Dizem que toda piada tem um fundo de verdade.
Eu recebi outro dia, através da lista do Rubens Queiroz de Almeida, uma anedota em inglês (http://www.aprendendoingles.com.br/shtml/2008315.shtml), que traduzo e adapto assim:
A chamada Seleção Negativa, em política, consiste em um processo que ocorre em burocracias rigidamente hierarquizadas, cujos casos extremos seriam as ditaduras.
A idéia é que as pessoas no topo da hierarquia, que normalmente pretendem permanecer indefinidamente no poder, escolhem seus subordinados com um critério principal : incompetência. Pelo menos incompetência suficiente para não lhes ameaçar o poder.
Os a eles subordinados que façam o mesmo com seus respectivos subordinados, e assim a hierarquia é progressivamente preenchida com mais e mais pessoas suficientemente incompetentes.
No entanto, sempre que o ditador ou a cúpula do poder se vê ameaçada, remove aquelas pessoas que lhes são ligadas e ameaçam suas posições. Esta "limpeza" na hierarquia irá abrir vagas, normalmente preenchidas com subalternos dos expurgados, ou seja, aqueles que eram menos competentes do que os seus superiores anteriores. Então, ao longo do tempo, a hierarquia se torna cada vez menos eficaz. Como isto acontece com relativa freqüência, uma vez que ditadores morrem, se aposentam ou são removidos por alguma influência externa, o resultado é uma hierarquia, a grosso modo, ineficaz.
Talvez seja só uma piada.
Mas o fato é que um dos aspectos mais importantes na Gestão do Conhecimento Organizacional diz respeito ao processo de formação da Burguesia Gerencial. Isto talvez explique porque muitos sabiamente preferem “comprar softwares para Gestão do Conhecimento” ou investir pesadamente em treinamento, travestido de Educação Corporativa. Para eles, melhor parecer que está se fazendo alguma coisa, do que efetivamente colocar o dedo na ferida da Gestão do Conhecimento Organizacional.
Voltarei ao tema.
Forte abraço
Fernando Goldman
Capes, CNPq e as jabuticabas
Há 9 anos