Um amigo me mandou um e-mail perguntando se não seria mais fácil eu adotar como definição de KM o seguinte parágrafo da Ana Neves, extraido do livro Gestão de Organizações na Era do Conhecimento:
Texto da Ana: “Gestão do Conhecimento significa rever e organizar as principais políticas, processos e ferramentas de gestão e tecnológicas à luz de uma melhor compreensão dos processos de geração, identificação, validação, disseminação, partilha e uso dos conhecimentos estratégicos para gerar resultados (econômicos) para a empresa e benefícios para os colaboradores.”
Já li o livro, mas não lembrava especificamente deste parágrafo da Ana Neves, que acredito não seja propriamente uma definição de KM. Creio que se trata de uma frase solta tirada de um contexto maior. A Ana Neves, a quem conheci pessoalmente quando esteve no KM Brasil de 2008, tem um trabalho muito sério e de valor em KM e tudo que leio dela eu presto atenção.
Minha definição atual de KM traz uma série de conceitos embutidos:
Definição Goldman: Gestão do Conhecimento de um arranjo organizacional (KM – Knowledge Management) é um metaprocesso, que, explícita e sistematicamente, através de ações e práticas de apoio, aprimora as políticas, programas e processos que influenciam a qualidade da dinâmica do seu Conhecimento Organizacional.
Pontos que me parecem importantes numa definição de KM:
1 – KM é um metaprocesso: Evita o erro grosseiro de se pensar que KM lida diretamente com o conhecimento. KM lida com políticas, programas e processos de conhecimento organizacional, quem lida diretamente com o conhecimento são os conhecedores.
2 – O objeto da KM é a qualidade da dinâmica do Conhecimento Organizacional.
3 – O foco em um conhecimento crítico ou estratégico é totalmente equivocado, pois o que deve importar é a dinâmica do conhecimento organizacional. Um conhecimento crítico ou estratégico sempre deixará de sê-lo e se a empresa não tiver uma boa dinâmica do conhecimento organizacional não conseguirá se adaptar criando novo conhecimento organizacional adequado.
4 - KM não pode focar apenas resultados econômicos ( de curto prazo). Precisa focar resultados de conhecimento, que envolvem longo prazo. Se é verdade que as empresas longevas lidam bem com o conhecimento, é válido afirmar que empresas que lidem bem com o conhecimento terão maior chance de alcançar a longevidade.
Uma definição de KM envolve resumir diversos conceitos em um parágrafo estabelecendo um caminho a ser seguido. É muito perigoso partir de uma definição errada ou que induza a erros. O tempo para avaliar ações de KM é muito longo, não se devendo deixar de fazer um monitoramento. Começar com uma definição mais fácil pode ser fatal.
Tenho estudado diversas definições de KM e quando encontrar uma melhor do que a minha eu a adotarei.
Forte abraço
Fernando Goldman
2 comentários:
Quais são a verdadeiros pilares que sustentam a gestão do conhecimento? Como ela pode ser aplicada na minha empresa?
Prezado Marlon
Diferentemente de muitos consultores que estalecem pilares, em geral três, por exemplo, pessoas - processos - tecnologia, eu prefiro pensar em uma epistemologia.
A maioria de nossas empresas não está preparada para falar em epistemologia, mas sem saber como você define conhecimento, não há como definir como você vai lidar com ele.
Portanto, meu método passa por um período de sensibilização da empresa, para só então começar a definir ações.
A maioria das empresas prefere agir primeira e tentar entender depois.
Por isso, quase sempre não funciona.
Forte abraço
Fernando Goldman
fernandogoldman@yahoo.com.br
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