Mensagem originalmente postada no Fórum da SBGC em 17/01/2007
Caro Paulo Silva
Embora concordando com a maior parte dos conceitos que você expôs, tenho medo quando leio “gestão do conhecimento é um processo essencialmente cultural “, pois isso pode induzir a uma despreocupação com as métricas, mas aí já é outra história.
O que não ficou claro para mim, foi se ao dizer "parece-me", sua opinião sobre o livro de Tiwana foi construída após a leitura do mesmo, ou, como acredito eu, foi apenas influenciada pelo sub-título: "practical techniques for building a knowledge management system”.
Pois a mim, a impressão sobre o livro é exatamente inversa da sua.
Em seu livro Tiwana destaca que "organizações que experimentaram a tecnologia como elemento principal da Gestão do Conhecimento, aprenderam uma lição dolorosa".
Como todos nós sabemos, após um período inicial de ênfase equivocada nas ferramentas de Tecnologia da Informação(TI), em todo o mundo a Gestão do Conhecimento vem se firmando como condutora de ações de incentivo à criatividade e inovação tecnológica, visando à otimização e o desenvolvimento de novos produtos, processos e sistemas.
Hoje, Gestão do Conhecimento é o nome dado a um conjunto de práticas que procuram gerenciar as circunstâncias que o conhecimento precisa para prosperar na organização. É sempre importante destacar que Gestão do Conhecimento não é uma tecnologia ou uma solução ou simplesmente um pacote de softwares, mas sim um processo.
Talvez a faceta do conhecimento mais difícil de lidar no ambiente empresarial e talvez a que mais implique em real diferenciação competitiva das organizações é a criação do conhecimento, e ela está diretamente relacionada ao conhecimento tácito.
Para que a organização seja efetivamente competitiva, em um mundo de crescente complexidade e mudanças constantes, o conhecimento precisa ser continuamente criado, havendo, portanto, a necessidade de converter conhecimento do plano tácito para o explícito, um dos principais focos da Gestão do Conhecimento.
Exatamente onde TI deixa a desejar.
Por outro lado, isto não significa que as ferramentas tecnológicas existentes para apoio à Gestão do Conhecimento devam ser desconsideradas. Ao contrário, podem desempenhar importante papel ferramentas tecnológicas tais como: Gerenciadores de e-mail, Desktop publishing, ferramentas de indexação de conteúdo, web publishing, websites, intranets, listas de discussão, instant messengers, chat, vídeo conferência, editores gráficos/de imagens, GED, bancos de dados,Data Warehouses, workflow, workgroup e-learning,portais e etc.
A TI criará, cada vez mais, novos processos que transformarão completamente os sistemas tradicionais de gestão, porém TI para se desenvolver precisa estar disponível a todos, e aí deixa de se constituir em efetivo fator de diferenciação, ao contrário do conhecimento.
Nas palavras de Tiwana :
"A solução prática encontra-se em uma síntese amigável das pessoas com a tecnologia, e da mudança cultural com a mudança tecnológica. O slogan é "pessoas primeiro, tecnologia depois".
Forte abraço
Capes, CNPq e as jabuticabas
Há 9 anos
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