Prezados
A partir da percepção, capitaneada por Peter Drucker, de que na nossa atual sociedade os fatores de produção tradicionais − terra, capital e mão de obra − não são mais decisivos, não faltam autores apontando a importância do conhecimento como fator de produção e “ativo estratégico”.
Porém é notável o hiato na literatura das organizações no que diz respeito ao entendimento da construção de vantagens competitivas sustentáveis a partir do conhecimento como "recurso da organização".
O termo “ativo” induz a crença de que é possível armazenar e transferir o conhecimento − como apenas uma coisa estática e não como um fluxo, dinâmico portanto − criando uma dificuldade de compreendê-lo como verdadeiro elemento propiciador de diferenciação e de longevidade para as empresas.
Esta dificuldade se reveste de especial importância em uma época em que assimetrias de informação, quando acontecem, são cada vez mais breves.
O caráter essencial de melhor entender o conhecimento vai ficando em segundo plano, enquanto muito se discute: se o conhecimento deve ser gerido ou governado; se compartilhado ou protegido; se a ênfase é no capital intelectual ou nos ativos intangíveis; qual a importância das marcas; quais os papéis das Tecnologias da Informação e Comunicações (TICs) e das ferramentas que surgem a toda hora; como a Internet influencia as organizações e os mercados; o papel dos ERP (Enterprise Resource Planning) ou SIGE (Sistemas Integrados de Gestão Empresarial, no Brasil) como elementos de padronização do trabalho; se a busca deve seve ser na competitividade ou na inovação; como a globalização vem influenciando a distribuição do conhecimento; o papel dos trabalhadores do conhecimento; a influência das redes; o papel dos estados;entre tantos outros.
No entanto, um melhor entendimento do conhecimento é fundamental para se lidar com as aparentes contradições, que envolvem o trabalhador do conhecimento, que é dono do meio de produção (seu conhecimento), mas só pode usá-lo quando vinculado a uma organização, como bem nos alertou Drucker.
Forte abraço.
Fernando Goldman
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