Prezados
Respondendo ao comentário do Ferdinand sobre a postagem anterior:
Há toda uma belíssima discussão filosófica sobre a dimensão tácita do conhecimento feita na obra de Polanyi.
A Teoria da Criação do Conhecimento Organizacional, que vem sendo construída por Nonaka, sozinho ou com diversos co-autores, há quase vinte anos, se apóia na epistemologia de Polanyi, mas propositadamente simplifica em muito algumas das ideias de Polanyi.
Nós costumamos nos referir à dimensão tácita do conhecimento, como o conhecimento tácito e ao conhecimento que pode ser codificado, como conhecimento explícito ou como também se costuma usar: codificável.
Se você adota a epistemologia de Polanyi, não existe alguma coisa tal como um conhecimento puramente explícito. Existem informações disponíveis.
Importante é entender que não existe um conhecimento codificado independente do tácito, Independente do conhecedor. Trata-se de um processo dialético. Um conhecimento não existe sem o outro. É como a luz e a escuridão. Nonaka e Takeuchi têm um texto muito bom sobre este tema, que se chama “Criação e Dialética do Conhecimento”.
O que é possível de ser codificável do conhecimento, uma vez codificado e transformado em conteúdo, passa a ser parte da informação. Perde o caráter dinâmico de estar em constante construção.
Porém, é importante entender que mesmo quando completamos a espiral de conversão do conhecimento organizacional, conforme o modelo SECI, não conseguimos nos apropriar do conhecimento tácito de alguém. E não há nada errado nisto.
O conhecimento tácito é fruto da subjetividade. Está incorporado no conhecedor, que dele, na maior parte das vezes, nem tem consciência.
Por isso, as ações de KM, que buscam capturar o conhecimento dos conhecedores e guardá-lo se mostram tão frustrantes.
Forte abraço
Fernando Goldman
Nenhum comentário:
Postar um comentário