Prezados
É comum se observar o uso indistinto dos termos instituições, organizações, firmas e empresas em textos sobre Gestão do Conhecimento Organizacional e/ou Capital Intelectual. À medida que aprofundamo-nos na construção de uma teoria sobre a dinâmica do Conhecimento Organizacional, vai havendo maior necessidade de melhor conceituar esses diferentes papéis.
De um modo geral, as instituições definem as regras e normas de conduta em uma sociedade. Já os diferentes tipos de arranjos, arquiteturas ou “estruturas” organizacionais, comumente referidos como organizações, são agentes participantes desta sociedade que interpretam e agem sob e sobre essas regras.
As empresas são apenas um dos muitos possíveis tipos e níveis de organizações. Embora seja possível falar em “firmas” como sinônimo de “empresas”, fazendo uma tradução literal do inglês, ideal seria considerar uma empresa como a materialização de um instrumento contratual – a firma.
Melhor do que dizer que toda empresa é uma organização, seria dizer que toda empresa tem uma organização. Dessa forma, passa a fazer mais sentido se falar em inovações de mudança organizacional e de desenho institucional nos seus diferentes níveis: empresas – cidades - regiões – estados – arranjos produtivos - setores econômicos países – blocos políticos econômicos etc..
Por um longo tempo, a pesquisa sobre o papel das instituições e das organizações na Gestão do Conhecimento Organizacional tem sido conduzida de forma quase independente por diferentes abordagens e disciplinas.
Economistas, engenheiros industriais, psicólogos, sociólogos, pesquisadores da administração, cientistas políticos, dentre outros, têm estudado os diferentes ambientes organizacionais sob uma ótica institucional, buscando entender, explicar e prever os comportamentos e estratégias para lidar com o conhecimento dentre e entre agentes.
Percebe-se cada vez a necessidade de abordagens multi e interdisciplinares na construção de uma Gestão baseada em Conhecimento, porém as contribuições das diferentes correntes não têm sido suficientemente discutidas e integradas.
Por exemplo, enquanto acadêmicos associados com a economia organizacional focam em mecanismos de governança, que vão da hierarquia a mercados, contratos formais e micro-fundamentos, sociólogos e outros teóricos sociais focam nos mecanismos informais como, por exemplo, redes baseada na confiança, as relações políticas e os processos sócio-cognitivos, como se estes não fossem apenas diferentes aspectos do mesmo problema.
Forte abraço
Fernando Goldman
Revisado em 14.07.2010
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