre a aula ter sido pirante foi num bom sentido. Quis dizer que foi diferente do ritmo atual (o que sabíamos que seria) mas também que me deixou questões a serem pensadas e analisadas.
Tenho um conhecimento de espectadora sobre o assunto pois minha mãe trabalha há 30 anos na mesma empresa e como gerente de projetos comanda uma equipe com mais de 100 funcionários em todo o Brasil. Com isso, todos os meses ela faz a avaliação das competências e acaba me ensinando algo, por eu ser muito curiosa e sempre questioná-la.
Abraços.
Flavia Garcia Reis
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