quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Se você não entende um assunto, só dando um curso

Prezados Robson, Ferdinand e demais

A frase "quem aprende ensina ao aprender", do Paulo Freire, me parece bem natural. Quem dá algum tipo de aula sabe que ao ser confrontado com as dúvidas do aluno, um mestre põe à prova seu conhecimento e, dependendo do nível dos alunos, até o amplia, em um processo bastante ativo, de ambas as partes.
 
Vale aqui lembrar uma frase do saudoso mestre Antônio de Barros Castro, reproduzido nas notas do seu livro póstumo, recém lançado, Do Desenvolvimento Renegado ao Desafio Sinocêntrico: "Se você não entende um assunto, só dando um curso".

Forte abraço
Fernando Goldman

domingo, 16 de setembro de 2012

Prezados

Compartilho com vocês uma pírula de Paulo Freire.

Forte abraço

Fernando Goldman



Fonte: Atividades para Alfabetização e Educação Infantil -> http://www.atividadeeduca.com/

sábado, 8 de setembro de 2012

A objetividade que nos idiotiza.

Prezados

Eu gostaria de compartilhar com os leitores deste blog (há indícios de que eles existem, embora praticamente só o Ferdinand da Petrobras faça comentários) uma postagem feita pelo querido João Mattar no Facebook:

  • mano, é incrível a obsessão do design instrucional clássico por segmentar: eles saem fatiando td o q veem pela frente e embalam em pílulas q podem então ser depositadas em bancos de questões ou repositórios de conteúdos: objetivos e objetos de aprendizagem, unidades, testes de múltipla escolha com 4 ou 5 alternativas (e apenas 1 correta), conteudista/redator/designers/tutor etc. desenvolveram uma maestria impressionante p quebrar o fluxo do pensamento e a conexão entre as ideias, p desmontar o universo mental e simplificar ao limite a realidade. estão transformando o ensino em um processo de colocar na boca do aluno individual (e não em rede) pílulas minúsculas e palatáveis, polidas, coloridas e adocicadas. através de uma metódica alquimia do controle pela fragmentação, conseguiram produzir os menores componentes possíveis da aprendizagem, seus elementos primordiais, suas pedras filosofais.
Numa tacada só o cara explicou um monte de coisas. Sabe por que? Porque embora o foco dele seja criticar o que chama de "design instrucional clássico", Mattar percorre diversas mazelas da sociedade brasileira.
Antes que alguém diga, com propriedade, que tais mazelas não são exclusivas da nossa sociedade, gostaria de deixar claro que, mesmo consciente disso, meu foco é melhorar o Brasil e por isso vou analisar os flagelos mais próximos.
Mas voltando ao Mattar, ele nos ajuda a entender os becos lamacentos em que andamos patinando na chamada Gestão do Conhecimento Organizacional.
Completamente distantes da ideia de Conhecimento Organizacional e em que poderia consistir a sua gestão, encontramos nas empresas hordas de profissionais bem intencionados, confundindo Gestão do Conhecimento Organizacional com Educação Corporativa, caindo na cilada apontada pelo Mattar, fatiando aquilo que eles imaginam ser o conhecimento da empresa, embalando-o (explicitando-o) em pílulas que podem então ser depositadas em repositórios ditos de conhecimento, indo se configurar nos famigerados manuais da empresa, que em última análise não podem deixar de existir, mas refletem apenas os resíduos do verdadeiro conhecimento.
Muito embora possa parecer aos desavisados que eu e o Mattar tratamos de assuntos bem diferentes, ambos, temos como pano de fundo a objetividade que nos idiotiza.
Forte abraço
Fernando Goldman

Postagem revisada em 11.09.2012

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Votando em um conhecedor

Prezados Amigos


Desencantado com a política e os políticos em geral, estava alheio às próximas eleições municipais na Cidade do Rio de Janeiro. Porém, recentemente tive a agradável surpresa de descobrir que um profissional, que há alguns anos me prestou brilhantes serviços de advocacia e desde então tenho na conta de meu amigo, está se candidatando a vereador em nossa cidade.

Trata-se do Dr. Luiz Fernando Arruda que é advogado militante há mais de quarenta anos, sempre na esfera do Direito Imobiliário, membro do Instituto dos Advogados do Brasil, tendo sido Diretor Jurídico do Patrimônio da União. É atualmente consultor jurídico reconhecido como profissional de notório saber, usando seu conhecimento para defender os oprimidos pelo poder econômico, como foi meu caso. Carioca de Botafogo, pai e avô, possui uma biografia irretocável, prestando serviços comunitários em diferentes bairros do Rio.

Indicar o nome do Dr. Luiz Fernando é para mim uma honra e uma forma de reagir ao atual deplorável estado de coisas que acontecem na Câmara de Vereadores da Cidade do Rio de Janeiro e que são de ampla divulgação na imprensa.

Por isso tomo a iniciativa pessoal inédita em minha vida de pedir o seu voto para o Dr. Luiz Fernando Arruda, candidato 43344 do Partido Verde, na certeza de que contaremos com a presença de uma pessoa honesta, trabalhadora e um profundo conhecedor da Cidade do Rio de Janeiro e seus problemas.



Forte abraço

Fernando Goldman

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Voltando a dados, informação e conhecimento

Prezados


Certas bobagens ganham ares de verdades absolutas quando repetidas muitas vezes. Não importa quantas vezes se tenha lido ou ouvido uma bobagem, ela é apenas uma bobagem.

Em Gestão do Conhecimento Organizacional há uma bobagem que é dita e repetida como verdade absoluta por muita gente boa. E como muita gente boa já disse tal bobagem, é natural que muitos a tomem como ponto de partida e a repitam sem pensar.

Trata-se da famosa ideia da pirâmide do conhecimento. Aquela história de dados, informação e conhecimento.

Não vou ser audacioso a ponto de dizer que a famosa pirâmide do conhecimento é uma bobagem absoluta. Devem existir muitos contextos onde ela possa fazer sentido e possa ser importante discutir como se passa de dados para informação e daí para conhecimento. De imediato, sou capaz de reconhecer que a bem conhecida hierarquia proposta originalmente por Russell Ackoff – em 1989, em seu discurso aceitando a presidência da International Society for General Systems Research – possa ser útil para uma melhor compreensão, por exemplo, de sistemas de controle automatizados, mas a verdade é que ela contribui muito pouco para, ou mesmo atrapalha, o entendimento do conhecimento em ambientes organizacionais.

Imaginemos um sistema de controle automático de um circuito elétrico composto de algumas chaves secionadoras. Estas chaves podem estar em duas posições (estados), que usualmente são definidos como: fechada – quando permite a passagem de corrente pelo seu ramo do circuito – e aberta – quando não permite. O sistema de controle precisa saber o estado de todas as chaves do circuito para poder controlá-lo. A indicação do estado de cada chave é obtida indiretamente por algum tipo de sensor que envia um dado bruto (zero ou um) ao sistema. Uma vez recebido este dado, ele é convertido pelo sistema em informação, ou seja, seu verdadeiro significado: chave aberta ou fechada. De posse das informações sobre os estados das chaves, o sistema de controle é capaz de seguir sequências predefinidas por seres humanos, programas, de tal maneira que parecerá a um observador menos avisado que o sistema é capaz de tomar decisões, em algo parecido com conhecimento. Neste contexto, a pirâmide dados – informação – conhecimento faz todo sentido.

Imaginemos agora um exemplo em que em uma grande empresa se precisa descobrir com quem se deve falar numa repartição da prefeitura para desembaraçar a aprovação de um projeto que está emperrada.

Várias pessoas podem ter tentado sem sucesso, até que um administrador, bastante experiente, tome para si a missão de desembaraçar o processo, indo pessoalmente á prefeitura e descobrir que a coisa só anda naquela tal repartição se for consultado um determinado arquiteto, que aprova os projetos, embora ele não esteja na hierarquia oficial de decisão. Depois desta feliz descoberta, alguém pode resolver registrar no “Manual da Empresa” a forma adequada de desembaraçar aquele tipo de processo na prefeitura, registrando a necessidade de se consultar o tal arquiteto.

Como a hierarquia é dita dados – informação – conhecimento, é comum as pessoas pensarem que “saber o nome do arquiteto” é o ponto final da história, sendo o conhecimento que resultou deste trabalho. Mas não é. No problema empresarial descrito, é o conhecimento do tal administrador (sua capacidade de ação eficaz, sua habilidade em identificar um problema e resolvê-lo) é que vai gerar uma informação importante (o nome do arquiteto), passível de ser registrada, ou seja, conhecimento gerando informação.

Há um grupo bastante numeroso de pessoas que acreditam honestamente que fazer a “Gestão do Conhecimento” é registrar o nome do arquiteto da prefeitura no “Manual da Empresa” e registrar a sequência necessária para que aquele tipo de processo ande, não percebendo que isso nada mais é do que um conjunto de informações resultante do conhecimento do administrador.

Tudo bem. Nada contra fazer tal tipo de registro. É claro que quem trabalha bem não quer perder tempo reinventando a roda, mas acreditar que o “Manual da Empresa” contenha conhecimento é desconsiderar tudo que já aprendemos de importante sobre o conhecimento e seu caráter dinâmico.

Tudo aquilo que pode ser registrado no “Manual da Empresa” é informação. Na verdade, conteúdo que pode ser transmitido tornando-se assim informação. Quem diz estar “fazendo a Gestão do Conhecimento“ ao atualizar o “Manual da Empresa”, se engana, não percebendo estar fazendo Gestão de Informações. Importante, não resta dúvida, mas insuficiente para empresas que procuram por meios de alavancar sua criação de conhecimento organizacional.

Decorre daí tanta frustração nas empresas por ações capitaneadas, em geral, por setores de RH e batizadas de “fazer a Gestão do Conhecimento“.

Forte abraço


Fernando Goldman

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Modelos de Maturidade em Gestão do Conhecimento

Prezados

Seguem os slides da apresentação feita hoje, 24.08.2012, no KM Brasil 2012 sobre Modelos de Maturidade em Gestão do Conhecimento.


Forte abraço
Fernando Goldman

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Nota de Falecimento

Prezados
Comunico o falecimento de minha mãe Gitla Goldman, ocorrido neste domingo. O Corpo está no Chevra Kadisha, à Rua Barão de Iguatemi, 306, Tijuca - CEP 20270-060. Tel: (21) 2502-9933, www.chevrakadisha.com.br, devendo o sepultamento ocorrer no Cemitério Israelita de Vilar dos Teles, no início da tarde desta segunda feira, em horário ainda a ser confirmado.
Forte abraço
Fernando Goldman

quarta-feira, 25 de julho de 2012

A Dimensão Tácita do Conhecimento e sua Conversão Social

Prezados

Uma série de questões sobre o conhecimento no âmbito dos diferentes tipos de arranjos organizacionais (empresas, ONGs, repartições públicas, entidades religiosas, políticas, civis e militares, etc.) vem desafiando pesquisadores dos mais diferentes campos do saber. A grande maioria destas questões se resume numa fundamental: ‘o que é Gestão do Conhecimento?’.

Em outras palavras, uma vez definida a importância de se reconhecer o conhecimento como o principal ativo ou recurso de um arranjo organizacional, em que consistiria sua gestão? A pergunta se torna menos trivial, quanto mais se compreendem as dificuldades envolvidas em lidar com o caráter dinâmico do conhecimento.

Não faltam exemplos de ações bem intencionadas que alocaram recursos de empresas competentes, buscando coisas aparentemente simples, como, por exemplo, capturar e codificar o conhecimento tácito de pessoas importantes para a empresa, transformando-o em conhecimento explícito, a ser compartilhado com todos. Ações ingênuas deste tipo, invariavelmente, vêm terminando em enorme frustração, desperdício de tempo e perda de dinheiro.

Embora seja sempre mais fácil por a culpa na falta de cultura de compartilhamento, que estaria enraizada nos profissionais mais competentes, é preciso repensar porque os profissionais de RH, em geral responsáveis por aquelas ações, ditas de Gestão do Conhecimento, se comportam como naquela metáfora do ‘homem cego, num quarto escuro, procurando o gato preto, que nem está lá dentro’.

Não faltam vozes pregando a necessidade de mais pesquisa empírica, de nada adiantando usar o velho argumento de Kurt Lewin, de que ‘não há melhor prática do que uma boa teoria’.

As pessoas querem pesquisar o conhecimento, mas não têm uma ideia mínima do que é o conhecimento. Querem pesquisar a inovação, mas não conseguem estabelecer uma ligação entre ela e o conhecimento. Querem entender o conhecimento no âmbito organizacional, mas não têm certeza se existe um conhecimento organizacional, nem como ele se dá. Querem entender o papel das rotinas para o conhecimento, mas não conseguem discernir se a relação entre as habilidades humanas e as rotinas organizacionais se dá por analogia ou é de ordem ontológica. Querem entender as Capacitações Dinâmicas das empresas de crescimento sustentado, mas não conseguem perceber capacitações como conhecimento adequado a determinado tipo de ação.

Muitos pregam a necessidade de mais pesquisa prática para observar o conhecimento, esquecendo Einstein, quando dizia que ‘se você pode observar  uma coisa ou não, depende da teoria que você usa. É a teoria que decide o que pode ser observado’.

Assim, é inegável a necessidade de uma teoria que sirva de ponto de partida, para se ser efetivo na pesquisa sobre o conhecimento no âmbito organizacional.

O artigo de Ikujiro Nonaka, ‘A dynamic theory of organizational knowledge creation’, publicado em 1994*, é tido por muitos como o ponto de partida para o desenvolvimento da chamada Teoria da Criação do Conhecimento Organizacional (TCCO).

A TCCO vem contribuindo para o desenvolvimento e uso de dois importantes conceitos, naquilo que vem sendo denominado de Ciência Organizacional. Primeiro, a dimensão tácita do conhecimento, usualmente referida como ‘conhecimento tácito’ e a conversão social do conhecimento, usualmente referida apenas como ‘conversão do conhecimento’.

Duas premissas têm sido identificas na TCCO, sobre as quais mais de 18 anos de trabalho acadêmico profícuo tem sido realizado:

ü  as dimensões tácita e explícita do conhecimento podem ser conceitualmente diferenciadas ao longo de um continuum; e

ü  a conversão social do conhecimento explica, teórica e empiricamente, a interação social entre a dimensão tácita e a explícita do conhecimento.

Qualquer pesquisa que se proponha a melhor entender o conhecimento no âmbito organizacional deveria estabelecer seus pontos de partida. As premissas acima citadas, desde que bem entendidas e aplicadas, seriam excelentes pontos de partida para pesquisas envolvendo o conhecimento no âmbito organizacional. E caso não sejam utilizadas, é muito importante se estabelecer o porque não.  

Forte abraço

Fernando Goldman
*NONAKA, I. A dynamic theory of organizational knowledge creation, Organ. Science, v. 5, p. 1, p.14–37,1994.

domingo, 22 de julho de 2012

O que são conhecimentos explícito e tácito?

Prezados

Em 25/05/2006, quando era o mediador do Fórum da SBGC, respondi uma pergunta ali postada, tentando ajudar a esclarecer as diferenças entre o conhecimento tácito e o explícito, no âmbito da Teoria da Criação do Conhecimento Organizacional (TCCO). O texto, então, apresentado refletia tal contexto.
O referido texto continha informações colhidas no livro de Nonaka e Takeuchi de 1995 ( traduzido no Brasil em 1997), que é um dos alicerces da TCCO, a qual vem passando desde então por constantes refinamentos, propostos por Nonaka e seus diferentes coautores, visando eliminar a possibilidade de interpretações errôneas.

Cinco anos mais tarde, o texto daquela resposta apareceu numa News da SBGC, o que poderia induzir o leitor a pensar se tratar de um artigo acabado de ser preparado por mim e que, naturalmente, expressaria minha opinião atualizada e completa sobre o assunto.
Este material, disponibilizado na News da SBGC, sob o título ‘O que são conhecimentos explícito e tácito?’, acabou também sendo publicado na Revista Ser Mais, nº 20, ano 3, conforme link http://issuu.com/editora.ser.mais/docs/sermais_-_edicao_20 .
Desde então, diversas pessoas têm me solicitado autorização para reproduzir aquele texto. Pois bem, não há nada, a princípio, que precise ser alterado naquele texto, mas eu sempre faço a ressalva de que é fundamental entendê-lo em seu contexto e ter em mente que tácito e explícito não são dois tipos de conhecimento, mas, sim, duas dimensões do mesmo conhecimento.
Esta importante ideia não foi citada naquele texto, pois seu objetivo imediato era, tão somente, responder uma pergunta no fórum, sobre as diferenças entre o conhecimento explícito e o tácito e não se aprofundar nas ideias de Polanyi ou na forma como a TCCO as usa, o que é sempre muito importante quando se tem a preocupação de evitar os constantes malentendidos que envolvem o conhecimento tácito.
Forte abraço
Fernando Goldman

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Artigo “Narrativas nas Empresas” disponível na Internet

Prezados

Está disponível para leitura na Internet o livro “Contadores de Histórias: um exercício para muitas vozes”, organizado pela Benita Prietro, do qual tive a honra de escrever o capítulo sobre o papel das narrativas nos ambientes empresariais.


Composto de textos, entrevistas, depoimentos, ensaios inéditos de contadores de histórias brasileiros, que têm reconhecimento nacional na sua atividade, o livro se propõe a ser uma referência na área.

Participam contadores que desenvolvem projetos de leitura usando a narração oral e artigos de pesquisadores de áreas ligadas à arte de contar histórias.

O link para ler o artigo “Narrativas nas Empresas” , nas páginas 150 a 155, assim como todo livro é

http://issuu.com/prietoproducoes/docs/00livro_contadoresdehistorias

Forte abraço

Fernando Goldman



sexta-feira, 6 de julho de 2012

"Belo Monte, anúncio de uma guerra": assista ao filme completo

Prezados

Gostaria de convidar vocês a assistir, antes que tirem do ar, ao excelente documentário sobre a construção da Usina de Belo Monte, disponível em


É uma excelente oportunidade de entender um pouco mais como o "rolo compressor da solução hidrelétrica no Brasil" é fator limitante ao desenvolvimento de soluções tecnológicas sustentáveis genuinamente nacionais na área de energia.
Forte abraço
Fernando Goldman

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Os Sistemas Nacionais de Inovação ainda fazem sentido hoje? - Um texto da Creativante

Prezados

Para quem tem interesse no assunto Inovação - hoje, todo mundo parece ter - recomendo a leitura da newsletter da Creativante, intitulada “Os Sistemas Nacionais de Inovação ainda fazem sentido hoje?“, que pode ser acessada clicando aqui . É uma excelente oportunidade para uma leitura leve e bem embasada sobre os conceitos de Sistema Linear de Inovação, Sistemas Nacionais de Inovação, os Quadrantes de Stokes e a Inovação Aberta.

Forte abraço

Fernando Goldman

domingo, 10 de junho de 2012

Atitudes críticas e proativas face à Rio+20 – Um texto de Leonardo Boff


Prezados
A todos aqueles que compartilham os conceitos defendidos neste blog de que “Inovação é o fazer melhor qualquer coisa” e que “tão importante quanto inovar é saber em que direção inovar”, eu gostaria de compartilhar o texto abaixo, disponível em
http://leonardoboff.wordpress.com/2012/06/08/atitudes-criticas-e-proativas-face-a-rio20/.


Normalmente, eu apenas citaria o link, mas considero o texto tão fundamental, que faço questão de o aqui reproduzir na íntegra, pela clareza e importância de algumas das ideias apresentadas.
Forte abraço


Fernando Goldman


Atitudes críticas e proativas face à Rio+20 08/06/2012


Texto de Leonardo Boff


Creio que se impõem três atitudes que precisamos desenvolver face à da Rio+20.
A primeira é conscientizar os tomadores de decisões e toda a humanidade dos riscos a que estão submetidos o sistema-Terra, o sistema-vida e o sistema-civilização. As guerras atuais, o medo do terrorismo e a crise econômico-financeira no coração dos países centrais estão nos fazendo esquecer a urgência da crise ecológica generalizada. Os seres humanos e o mundo natural estão numa perigosa rota de colisão. De nada vale garantir um desenvolvimento sustentável e verde se não garantirmos primeiramente a sustentabilidade do planeta vivo e de nossa civilização. Esta conscientização deve ser feita em todos os níveis, da escola primária à universidade, da família à fábrica, do campo à cidade.
A segunda atitude tem a ver com um deslocamento e uma implicação que importa operar. Urge deslocar a discussão do tema do desenvolvimento para o tema da sustentabilidade. Se ficarmos no desenvolvimento nos enredamos nas malhas de sua lógica que é crescer mais e mais para oferecer mais e mais produtos de consumo para o enriquecimento de poucos à custa da super-exploração da natureza e da marginalização da maioria da humanidade. A pesquisa séria do Instituto Federal Suíço de Pesquisa Tecnológica (ETH) de 2011 revelou a imensa concentração de riqueza e de poder em pouquíssimas mãos: são 737 corporações que controlam 80% do sistema corporativo mundial, sendo que um núcleo duro de 147 controla 40% de todas as corporações, a maioria financeiras. Junto com este poder econômico segue o poder político (influencia os rumos de um pais) e o poder ideológico (impõe idéias e comportamentos). A pegada ecológica da Terra revelou que esta já ultrapassou em! 30% seus limites físicos. Forçá-los é obrigá-la a defender-se. E o faz com tsunamis, enchentes, secas, eventos extremos, terremotos e o aquecimento global. E também com as crises econômico-financeiras que se incluem no sistema-Terra viva. O tipo de desenvolvimento vigente é insustentável. Vãos são os adjetivos que lhe acrescentemos: humano, verde, responsável e outros. Levá-lo avante a qualquer custo, como ainda propõe o texto-base da ONU, nos aproxima do abismo sem retorno.
Deslocar-se para o tema da sustentabilidade significa criar mecanismos e iniciativas que garantam a vitalidade da Terra, a continuidade da vida, o atendimento das necessidades humanas das presentes e futuras gerações, de toda a comunidade de vida e a garantia de que podemos preservar nossa civilização. Essa compreensão de sustentabilidade é mais vasta do que aquela do desenvolvimento simples e duro.
Para alcançar tal propósito, se faz mister um novo olhar sobre a Terra, um re-encantamento do mundo e um novo sonho. Isto significa inaugurar um novo paradigma. Se antes, o paradigma era de conquista e de expansão, agora, devido aos altos riscos que corremos, deverá ser de cuidado e de responsabilidade global. Precisamos incorporar a visão da Carta da Terra que propõe tais atitudes no quadro de uma visão holística do universo e da Terra. Ela vê o nosso planeta como vivo, com uma comunidade de vida única. É fruto de um vasto processo de evolução que já dura 13,7 bilhões de anos. O ser humano comparece como expressão avançada de sua complexidade e interiorização. Este tem a missão de cuidar e de garantir a sustentabilidade da natureza e de seus seres.
Esta visão só será efetiva se for mais que um deslocamento de visões. A ciência não produz sabedoria mas só informações. Quer dizer, não oferece uma visão global e integradora da realidade interior e exterior (sabedoria) que motive para a transformação. Por isso deve vir acompanhada da implicação de uma emoção fundamental. Importa fazer uma leitura emocional dos dados científicos, porque é a emoção, a paixão, a razão sensível e cordial que nos moverão a ação. Não basta tomar conhecimento. Precisamos nos conscientizar, no sentido de Paulo Freire, nos munir de indignação e de compaixão e por mãos à obra.
Portanto, junto com a razão intelectual, indispensável, que predominou por séculos, cabe resgatar a razão sensível e emocional que fora colocada à margem. Ela é o nicho da ética e dos valores. Faz-nos sentir a dor da Terra, a paixão dos pobres e o apelo da consciência para superarmos estas situações com uma outra forma de produzir, de distribuir e de consumir.
A terceira atitude é de trabalho crítico e criativo dentro do sistema. Já se disse: os velhos deuses (a conquista e dominação) não acabam de morrer e os novos (cuidado e responsabilidade) não acabam de nascer. Somos obrigados a viver num entre-tempo: com um pé dentro do velho sistema, trabalhar e ganhar nossa vida no âmbito das possibilidades que nos são oferecidas; e com outro pé dentro do novo que está despontando por todos os lados e que assumimos como nosso. Há muitas iniciativas que podem ser implementadas e que apontam para o novo.
Fundamentalmente importa recompor o contrato natural. A Terra é nossa grande Mãe, como o aprovou a ONU a 22 de abril de 2009. Ela nos dá tudo o que precisamos para viver. A contrapartida de nossa parte seria o agradecimento na forma de cuidado, veneração e respeito. Hoje precisamos reaprender a respeitar o todo da Terra, os ecossistemas e cada ser da natureza, pois possuem valor intrínseco independentemente do uso que fizermos dele como o enfatiza a Carta da Terra. Essa atitude é quase inexistente nas práticas produtivas e nos comportamentos humanos. Mas podemos ressuscitar esse sentido de amor, de autolimitação de nossa voracidade e de respeito a tudo o que existe e vive. Ele diminuiria a agressão à natureza e faria de nossas atitudes mais eco-amigáveis.
Defender a dignidade e os direitos da Terra, os direitos da natureza, dos animais, da flora e da fauna, pois todos formamos a grande comunidade terrenal.
Apoiar o movimento internacional por um pacto social mundial ao redor daquilo que pode unir a todos, pois todos dependem dele: a água, com um bem comum natural, vital e insubstituível. Criar uma cultura da água, não desperdiçá-la (só 0,7% dela é acessível ao uso humano) e torná-la um direito inalienável para todos os seres humanos e para a comunidade de vida.
Reforçar a agroecologia, a agricultura familiar, a permacultura, as ecovilas, a micro e pequena empresa de alimentos, livres de pesticidas e de transgênicos.
Buscar de forma crescente energias alternativas às fósseis, como a hidrelétrica, a eólica, a solar, a de biomassa e outras.
Insistir no reconhecimento dos bens comuns da Terra e da humanidade. Entre esses se contam o ar, a atmosfera, a água, os rios, os oceanos os lagos, os aquíferos, a biodiversidade, as sementes, os parques naturais, as muitas línguas, as paisagens, a memória, o conhecimento, a internet, as informações genéticas e outros.
O mais importante de tudo, no entanto, é formar uma coalizão de forças com o maior número possível de grupos, movimentos, igrejas e instituições ao redor de valores e princípios coletivamente partilhados, como os expressos na Carta da Terra, nas Metas do Milênio, na Declaração dos Direitos da Mãe Terra e no ideal do Bem Viver das culturas originárias das Américas.
Por fim, precisamos estar conscientes de que o tempo da abundância material acabou, feita à custa do desrespeito dos limites do planeta e na falta de solidariedade e de piedade para com as vítimas de um tipo de desenvolvimento predatório, individualista e hostil à vida. O crescimento econômico não pode ser um fim em si mesmo. Está serviço do pleno desenvolvimento do ser humano, de suas potencialidades intelectuais, morais e espirituais. A economia verde inclusiva, a proposta brasileira para a Rio+20, não muda a natureza do desenvolvimento vigente porque não questiona a relação para com a natureza, o modo de produção, o nível de consumo dos cidadãos e as grandes desigualdades sociais. Um crescimento ilimitado não é suportado por um planeta limitado. Temos que mudar de rota, de mente e de coração. Caso contrário, o destino dos dinossauros poderá ser o nosso destino.
Finalmente, estimo que não estamos diante de uma tragédia anunciada. Mas diante de uma gravíssima e generalizada crise de civilização. Contém muitos riscos, mas, se quisermos, serão evitáveis. Pode significar a dor de parto de um novo paradigma e o sacrifício a ser pago para um salto de qualidade rumo a uma civilização mais reverente da Terra, mais respeitosa da vida, mais amiga dos seres humanos e mais irmanada com todos os demais seres da natureza.

sábado, 2 de junho de 2012

Novo livro do Fábio Ferreira Batista

Prezados

Com enorme satisfação, acabo de tomar contato com o livro “Modelo de Gestão do Conhecimento para a Administração Pública Brasileira, Como implementar a Gestão do Conhecimento para produzir resultados em benefício do cidadão”, de um destacado técnico do IPEA, o Fábio Ferreira Batista.


Embora algumas abordagens do Fábio sejam um pouco diferentes daquelas que adoto neste blog, é preciso reconhecer que trata-se de um trabalho de pesquisa bastante criterioso, abrangente e de qualidade inquestionável, devendo ser lido por todos que se propõem a responder à questão central deste blog.

Há uma riqueza de referências úteis e atualizadas, que ajudarão o leitor a penetrar na selva da Gestão do Conhecimento Organizacional.

Para os leitores deste blog, o trabalho, por mais méritos que tenha, deve ser lido com a cautela de se perceber uma abordagem que não se preocupa exageradamente em diferenciar informação e conhecimento – como a que temos aqui – nem de conceituar o Conhecimento Organizacional.

Sem desconsiderar o valor do trabalho produzido pelo Fábio, que classifico de excelente, me chama atenção que ao longo de suas páginas, não haja uma única referência ao trabalho de Nonaka e à Teoria da Criação do Conhecimento Organizacional, o que me deixa curioso sobre o motivo de tal lacuna.

No mais, os mais sinceros parabéns ao Fábio, pela qualidade e importância do trabalho produzido.

Forte abraço
Fernando Goldman

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Tecnologia, Desenvolvimento e Ilusões

Prezados

Recebi do Ferdinand, o mais atuante leitor deste blog, a indicação para a leitura de uma interessante coluna, publicada no site da Associação dos Engenheiros da Petrobrás - AEPET, com o título "Tecnologia, Desenvolvimento e Ilusões", de autoria de Adriano Benayon.

A referida coluna pode ser encontrada em http://www.aepet.org.br/site/colunas/pagina/235/Tecnologia-Desenvolvimento-e-Iluses .

Vale a pena ler o texto de Benayon e aproveitarmos a oportunidade para uma reflexão sobre o que trata a teoria desenvolvida por Nonaka e o qual a relação dela com o artigo de Benayon.

O artigo de Benayon trata da interação da tecnologia com o desenvolvimento econômico e social. A obra de Nonaka trata da Criação de Conhecimento Organizacional. Talvez não seja simples estabelecer a conexão entre os dois temas, se não tivermos clareza de que a tecnologia é o conhecimento necessário à produção.

Novamente, pode parecer um simples jogo de palavras, mas há uma relação direta entre a Inovação Tecnológica - que compreende a inovação técnica, organizacional e institucional - e a criação de conhecimento organizacional.

Significa dizer, que toda argumentação de Benayon se traduz na incapacidade brasileira de gerar um conhecimento organizacional, seja a nível das firmas, seja a nível nacional, que propicie o desenvolvimento controlado de ativos de conhecimento, que nos propiciem vantagens competitivas sustentáveis, que normalmente se traduzem em tecnologia própria e assimetrias propiciadoras de rendas extraordinárias.

Isto não é alcançavel partindo-se do zero. Vem daí a ideia de catching-up  e toda literatura sobre os retardatários, que no fundo é sobre o que trata o texto do Benayon. No fundo é sobre o que trata o Clemente Nóbrega quando incita a uma espécie de pirataria mental.

O que Nonaka propõe, para quem ainda percebeu o link entre os assuntos, é uma teoria que nos ajude a entender como se dá o processo de criação do conhecimento organizacional, possibilitando, assim, o desenvolvimento  de novas tecnologias.

A proposta de Nonaka é universal, nada tendo a ver com a cultura japonesa ou especificamente com a de qualquer outro país, mas a necessidade de entender o fenômeno é exagerada no caso brasileiro. 

Forte abraço

Fernando Goldman


  

sábado, 12 de maio de 2012

Um artigo que vale a pena ler.


Prezados
Acho que, por mais de uma vez neste blog, já tive oportunidade de escrever sobre a influência que exerceu e exerce em mim a música “O Samba do Crioulo Doido”.

Segundo a Wikipédia, O Samba do Crioulo Doido é
uma paródia composta pelo escritor e jornalista Sérgio Porto, sob pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta, em 1968, para o Teatro de Revista, em que procura ironizar a obrigatoriedade imposta às escolas de samba de retratarem nos seus sambas de enredo somente fatos históricos. A expressão do título é usada, no Brasil, para se referir a coisas sem sentido, a textos mirabolantes e sem nexo.


Muitos textos acadêmicos que trazem em seu título a etiqueta “Gestão do Conhecimento” me remetem ao Samba do Crioulo Doido.

Artigos que seguem uma receita relativamente simples, quando se aventuram pelo conhecimento e seus construtos associados ao fenômeno organizacional, podem gerar resultados bem “complexos”, ou talvez fosse melhor dizer “bem complicados”.

Por exemplo, pode-se começar por formular uma questão de pesquisa que contenha a expressão “Gestão do Conhecimento”. Para responder a tal questão elabora-se um objetivo central, que pode se desdobrar em objetivos específicos para então se realizar uma “pesquisa qualitativa, exploratória, bibliográfica” utilizando como ferramenta a revisão sistemática da literatura numa determinada base de dados.

Parece bem objetivo. Parece propiciar uma contribuição ao desenvolvimento do conhecimento na área de Administração. A qualidade da argumentação e as implicações gerencias parecem ser significativas para o estudo desenvolvido. Mas o resultado muitas vezes é um Samba do Crioulo Doido.

Alguns artigos elaborados dentro de tal receita padrão conseguem fugir um pouco desse estigma. É o caso de um um interessante artigo, que acabo de ler, com o título “A INFLUÊNCIA DO CAPITAL HUMANO E SUAS COMPETÊNCIAS PARA A GESTÃO DO CONHECIMENTO: OS ESTUDOS CONTIDOS NA LITERATURA ACADÊMICA CONTEMPORÂNEA”, de uma lista de sete autores*, publicado na Revista do CCEI, do Centro de Ciências da Economia e Informática (Rev. CCEI - URCAMP, v.15, n.28, p. 57-75 - ago., 2011), disponível em http://www.urcamp.tche.br/ccei/portal/images/Revista_CCEI/revista_28_artigo_03.pdf.

Embora trazendo algumas ideias um tanto questionáveis, do tipo “Nonaka & Takeuchi (1997) definem o conhecimento como a infor­mação da qual o ser humano se apropria e interpreta, passando a ter novas ideias” ( o sublinhado é meu) e não se preocupando em distinguir competências individuais e organizacionais, o artigo é bem interessante e merece ser lido.

Infelizmente, o artigo se apóia na tradução para o português do livro de Nonaka e Takeuchi e não cita as páginas onde determinadas ideias foram colhidas, o que dificulta saber se tais ideias são fruto da tradução ou de uma interpretação própria dos autores do artigo.

Percebe-se a ênfase em citar Nonaka em seu trabalho com Takeuchi, originalmente de 1995, perdendo-se a oportunidade de citar trabalhos mais recentes e atualizados da Teoria da Criação do Conhecimento Organizacional.

Em contrapartida um dos artigos selecionados como resultado da pesquisa é justamente “Organizational knowledge creation theory: evolutionary paths and future advances”, de Nonaka, Von Krogh e Voelpel, de 2006, que segundo os sete autores diz que “a criação do conhecimento organizacional é o processo de disponibilização e ampliação do conhecimento dos indivíduos, sua cristalização e conexão com o sistema de organização do conhecimento” - talvez tenham querido dizer "sistema de conhecimento da organização" - e indica “áreas para avançar no futuro, incluindo teoria e investigação sobre a origem do conhecimento”.

Menos mal. De qualquer forma, vale a pena conferir o artigo da Revista do CCEI, mesmo que ao final você fique com uma leve sensação de que está ouvindo um samba enredo lá no fundo.

Forte abraço

Fernando Goldman
* Juarez Domingos Frasson Vidotto, Thiago Meneghel Rodrigues, Vitória Augusta Braga de Souza, Patrícia de Sá Freire, Neri dos Santos, Gregório Jean Varvakis Rados e Paulo Maurício Selig.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Leading Issues in Social Knowledge Management


Prezados

Acabo de receber um e-mail da Gurteen Knowledge Community, , sobre o lançamento do livro Leading Issues in Social Knowledge Management, que - para quem ainda não aderiu àquela comunidade – eu reproduzo abaixo.
De imediato, gostaria de recomendar, fortemente, a todos aqueles que têm algum real interesse pelo tema Gestão do Conhecimento, que leiam a introdução do livro - escrita pelo Gurteen.

Trata-se de um pequeno texto de cinco páginas, com uma enorme capacidade de síntese do que vem ocorrendo no desenvolvimento desta expressão.

Independentemente de comprar o livro, acho que quem sinceramente se interessa em entender o que seria fazer “Gestão do Conhecimento” não pode perder a oportunidade de ler a introdução escrita pelo Gurteen que conceitua importantes aspectos sobre o tema. De uma forma bastante esclarecedora. Basta clicar no link sobre o livro e abrir as dez páginas disponíveis para leitura on line.

Forte abraço

Fernando Goldman

To: All members of the Gurteen Knowledge Community


It's not very often that I do a global mail shot other than my monthly knowledge letter but I have something a little special to announce that I thought might interest to you.


I am delighted to tell you that I'm the editor of a new book "Leading Issues in Social Knowledge Management" that has just been published by Academic Publishing International.


The book is a collection of ten academic papers that I have carefully selected to create the volume and I have also written a short editorial comment on each paper.


So I did the relatively easy bit, all the hard work was done by the contributors in this important emerging field. There are 19 contributors so a few too many to mention.


You will find more details of the book here.


I have agreed with the publishers that members of my community may obtain GBP5.00 off the price of the book by entering "Gurteen5" in the discount code field when you place your order.


best wishes David


David GURTEEN
Gurteen Knowledge
Fleet, United Kingdom

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Firmando algumas ideias

Prezados

Na Teoria da Criação do Conhecimento Organizacional, o conhecimento é definido em três partes:


1ª parte - o conhecimento é uma crença justificada em uma verdade;

2ª parte - o conhecimento é aquilo que se sabe e possibilita capacitação de:

a) definir e resolver problemas; e

b) ação eficaz;

3ª parte - o conhecimento é explícito e tácito ao longo de um continuum, tendo caráter contextual.

A partir da definição acima, é possível perceber que o termo ‘conhecimento’ é entendido aqui de uma forma bastante diferente de seu uso na linguagem comum, quando muitas vezes é confundido com a simples ‘informação’.

Para muitas aplicações no dia a dia do trabalho, a confusão conceitual que normalmente é feita entre o que é ‘informação’ e o que é ‘conhecimento’ pode não ser realmente muito importante.

Porém, quando se busca a inovação e o correspondente desenvolvimento controlado dos ativos intangíveis geradores de diferenciais competitivos, especialmente os de conhecimento, é necessário se estar atento a uma definição mais formal do que é o conhecimento.

Na epistemologia aqui adotada a terceira parte da definição acima assume especial importância, uma vez que estabelece não haver tal coisa como um conhecimento objetivo, que possa ser separado do conhecedor.

Muitas ações chamadas de Gestão do Conhecimento buscam ‘capturar’ o conhecimento, separando-o do conhecedor, quando - sob a ótica de conhecimento aqui descrita – estão apenas produzindo informações.

Estas informações produzidas, naturalmente, se apresentadas a outro ser humano, lhe possibilitarão construir seu próprio conhecimento sobre o assunto, ou seja, sua capacidade de ação eficaz sobre aquele assunto, desde que, é claro, este outro ser humano tenha o contexto necessário para tal construção.

Forte abraço
Fernando Goldman

domingo, 22 de abril de 2012

Fazer Gestão do Conhecimento seria simplesmente buscar boas práticas?

Prezados

Eu gostaria de compartilhar com vocês um interessante e esclarecedor parágrafo de um importante artigo * da Teoria da Criação do Conhecimento Organizacional.

Neste artigo Nonaka e Toyama destacam a importância para uma empresa de uma visão própria e inspiradora que a diferencie. Algo que a Gestão Estratégica - e muitos autores a ela relacionados - persegue e que muitas empresas simplesmente jogam por água abaixo, quando - por não saberem bem o que possa significar - entregam suas ações de Gestão do Conhecimento Organizacional aos setores de Capacitação de seus RH, em geral, focados na padronização entre empresas das práticas operacionais de capacitação individual  e incapazes de lidar com as Capacitações Dinâmicas.  

... os lucros não são necessariamente a única finalidade de uma empresa. Se perguntarmos aos gestores porque suas empresas existem, a resposta seria provavelmente diferente de "maximizar o lucro". "Fazer um bom carro" é certamente uma forma de maximizar o lucro, mas também é o objetivo em si, a razão de existir para Honda. Simplificando, as empresas diferem, porque eles querem e se esforçam para serem diferentes. Elas evoluem de forma diferente porque imaginam futuros diferentes, que são baseados em seus próprios sonhos e ideais e também porque adotam diferentes estratégias e estruturas para realizar tais futuros. Mesmo que elas tenham o mesmo objetivo, não significa necessariamente que só há uma melhor solução para o conseguir. Um "bom carro" provavelmente significa algo diferente para a Toyota do que significa para a Honda e suas formas de fazer um bom carro também são diferentes.

Forte abraço
Fernando Goldman

* Nonaka e Toyama, ‘The theory of the knowledge-creating firm: subjectivity, objectivity and synthesis’ ( Industrial and Corporate Change, v. 14, n. 3, p. 419-436, 2005)

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Sobre o que pesquisa Nonaka?

Prezados

Muita gente não percebe Nonaka como um importante pesquisador sobre a inovação. Para essa gente Nonaka não faz sentido se não for citado como ‘Nonaka e Takeuchi’ e sua área de pesquisa seria a ‘Gestão do Conhecimento’.

Isto denota um desconhecimento sobre o trabalho deste importante pesquisador, que chegou a ser considerado por David Teece - que é um dos principais formuladores do conceito de Capacitações Dinâmicas - como um dos três gigantes do pensamento sobre as firmas, ao lado de Drucker e Chandler. (ver minha postagem 'Como Teece vê Nonaka'

Eu, guardadas – naturamente - as devidas proporções, sofro de um problema semelhante. Minha pesquisa é, ou pelo menos eu gostaria que fosse, sobre a Dinâmica do Conhecimento Organizacional, que seria um elemento fundamental a ser mais bem entendido, para, então, se definir um conjunto de ações e práticas de apoio voltadas a lidar de forma consciente com o Conhecimento Organizacional. Práticas estas que, uma vez bem entendidas, poderíamos, então, chamar de 'Gestão do Conhecimento Organizacional'.

Minha pesquisa usa como elemento de partida teórico a Teoria da Criação do Conhecimento Organizacional, na qual Nonaka e seus diversos colaboradores, ao longo de mais de vinte anos de pesquisa acadêmica, vêm conceituando a inovação como resultado da criação dinâmica do conhecimento organizacional.

É interessante notar que criar conhecimento não implica em aumentar a quantidade de conhecimento, como normalmente aconteceria para bens tangíveis. A criação de conhecimento possibilita novos ‘estados de conhecimento’.

Acho que um dos grandes saltos teóricos proporcionados pela Teoria da Criação do Conhecimento Organizacional é a criação de modelos que ajudem a explicar a inovação como um simples resultado da criação de conhecimento organizacional.

Nunca foi meu objetivo fazer uma pesquisa sobre como as empresas vêm fazendo Gestão do Conhecimento, pois isso seria, a meu ver, totalmente inócuo e tem sido repetido com frequência, sem resultados notáveis.

Meu objetivo é realmente contribuir para o debate - a partir de uma melhor conceituação do Conhecimento Organizacional - ajudando as empresas a descobrirem o que elas deveriam fazer para inovarem.

Neste contexto são fundamentais: a diferenciação entre ações de primeira e segunda ordem; a percepção do Conhecimento Organizacional como um fenômeno emergente; o reconhecimento da cognição distribuída presente nas estruturas de conhecimento; a predominância da dimensão explícita presente nas ações de aprendizado de 1ª ordem; a predominância da dimensão tácita presente nas ações de 2ª ordem; a percepção das capacitações dinâmicas como fruto das ações de segunda ordem sobre as estruturas de conhecimento; a importância da Ambidestria Organizacional; a importância de se buscar a Eficiência Adaptativa em contraposição à Eficiência Alocativa, conforme proposto por Douglas North.

Tudo isto eu não conseguiria observar me prendendo às ações mais operacionais que as empresas chamam hoje de Gestão do Conhecimento, em geral coordenadas pelo RH.

Os elementos que eu preciso estão, sim, presentes nas abordagens mais estratégicas que as empresas de sucesso têm de como lidar com seu conhecimento a longo prazo, mesmo que elas não chamem a isto de “Gestão do Conhecimento”. É assunto de Gestão Estratégica, não do RH operacional.

Para saber o que as empresas fazem como GC, eu acabaria sendo direcionado ao setor de RH.

Em outras palavras, meu tema é sobre Inovação e não sobre o que hoje é usualmente chamado de Gestão do Conhecimento. Pelo menos não sobre a GC que é feita hoje pela maioria das empresas. Meu interlocutor seria alguém preocupado com a Gestão estratégica da empresa.

Assim como Nonaka, o tema de minha pesquisa é a Inovação.

Forte abraço

Fernando Goldman