Vou tentar responder suas perguntas de forma um tanto ordenada.
Primeiro de tudo, é preciso contextualizar nossas discussões.Eu lido com o conhecimento em arranjos organizacionais. Empresas, por exemplo.
O motivo de eu ter uma preocupação exagerada em adotar uma epistemologia simples - que aceite a subjetividade dos seres humanos, que considere o conhecimento como um processo humano dinâmico e adaptativo, fruto do raciocínio de seres humanos e que dê enorme importância a diferenciar informação e conhecimento - reside no fato de eu vir observando que muitos dos que agem diferentemente acabam acreditando ter a capacidade, um tanto ingênua, de capturar, codificar e compartilhar conhecimento, quando na verdade fazem estas três acões com informações.
O resultado deste tipo de equívoco para os que assim pensam quase sempre é a frustração de perceber que as ações empreendidas e os maravilhosos sistemas adquiridos não produziram os resultados esperados, ou seja, não produziram conhecimento automaticamente.
Como, em geral, ingênuos deste tipo não dão o braço a torcer, acabam tentando justificar o fracasso de suas ações, do que eles chamam de “Gestão do Conhecimento”, pela falta de interesse dos conhecedores em compartilhar seu conhecimento.
Assim, por mais chato que eu possa parecer, mantenho uma coerência de que artefactos, tais como Antikythera, estão repletos de informações produzidas por seres humanos e que podem ser devidamente utilizadas por outros seres humanos para produzirem conhecimentos diversos.
Mas atribuir a um artefacto a propriedade de ter conhecimento é o mesmo que acreditar que uma espada pode vencer uma batalha sem estar sendo manuseada por um grande guerreiro.
Forte abraço
Fernando Goldman
*Publicada originalmente no Grupo de Discussão KM4Dev Brazil, em 29.03.2012.
Nenhum comentário:
Postar um comentário