A bem conhecida hierarquia
dados-informação-conhecimento (data-information-knowledge, DIK, como ficou
conhecida) foi divulgada inicialmente por Ackoff (1989), em seu discurso
aceitando a presidência da International Society for General Systems Research,
e – embora possa ser útil para uma melhor compreensão de sistemas automatizados
em ambientes industriais - contribui muito pouco para o correto entendimento do
conhecimento, como fenômeno sócio-construtivista, em ambientes organizacionais. Quando o assunto é Gestão do
Conhecimento Organizacional, a hierarquia DIK tem mostrado todo o seu potencial
de confundir mais do que elucidar.
Em sistemas automatizados,
sensores de diferentes tipos são utilizados para a leitura local de grandezas
analógicas e digitais (estados). “Local” aqui significa no local físico em que
se realiza o processo. Como em geral os processos industriais são controlados à
distância, os dados coletados no campo precisam ser enviados ao ponto de
controle do processo de forma ordenada, de modo que possam ser lidos como
informação.
Imagine-se uma chave
elétrica cuja posição influencie um processo, que está sendo controlado. Se a
chave tem dois estados possíveis, aberta ou fechada e se algum tipo de sensor
digital é utilizado para supervisionar o estado da referida chave elétrica, ele,
o sensor, produzirá um sinal binário, 0 ou 1. É preciso que a cada sinal (Dado)
vindo do campo corresponda um estado (Informação). Por exemplo, sinal igual a 0 significa
chave aberta e sinal igual a 1 significa chave fechada. Poderia ser o
contrário, desde que a partir do sinal recebido (Dado) seja possível saber o
estado da chave (Informação).
Da correta combinação dos
estados de todas as chaves (Informação) no processo é possível escrever um
programa que controle o processo (Knowledge).
Essa conceituação é muito
antiga e, embora explicitada por Ackoff em 1989, vem sendo utilizada em
Controle e Automação há muito tempo. Um gargalo deste tipo de sistema de
Controle sempre foi o custo de comunicação de sinais entre o processo e seu
controle.
Mais recentemente o envio
dos sinais, que ocorria fisicamente, sinais elétricos por exemplo, vem sendo
feito por protocolos digitais, possibilitando um trânsito e controle de um
número muito maior de sinais a custos viáveis. Surgem daí úteis e inovadores
conceitos tais como Internet das Coisas (IoT), Big Data e computação em nuvem .
A quarta maior empresa do
mundo, a General Electric, entrou com tudo nesse jogo e lançou um serviço de
computação em nuvem para atender o contexto indústrial de IoT – o Predix Cloud
(ver https://www.gesoftware.com/predix),
onde pode ser examinada a figura abaixo.
Mais informações estão
também disponíveis em http://www.anpei.org.br/web/anpei/noticias/-/anpei/view/news?id=3997.
Forte abraço
Fernando Goldman
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