domingo, 2 de outubro de 2011

Design Thinking - Um Caminho para a Inovação

Prezados



Temos visto como a maioria das empresas de hoje têm consciência da necessidade da inovação. Elas anseiam por chegar a inovações e fazem esforços genuínos para serem inovadoras. Porém, ao adotarem – conscientemente ou não – o Modelo Linear da Inovação, elas começam gastando em P&D, trazendo designers criativos ou contratando consultores de inovação. Mas os resultados conseguidos costumam ser decepcionantes justamente porque, como tenho chamado atenção neste blog e em linha com toda uma literatura mais atual sobre o tema, estas empresas não conseguem estabelecer um link entre a Inovação e a Criação do Conhecimento Organizacional.


No livro “The Design of Business”, Roger Martin oferece uma resposta, que se não é totalmente convincente, é certamente muito provocadora. Para ele, aquilo que eu classifico como um forte apelo ao objetivismo pode ser descrito como a fragilidade de se estar muito focado no raciocínio analítico, que apenas aprimora os conhecimentos atuais, produzindo pequenas melhorias ao status quo, mas não conseguindo verdadeiramente criar conhecimento.

O raciocínio analítico é fruto de uma forma cartesiana de ver o mundo e, embora não não possa e não deva ser totalmente descartado, não consegue sozinho dar conta da complexidade do mundo de hoje.


Para Martin, para inovar com sucesso, as empresas precisam do que ele batizou de Design Thinking, que eu venho traduzindo como Raciocínio Criativo.


Martin cria o conceito de Funil do Conhecimento, que é o processo pelo qual uma empresa passa para criar o seu modelo de negócio. Segundo ele, esse funil se dividiria em Mistério, Heurística e Algoritmo. O mistério é a solução a ser explorada, a heurística uma possibilidade de como criar essa solução e o algoritmo a sistematização da solução.


Ele explica que quando a empresa alcança a etapa de algoritmo do seu negócio, ela geralmente para de buscar resolver outros mistérios. O problema disso está relacionado a uma importante caracterísitca do conhecimento, que é a sua rápida obsolescência. Com o algoritmo deixando de responder adequadamente às mudanças da sociedade através do tempo outros mistérios precisam ser resolvidos.


Na linguagem de Martin, a chave do sucesso seria nunca parar de trabalhar em cima de novos mistérios, o que, na linguagem usada neste blog significa dizer que a empresa precisa estar sempre criando conhecimento organizacional


Martin mostra ainda como empresas líderes como a Procter & Gamble e o Cirque du Soleil usam o Raciocínio Criativo para criar conhecimento, inovando e alcançando vantagens competitivas.


The Design of Business traz ideias bem interessantes sobre como lidar com a dialética entre o Raciocínio Analítico e o Criativo, realçando a necessidade de rejeitarmos o Modelo Linear da Inovação e está criando uma linguagem que vai se popularizando entre aqueles que pesquisam a Inovação de uma forma realmente inovadora.


O vídeo do TED, a seguir, legendado, ilustra esta maneira de pensar que pode em muitos casos contribuir para um arranjo organizacional inovador, ou seja, criador de conhecimento.


Forte abraço


Fernando Goldman


Tim Brown urges designers to think big Video on TED.com

Um comentário:

Ferdinand disse...

Fernando
O DESIGN THINKING, ou o raciocínio criativo, é apenas nosso processo de imaginação.
Pessoas com conhecimento, e com um dom criativo vão ser capazes em certas condições, de gerar hipóteses e ideias que podem ser aplicadas na prática, e que não são simples cópias (algorítmicas)de processos existentes.
Bem, há que procurar como se desenvolve a imaginação e como fazer para estimular a imaginação que possa trazer resultados palpáveis.
Forte abraço
Ferdinand