quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
Definindo o que é Gestão do Conhecimento Organizacional
Diferentemente de algumas pessoas que conheço, que pregam a melhoria contínua, mas não gostam de revisar suas idéias eu, de tempos em tempos, procuro aperfeiçoar minha definição de Gestão do Conhecimento Organizacional.
Para aqueles que se contentam com aquelas definições que falam em identificar, criar, administrar e entregar informações, tudo bem. Afinal, Deus protege os inocentes.
Para quem sabe que existe vida após a Gestão da Informação, há necessidade de uma definição mais aprimorada.
Minha última versão é a seguinte:
Gestão do Conhecimento Organizacional é um metaprocesso para lidar com o ativo intangível Conhecimento Organizacional, sendo composta de um conjunto de ações e práticas de apoio através das quais a organização, de forma explícita e sistemática, gerencia as circunstâncias adequadas para que prosperem e se aperfeiçoem seus Processos de Conhecimento, identificando os conhecimentos críticos para sua sustentabilidade, buscando as capacitações dinâmicas necessárias às adaptações (o Aprendizado), visando sua longevidade.
Forte abraço
Fernando Goldman
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
Projeto obriga políticos a matricularem seus filhos em escolas públicas
Recebi um e-mail dando conta de um projeto de lei propondo que todo político eleito (vereador, prefeito, deputado, etc.) seja obrigado a colocar os filhos na escola pública.
Achei a idéia fantástica. Simples e bastante criativa, como são em geral as grandes idéias, ela transcende seu autor, o senador Cristovam Buarque.
Taí uma boa causa. Se a lei não for aprovada agora, só o fato de haver muita gente pensando no assunto pode gerar consequencias. Seguem as informações que recebi sobre a lei.
Forte abraço
Fernando Goldman
UMA CORRENTE DIFERENTE
Trata-se de um movimento de apoio à idéia do senador Cristovam Buarque, que era candidato a presidente com a proposta da educação. Ele apresentou um projeto de lei propondo que todo político eleito (vereador, prefeito, deputado, etc.) seja obrigado a colocar os filhos na escola pública. As conseqüências seriam as melhores possíveis. Quando os políticos se virem obrigados a colocar seus filhos na escola pública, a qualidade do ensino no país irá melhorar. E todos sabem das implicações decorrentes do ensino público que temos no Brasil. SE VOCÊ CONCORDA COM A IDÉIA DO SENADOR, DIVULGUE ESSA MENSAGEM no seu dia-a-dia e pela internet (em cópia oculta e apague o endereço de quem lhe enviou, para evitar SPAM). E ajude a REALIZAR essa idéia. Ela pode, realmente, mudar a realidade do nosso país.
O projeto PASSARÁ, SE HOUVER A PRESSÃO DA OPINIÃO PÚBLICA.
http://www.senado.gov.br/sf/atividade/Materia/detalhes.asp?p_cod_mate=82166..
PROJETO DE LEI DO SENADO Nº , DE 2007 Determina a obrigatoriedade de os agentes públicos eleitos matricularem seus filhos e demais dependentes em escolas públicas até 2014.
O CONGRESSO NACIONAL decreta:
Art. 1º Os agentes públicos eleitos para os Poderes Executivo e Legislativo federais, estaduais, municipais e do Distrito Federal são obrigados a matricular seus filhos e demais dependentes em escolas públicas de educação básica.
Art. 2º Esta Lei deverá estar em vigor em todo o Brasil até, no> máximo, 1º de janeiro de 2014.Parágrafo Único. As Câmaras de Vereadores e Assembléias Legislativas Estaduais poderão antecipar este prazo para suas unidades respectivas.
JUSTIFICAÇÃO = No Brasil, os filhos dos dirigentes políticos estudam a educação básica em escolas privadas. Isto mostra, em primeiro lugar, a má qualidade da escola pública brasileira, e, em segundo lugar, o descaso dos dirigentes para com o ensino público. Talvez não haja maior prova do desapreço para com a educação das crianças do povo, do que ter os filhos dos dirigentes brasileiros, salvo raras exceções, estudando em escolas privadas. Esta é uma forma de corrupção discreta da elite dirigente que, ao invés de resolver os problemas nacionais, busca proteger-se contra as tragédias do povo, criando privilégios. Além de deixarem as escolas públicas abandonadas, ao se ampararem nas escolas privadas, as autoridades brasileiras criaram a possibilidade de se beneficiarem de descontos no Imposto de Renda para financiar os custos da educação privada de seus filhos. Pode-se estimar que os 64.810 ocupantes de cargos eleitorais -> vereadores, prefeitos e vice-prefeitos, deputados estaduais, federais, senadores e seus suplentes, governadores e vice-governadores, Presidente e Vice-Presidente da República - deduzam um valor total de mais de 150 milhões de reais nas suas respectivas declarações de imposto de renda, com o fim de financiar a escola privada de seus filhos alcançando a dedução de R$ 2.373,84 inclusive no exterior. Considerando apenas um dependente por ocupante de cargo eleitoras. O presente Projeto de Lei permitirá que se alcance, entre outros, os seguintes objetivos:
a) ético: comprometerá o representante do povo com a escola que atende ao povo;
b) político: certamente provocará um maior interesse das autoridades para com a educação pública com a conseqüente melhoria da qualidade dessas escolas.
c) financeiro: evitará a "evasão legal" de mais de 12 milhões de reais por mês, o que aumentaria a disponibilidade de recursos fiscais à disposição do setor público, inclusive para a educação;
d) estratégica: os governantes sentirão diretamente a urgência de, em sete anos, desenvolver a qualidade da educação pública no Brasil. Se esta proposta tivesse sido adotada no momento da Proclamação da> República, como um gesto republicano, a realidade social brasileira seria hoje completamente diferente. Entretanto, a tradição de 118 anos de uma República que separa as massas e a elite, uma sem direitos e a outra com privilégios, não permite a implementação imediata desta decisão. Ficou escolhido por isto o ano de 2014, quando a República estará completando 125 anos de sua proclamação. É um prazo muito longo desde 1889, mas suficiente para que as escolas públicas brasileiras tenham a qualidade que a elite dirigente exige para a escola de seus filhos. Seria injustificado, depois de tanto tempo, que o Brasil ainda tivesse duas educações - uma para os filhos de seus dirigentes e outra para os filhos do povo -, como nos mais antigos sistemas monárquicos, onde a educação era reservada para os nobres. Diante do exposto, solicitamos o apoio dos ilustres colegas para a aprovação deste projeto.Sala das Sessões, Senador CRISTOVAM BUARQUE
sábado, 14 de fevereiro de 2009
O Conhecedor: Sábio ou Especialista ?
Noutro dia, fui dar um curso de Gestão do Conhecimento e fui apresentado como um "especialista no assunto". Sinceramente, não gostei.
Especialistas, sábios ou simplesmente conhecedores são figuras que causam arrepios em certas empresas. Nem sempre é bom ser classificado nessa categoria.
No que eu tenho estudado, ouvido, pensado, escrito etc sobre Gestão do Conhecimento Organizacional(KM), sempre tem ficado claro para mim que uns dos aspectos mais instigantes de KM é como as empresas lidam com seus conhecedores.
Surpreende-me constantemente a percepção de que muitas vezes se está tentando fazer Gestão do Conhecimento sem levar em conta o papel do Conhecedor. Sim, na medida em que se reconhece que o conhecimento, entendido como capacidade de ação eficaz só pode existir em um ser humano, surge naturalmente a figura do conhecedor.
Tenho dito e repetido que não há como fazer uma Gestão do Conhecimento Organizacional sustentável sem levar em consideração o conhecedor. Um ser humano que detém um determinado conhecimento tácito, capaz de diferenciar a organização humana onde atua e que juntando-se a outros conhecedores podem formar um Conhecimento Organizacional capaz de se tornar uma Vantagem Competitiva, tão sustentável quanto for seu conteúdo tácito.
Pois bem, em algumas empresas há um medo de lidar com o conhecedor. De reconhecer o papel do "Conhecedor". Enquanto outras empresas elegem seus campeões do conhecimento, algumas tentam simplesmente os aniquilar.
No fundo, fazer KM de verdade, e não Gestão da Informação disfarçada de KM, consiste em estabelecer políticas e processos na empresa realmente capazes de apoiar a exploração de seus conhecimentos tácitos valiosos, raros e custosos de imitar, o que se traduz em saber lidar com os conhecedores e não em tentar deixar de depender deles.
Mas reconheço que o conhecedor é uma figura difícil. Em geral, acaba sendo um especialista, mesmo que seja um especialista nos negócios em geral da empresa.
Para não se pensar que o problema é novo, vejam este pequeno trecho de Ortega Y Gasset, de 1929 ( La Rebelion de las Massas, Madrid: Revista de Occidente, reedição em 1970):
“Dantes os homens podiam facilmente dividir-se em ignorantes e sábios, em mais ou menos sábios ou mais ou menos ignorantes. Mas o especialista não pode ser subsumido por nenhuma destas duas categorias. Não é um sábio porque ignora formalmente tudo quanto não entra na sua especialidade; mas também não é um ignorante porque é “um homem de ciência” e conhece muito bem a pequeníssima parcela do universo em que trabalha. Teremos de dizer que é um sábio-ignorante - coisa extremamente grave - pois significa que é um senhor que se comportará em todas as questões que ignora, não como um ignorante, mas com toda a petulância de quem, na sua especialidade, é um sábio.”
Forte abraço
Fernando Goldman
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
Você precisa ter um modelo para poder aperfeiçoar seu modelo
Eu sou assinante da lista do Rubens Queiroz de Almeida, que é uma maneira bem interessante de dar um reforço no inglês. Para quem ainda não conhece, basta acessar http://www.aprendendoingles.com.br/.
A "dica do dia" enviada por ele hoje é uma frase que tem muito a ver com aquilo que eu venho pregando em termos de Gestão do Conhecimento:
You´ve got to have a dream if you want to make a dream come true.
Rodgers and Hammerstein
A idéia é antiga e se aplica a diversos aspectos da vida, tanto das pessoas quanto das organizações humanas. Se você não tem um sonho, não pode realizar seu sonho. Nessa mesma linha, gosto muito da frase do Cazuza e Frejat, “Quem tem um sonho não dança”.
Em termos de Gestão do Conhecimento Organizacional, eu tenho um modelo(1) e não me perco.
Se surgir algum fato novo que meu modelo não comporte, ótimo, adapto meu modelo.
É claro que esta idéia não é absolutamente nova.
Partindo da clássica frase de Sêneca:
“Nenhum vento sopra a favor, de quem não sabe para onde ir”,
ou até mesmo pelo adorável diálogo de Alice com o Gato, em Alice no País das Maravilhas:
"O senhor poderia me dizer, por favor, qual o caminho que devo tomar para sair daqui?"
"Isso depende muito de para onde você quer ir", respondeu o Gato.
"Não me importo muito para onde...", retrucou Alice.
"Então não importa o caminho que você escolha", disse o Gato.
Passando também por Peter Senge com sua disciplina da Visão Compartilhada que estimula o engajamento do grupo em relação ao futuro que se procura criar e elabora os princípios e as diretrizes que permitirão que esse futuro seja alcançado.
E ainda por Nonaka e Takeuchi quando elencam a Intenção, aspiração de uma organização, suas metas, como uma das condições capacitadoras da Criação do Conhecimento Organizacional.
Enfim, exemplos não faltam da óbvia importância de ter um rumo. Dá até para implantar uma iniciativa de Gestão do Conhecimento sem um modelo, mas se você pretende que ela seja sustentável, um processo permanente em sua empresa, não há como não pensar em um modelo.
Por pior que ele seja, somente se você tiver um, poderá aperfeiçoá-lo.
Forte abraço
Fernando Goldman
(1)GOLDMAN, Fernando Luiz. Um modelo estruturado para implantação de Gestão do Conhecimento Organizacional. In: XV SIMPÓSIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO – SIMPEP, Bauru, 2008.Download disponível em http://www.simpep.feb.unesp.br/anais_simpep.php?e=2, autor=Goldman.
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Dando uma força para o David Gurteen
Recebi um mailing do simpático David Gurteen, que esteve conosco no KM Brasil de 2008 fazendo uma das palestras principais. Ele se diz preocupado com o baixo número de adesões da América do Sul na lista para receber sua "Gurteen Knowledge Letter ". Bem, minha contribuição possível é reproduzir aqui neste espaço o pedido dele e recomendar que subscrevam a Gurteen Knowledge Letter , pois ela traz sempre coisas bem interessantes sobre KM mundial.
Forte abraço
Fernando Goldman
To: Gurteen Knowledge Community Members in South America
I have been publishing the Gurteen Knowledge Letter now for over 8 years and it is read by over 16,000 people around the world. Its a work of love and I am delighted when people tell me how much they enjoy it or how it has changed their lives in some small way. Although 16,000 people may seem like a lot - in the context of the web - it is small and I would love to grow the readership substantially. The Letter is only received by 350 people in South America and after speaking at KM Brasil last year and seeing the immense interest in Knowledge Management I would particularly like to see more readers. So do you think you could help me by telling your friends and colleagues about the Knowledge Letter by pointing them to this page:
http://www.gurteen.com/gurteen/gurteen.nsf/id/knowledge-letter.
A huge thanks in anticipation :
-) Best wishes
David
David GURTEEN
Gurteen Knowledge Fleet, United Kingdom
Tel: +44 1252 812 878 Mobile: +44 7774 178 650 Call me on Skype: dgurteen Send me an Email: david.gurteen@gurteen.com
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