terça-feira, 7 de setembro de 2010

Cibernética de Segunda Ordem (I)

Prezados



Noutro dia, participei de um evento onde se discutia mais uma nova teoria sobre como se lidar com o conhecimento. Ao ver o modelo proposto pelo apresentador, notei que ele tinha bastantes similaridades com o meu Modelo da Dinâmica do Conhecimento Organizacional (ver ao lado). Faltavam, no entanto, laços de retorno, os famosos feed-backs.



Quando começamos a discussão, pedi a palavra e disse que sentia falta de alguma cibernética de segunda ordem no modelo proposto. Causou-me espanto o espanto provocado por minha observação. Não só no palestrante, mas em muitos dos presentes. Só então me dei conta de que as ideias relativas à Cibernética andam tão fora de moda que chegam a soar estranhas para a maioria das pessoas.



Em 1974, Heinz von Foerster (segundo a Wikipédia, nascido em Viena em 13 de novembro de 1911 e falecido em 2 de outubro de 2002, em Pescadero, California) articulou a distinção entre uma cibernética de primeira ordem e uma de segunda ordem. Respectivamente, a cibernética dos sistemas observados e a cibernética de sistemas de observação. A distinção feita por Von Foerster, juntamente com o seu trabalho sobre a epistemologia do observador, tem sido extremamente influente no trabalho de uma geração posterior de cibernéticos, bem como em diferentes campos como a Teoria das Organizações e a Terapia Familiar.



Eu venho advogando que a Gestão do Conhecimento Organizacional só se sustenta, quando entendida como um sistema de observação. Um metaprocesso.



O trabalho de von Foerster tem provido uma arquitetura para a disciplina da cibernética, que, em seu espírito, provê ordem onde anteriormente havia variedade e desordem. Ele forneceu a base para o programa de investigação que é a Cibernética de Segunda Ordem.



Como o próprio von Foerster deixou claro, a distinção que ele articulou, já estava presente no pensamento dos primeiros cibernéticistas, que propuseram o nome para a disciplina.



É interessante observar que se o termo “Cibernética” é ainda assustador para muita gente que tenta entender o funcionamento das empresas e consequentemente das organizações, que dirá a expressão "Cibernética de Segunda Ordem".



Eu gostaria de convidar vocês a se deliciarem com o discurso de von Foerster, Ethics and Second-Order Cybernetics, feito na International Conference, Systems and Family Therapy: Ethics, Epistemology, New Methods, que aconteceu em Paris, França em 04 de outubro de 1990.



Ele está disponível em http://www.stanford.edu/group/SHR/4-2/text/foerster.html . Aproveitem.



Forte abraço



Fernando Goldman

Um comentário:

Ferdinand disse...

Fernando
Lí o discurso do Foerster, mas tenho dúvidas de tê-lo entendido.
Cibernética de segunda ordem, é para mim algo ainda não assimilado.
Revirei alguns papers, mas o significado ainda não emerge em seu formato mais cristalino.
Continuo no grande conjunto dos que não conseguem acompanhar nem o Foerster nem teu modelo.
Vou continuar pesquisando
A
Ferdinand