Prezados
Enquanto encontrar casos de sucesso em Gestão do Conhecimento (GC) continua sendo uma preocupação constante para muitos dedicados estudiosos do assunto, na prática não são difíceis de encontrar casos de insucesso em GC. Por exemplo, os relacionados a planos de demissão voluntária (PDVs) em grandes empresas.
Infelizmente, por ignorância ou ganância, aqueles que querem a qualquer custo justificar um plano de demissão voluntária, perdem a oportunidade de implantar um processo de Gestão do Conhecimento Organizacional em linha com o que há de mais moderno, utilizando, ao contrário, conceitos totalmente equivocados e há muito ultrapassados.
Muitas vezes, em busca unicamente justificar vultosas indenizações para os apadrinhados de sempre, usa-se o "santo nome" da Gestão do Conhecimento, quando melhor seria utilizar os recursos disponíveis para investir na melhoria das condições de trabalho dos reais conhecedores e assim motivá-los a ficar na empresa, compartilhando verdadeiramente seu conhecimento, ao invés de se restringir apenas a criar repositórios de informações de utilidade duvidosa no futuro.
Sem precisar se aprofundar muito em teorias, qualquer um com um mínimo de leitura de bons textos sobre GC sabe que a adoção de medidas que na prática confundem informação e conhecimento só pode ter como efeito prático uma perda de tempo irrecuperável e uma opção por métodos e ferramentas de resultados sabidamente frustrantes.
Conforme tem se visto em muitos PDVs implantados em grandes empresas, estes planos podem sim significar um retardo ou até mesmo uma impossibilidade de salvar o conhecimento alavancador, o que pode ter graves consequências no futuro da empresa. Isto deveria ser reconhecido pelos próprios consultores convidados para dar respaldo acadêmico a estes planos, ou que fossem apresentados contra exemplos.
Toda esta história de PDV baseado em Gestão do Conhecimento é muito distante da cada vez mais clara percepção de que a capacitação de alavancar conhecimento deveria ser a chave estratégica para qualquer empresa que pretenda ser competitiva e ter longevidade, o que é totalmente diferente do simples acúmulo de informações.
Importante para as empresas é criar conhecimento, seja internamente, seja com seus parceiros, com a concorrência, com os reguladores, com o ambiente de um modo geral e espalhar o mais rapidamente possível o conhecimento através da empresa. Em suma, é preciso estar consciente do caráter dinâmico do conhecimento.
Não se faz isto construindo uma grande biblioteca eletrônica de melhores práticas ou do registro histórico das experiências passadas, embora não se deva deixar totalmente de fazer tais coisas, quando possível é claro, mas importante mesmo é ligar as pessoas para que elas possam pensar juntas.
Forte abraço
Fernando Goldman
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