terça-feira, 31 de agosto de 2010

O conhecimento é dinâmico, o conteúdo da informação é estático

Prezados

Respondendo ao comentário do Ferdinand sobre a postagem anterior:

Há toda uma belíssima discussão filosófica sobre a dimensão tácita do conhecimento feita na obra de Polanyi.

A Teoria da Criação do Conhecimento Organizacional, que vem sendo construída por Nonaka, sozinho ou com diversos co-autores, há quase vinte anos, se apóia na epistemologia de Polanyi, mas propositadamente simplifica em muito algumas das ideias de Polanyi.

Nós costumamos nos referir à dimensão tácita do conhecimento, como o conhecimento tácito e ao conhecimento que pode ser codificado, como conhecimento explícito ou como também se costuma usar: codificável.

Se você adota a epistemologia de Polanyi, não existe alguma coisa tal como um conhecimento puramente explícito. Existem informações disponíveis.

Importante é entender que não existe um conhecimento codificado independente do tácito, Independente do conhecedor. Trata-se de um processo dialético. Um conhecimento não existe sem o outro. É como a luz e a escuridão. Nonaka e Takeuchi têm um texto muito bom sobre este tema, que se chama “Criação e Dialética do Conhecimento”.

O que é possível de ser codificável do conhecimento, uma vez codificado e transformado em conteúdo, passa a ser parte da informação. Perde o caráter dinâmico de estar em constante construção.

Porém, é importante entender que mesmo quando completamos a espiral de conversão do conhecimento organizacional, conforme o modelo SECI, não conseguimos nos apropriar do conhecimento tácito de alguém. E não há nada errado nisto.

O conhecimento tácito é fruto da subjetividade. Está incorporado no conhecedor, que dele, na maior parte das vezes, nem tem consciência.

Por isso, as ações de KM, que buscam capturar o conhecimento dos conhecedores e guardá-lo se mostram tão frustrantes.

Forte abraço

Fernando Goldman

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