Segundo North (1990, p. 73), as firmas seriam apenas uma das muitas formas de organização (entendidas aqui como arranjos organizacionais). Já as instituições, para North (1996, p. 02), seriam definidas como: as regras formais (a Constituição, estatutos, a legislação em geral, regulamentos etc.); as restrições informais (normas de comportamento, convenções e códigos internos de conduta impostos); e as características de execução (enforcement characteristics) de cada um dos anteriores. Também para North (1996, p. 02), “as instituições seriam as regras do jogo”, enquanto os arranjos organizacionais, por ele chamados de “organizações”, “seriam os jogadores”. Para North (1996, p. 02) as organizações “são formados por grupos de indivíduos unidos por um objetivo comum” - por exemplo, as empresas são organizações econômicas, partidos políticos são organizações políticas, as universidades são organizações educacionais e assim por diante.
No desenvolvimento desta série de postagens, os termos
“firma” e “empresa” serão usados indiscriminadamente, a despeito das diferenças
que sejam possíveis de serem estabelecidas entre eles. No entanto, aqui o termo
“organização” será utilizado de uma forma muito especial, que precisa ser bem
entendida, sendo conveniente estabelecer uma clara e muito importante mudança,
na definição de Kerstenetzky (1995), anteriormente citada: as firmas teriam
(e não seriam) uma organização.
Assim, na terminologia aqui usada, Arranjos
Organizacionais são arranjos passíveis de serem modelados como Sistemas
Complexos Adaptativos (CAS), que tem características específicas, entre elas a
emergência, e se apresentam de forma organizada, tendo, portanto, em um cada
momento, uma determinada organização. (AGOSTINHO, 2003)
Dessa forma, para a análise sobre ativos intangíveis de
conhecimento que aqui se empreende: empresas de qualquer porte, associações
comerciais, cooperativas, redes interorganizacionais, igrejas, clubes, partidos
políticos, o Senado, a Câmara Federal, Prefeituras, agências reguladoras,
universidades, colégios, as chamadas Organizações não Governamentais (ONGs), um
setor de uma empresa, um setor econômico (industry), um país, um arranjo
produtivo local (APL), o Conselho de Segurança da ONU e assim por diante, ou
seja, toda uma ampla gama daquilo que vem sendo referido como “organização”
será genericamente chamado de “Arranjo Organizacional”.
É preciso entender que, desse modo, não se tratará,
absolutamente, de um pleonasmo falar em “Conhecimento Organizacional de uma
empresa”. Basta que se apresentem as características de Sistema Complexo
Adaptativo em um Arranjo Organizacional (AGOSTINHO 2003, SNOWDEN, 2002, 2007,
STACEY, 1995, 2001), para que de sua organização possa emergir um Conhecimento
Organizacional, com qualidade ou não, para possibilitar seu desenvolvimento
(sua adaptação).[1]
[1] Esta série de postagens é baseada na Tese, disponível na forma
original em http://www.ie.ufrj.br/images/pos-graducao/pped/dissertacoes_e_teses/Fernando_Luiz_Goldman.pdf.
As referências acima se referem as Referências Bibliográficas daquela Tese.
Um comentário:
DA GESTÃO DO CONHECIMENTO À GESTÃO DA IGNORÂNCIA: uma visão co-evolucionária, por Flávio Vasconcelos. http://ces3.wordpress.com/
Postar um comentário