segunda-feira, 8 de novembro de 2010

KM deve estar subordinada ao RH?

Prezados

Passado o KM Brasil 2010 – e tudo de bom que ele nos possibilitou ver, ouvir e trocar ideias – vamos voltando a discutir a Gestão do Conhecimento aqui neste blog.

A definição de GC, com a qual trabalhamos aqui, não custa repeti-la:

Gestão do Conhecimento de um arranjo organizacional ou simplesmente Gestão do Conhecimento Organizacional (KM) é um metaprocesso, que, explícita e sistematicamente, define ações e práticas de apoio para melhorar as políticas, programas e processos do arranjo organizacional, que influenciam a qualidade da dinâmica do seu Conhecimento Organizacional .

Esta definição, por si só, muda, em muito, algumas das coisas mais comuns que encontramos na maioria das nossas empresas e expõe alguns dos dilemas a que está submetida a KM nelas.

Se a KM tem por objetivo melhorar algumas políticas, programas e processos do arranjo organizacional, isto significa dizer que ela avalia e monitora, sob o ponto de vista do conhecimento, as políticas que influenciam o Conhecimento Organizacional. Por exemplo, a política de recursos humanos da empresa.

Chamada em algumas empresas de Política de Recursos Humanos – em outras de Política de Gestão de Pessoas e há mesmo casos em que a confusão conceitual é tão gritante que se fala em Política de Gestão do Capital Humano para se referir à Gestão de Pessoas – espero que ninguém duvide que tal política de uma empresa influencie fortemente a dinâmica de seu Conhecimento Organizacional.

Estaríamos, então, falando de colocar a raposa para tomar conta do galinheiro? Não seria de se esperar que uma KM subordinada ao RH tivesse a autonomia necessária para apontar a política de Recursos Humanos como um elemento que esteja impactando negativamente a dinâmica do Conhecimento Organizacional.

Por tudo isso, empresas que insistem em pensar KM como uma atividade não independente do RH, não deveriam adotar a definição acima, mas também não deveriam esperar os resultados que tal definição pode trazer.

Forte abraço

Fernando Goldman

4 comentários:

Ferdinand disse...

O pouco que posso vizualisar da ação dos RHs concordo que KM, para ser eficiente ( realmente fazer a difernça) não é tarefa para eles. Tampouco acho que seria o setor de treinamento. Veja o paradoxo, trabalho em subsidiária da maior empresa da america latina, e não temos uma KM implantada! As pessoas que estão no comando não percebem a relevância. K tem pouco valor neste país, na atual conjuntura. Não sei se reparaste, tem só 3 brasileiros ( heróis) nas palestras do TED, contra uma miríade de indianos e africanos.
Abração
Ferdinand

Ferdinand disse...

Acabei de ler o " Why IT inspired but cannot deliver KM. de Richard McDermot. Ele abre com: Knowledge is experience. Everything else is just information. ( A Einstein)
Este artigo me tirou algumas dúvidas fundamentais, apesar de não concordar plenamente com afirmações como: "Knowledge is the residue of thinking", acho que deveria ser "Knowledge is the result of thinking." Claro que não qualquer "thinking".
Mas tem uma afirmação que chama a atenção: Knowledge is the sense we make of information."
Vamos ver se chegamos a uma significado maior/melhor para "conhecimento".
Abração
Ferdinand

Ferdinand disse...

Fernando.
Tive que revirar o google e o wiki para chegar perto do significado de "metaprocesso". Lamentávelmente não me sinto à vontade em arriscar uma definição/conceituação apresentável.
Aposto que muitos leitores tem a mesma dificuldade. Quem foi mesmo que disse: "The hell is in the details".
KM passa por organização, acessibilidade e significado da informação. Dá para organizar um dicionário de termos não usuais para a turma que não é da área de KM?
Abração
Ferdinand

Fernando Goldman disse...

Prezado Ferdinand

Você dá vida a este blog, mas eu não consigo responder um a um os seus comentários.

Vou fazer uma postagem explicando melhor esta ideia de metaprocesso.

O artigo " Why IT inspired but cannot deliver KM. do Richard McDermot é muito bom e cheio de informações relevantes. Merecerá uma postagem.

Quanto ao fato de nós brasileiros darmos pouca importância ao verdadeiro conhecimento, está relacionado ao fato, alertado ontem pelo prof. Heitor Quintella, na nossa reunião mensal da SBGC, de que nós brasileiros termos nos afastado da filosofia pragmática.

Também voltaremos a este assunto.

Forte abraço

Fernando Goldman