É
possível notar uma certa frustração quando as empresas desenvolvem, ou
contratam alguém para desenvolver, após muito tempo de trabalho e muitos custos,
sistemas de Gestão do Conhecimento e acabam percebendo ter conseguido, tão
somente, sistemas de Gestão da Informação.
Não
que sistemas de Gestão da Informação não tenham enorme importância nas
atividades gerencias como as vemos hoje em dia. Muitos autores afirmam
categoricamente não ser possível se fazer uma boa Gestão do Conhecimento sem
uma boa Gestão da Informação. Pronto! Parou aí.
A
verdade é que com os desenvolvimentos alcançados nas últimas décadas no campo
das Tecnologias da Informação, qualquer garoto de segundo grau com razoável
conhecimento de Banco de Dados desenvolve um sistema capaz de livrar uma
empresa de ter que lidar com informações espalhadas em várias planilhas
simultaneamente.
Infelizmente,
quem compra a ideia de um sistema de Gestão do Conhecimento espera muito mais
do que um sistema de Gestão da Informação, como o descrito acima, é capaz de
propiciar. Nessa hora começa a haver a necessidade de se entender com clareza a
diferença entre informação e conhecimento.
Para
tanto, a maior dificuldade reside no reconhecimento do caráter dinâmico do
conhecimento. Há assim a necessidade de se ter uma Epistemologia, o que demanda
um certo grau de aprofundamento. Como é bem sabido, a maioria dos que citam
Polanyi nunca o leram. Muitos nem mesmo leram os trabalhos de Nonaka direito e
não são capazes de compreender as simplificações feitas por ele nas ideias de
Polanyi.
Por
não entender o dinamismo do conhecimento, traduzido no fato de que ele está em
constante construção, muitos profissionais, sem a base epistemológica
necessária, acreditam ser possível transformar o conhecimento tácito em
explícito e, ingenuamente, atribuem tal ideia a Nonaka.
Outros,
apesar de afirmarem que informação e conhecimento são essencialmente
diferentes, dizem que informação e conhecimento explícito poderiam ser a mesma
coisa.
Talvez,
pela falta da base epistemológica já citada, estes últimos tenham dificuldade
de perceber que não existem dois conhecimentos distintos. Para Polanyi, tácito
e explícito seriam apenas duas dimensões dinâmicas de um mesmo conhecimento e
que um não existe sem o outro. Os dois estão em constante construção.
Portanto,
como afirmar que informação e conhecimento são essencialmente diferentes, tendo
um caráter estático e o outro caráter dinâmico, para a seguir dizer que a
informação, estática, seria a mesma coisa que o conhecimento explícito,
dinâmico pela própria natureza do conhecimento?
A
informação pode ser gerada, armazenada, compartilhada, distribuída, etc., o
conhecimento, seja ele tácito ou explícito, não.
Forte abraço
Fernando Goldman
2 comentários:
Boa argumentação!
Como metáfora para diferenciar informação de conhecimento, podemos considerar a distinção de linguagem e significado. Onde o significado precisa do suporte da linguagem para transitar entre mentes distintas.
Ou então energia de potencial passando à cinética para que possa ser empregada em utilidade. Ou seja conhecimento utilizando informação na definição de algum processo de interesse....
Boa argumentação!
Como metáfora para diferenciar informação de conhecimento, podemos considerar a distinção de linguagem e significado. Onde o significado precisa do suporte da linguagem para transitar entre mentes distintas.
Ou então energia de potencial passando à cinética para que possa ser empregada em utilidade. Ou seja conhecimento utilizando informação na definição de algum processo de interesse....
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