sexta-feira, 24 de setembro de 2010
SBGC-RJ apóia o evento: Ana Grandori no Rio, dia 30/09, às 11 horas
Prezados
A SBGC-RJ está apoiando o evento, que nos propiciará uma conferência com a pesquisadora Anna Grandori ( Bocconi University, Milão, Itália), no programa de Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento do IE/UFRJ, PPED.
Anna Grandori é considerada um dos expoentes do tema Knowledge Governance e fará a conferência intitulada “Knowledge & Governance: from cognitive to epistemic".
O evento é aberto, as inscrições são gratuitas, porém as vagas são limitadas. Para se inscrever, envie e-mail para fernandogoldman@yahoo.com.br .
O evento será no dia 30 de setembro, de 11 às 13 horas no Instituto de Economia, na Praia Vermelha.
Local:
Auditório da Casa da Ciência
Centro Cultural de Ciência e Tecnologia da UFRJ **
Rua Lauro Müller, 3 Botafogo
Forte abraço
Fernando Goldman
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
O papel da Verdade no Conhecimento (II)
Quando diz que a Teoria da Criação do Conhecimento Organizacional destaca a natureza do conhecimento como "crença justificada”, em oposição ao que sempre predominou no ocidente, onde a epistemologia − a teoria do conhecimento – tradicionalmente focou na "verdade", Nonaka de certa forma se alinha ao racionalismo crítico, a filosofia que Popper criou, a qual se ocupa primordialmente de questões relativas à epistemologia.
É verdadeiramente interessante notar que, a exemplo do que acontece nos Estados Unidos, no Brasil a grande maioria dos executivos não tem muita afinidade por assuntos que possam, mesmo que minimamente, se aproximar da filosofia.
Por mais louco que possa parecer, há um conceito que vê a filosofia como algo que inibe a ação. Algo como um “parar para pensar”, que impede o agir.
É fácil perceber em qualquer platéia de profissionais de nível de decisão, quando o assunto resvala na filosofia, um olhar para cima de forma pejorativa, tipo: lá vem filosofia. Mas como tentar entender o conhecimento sem um mínimo de epistemologia?
Quando o assunto é Gestão do Conhecimento, a maioria de nossos executivos prefere buscar avidamente “estudos de casos de sucesso”, preferindo acreditar em relatos de aplicações de práticas de apoio, que tenham alcançado bons resultados. Em outras palavras: sonhando com fórmulas mágicas.
Enquanto isso, o racionalismo crítico, nascido na Áustria, em 1934, com a publicação do primeiro livro de Popper − Logic der Forschung (A Lógica da Pesquisa Científica) − diz, colocando de forma bastante simplificada, que não importa quantos casos de sucesso possam ter sido observados para uma determinada prática, não é possível induzir que uma próxima aplicação daquela mesma prática resultará em um caso de sucesso.
O trabalho de Popper se constituiu em uma crítica ao positivismo lógico do Círculo de Viena, defendendo a concepção de que toda verdade, portanto todo conhecimento, é falível e corrigível, virtualmente provisório.
À luz do racionalismo crítico, fica mais fácil entender a ideia do conhecimento como “crença justificada em uma verdade”, verdade esta, que sempre será provisória, pois estará sempre sendo testada, sujeita a novos fatos ou a novos conhecimentos, permitindo assim ser refutada, ou seja, falseada.
Forte abraço
Fernando Goldman
Curso: Gestão do Conhecimento Organizacional - 20 de outubro de 2010, no Rio de Janeiro
Gestão do Conhecimento Organizacional |
Objetivo Geral: Sensibilizar os participantes para a importância do capital intelectual e dos principais conceitos, métodos e técnicas da Gestão do Conhecimento Organizacional. Objetivos Específicos: Com total envolvimento dos participantes, serão discutidos conceitos fundamentais para planejar e executar novas abordagens para lidar com os ativos intangíveis do conhecimento e o uso adequado de tecnologias avançadas para a gestão do conhecimento nas organizações. |
Programa |
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Instrutor |
Fernando Goldman – Doutorando em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento no Instituto de Economia da UFRJ. Engenheiro Eletricista pela UFRJ, com Mestrado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal Fluminense (UFF), pesquisando sobre Conhecimento e Inovação Tecnológica. É consultor e professor universitário. Diretor Regional da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento no RJ. Responsável pelo blog "O que é Gestão do Conhecimento". |
Data e Local |
Data: 20/10/2010 |
Inscrições |
Valor: R$ 870,00 Inscreva-se Caso o link para a inscrição não funcione, copie e cole em seu navegador o seguinte endereço: http://www.synergiaeditora.com.br/treinamento/curso-gestao/inscricao/ Dúvidas, solicitações e demais informações, entre em contato: |
Realização | Apoio | |
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Belo monte de violências (I)
Gostaria de recomendar o artigo disponível no link abaixo:
Belo monte de violências (I)
Forte abraço
Fernando Goldman
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Curso de Gestão do Conhecimento Organizacional no Rio de Janeiro, 20.10.2010
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segunda-feira, 20 de setembro de 2010
O papel da Verdade no Conhecimento
Prezados
Em várias postagens anteriores, tenho utilizado a definição da Teoria da Criação do Conhecimento Organizacional, que define o conhecimento em três partes:
1ª parte - o conhecimento é uma crença justificada em uma verdade;
2ª parte - o conhecimento é aquilo que se sabe e possibilita capacitação de:
a) definir e resolver problemas; e
b) ação eficaz;
3ª parte - o conhecimento é explícito e tácito ao longo de um continuum, tendo caráter contextual.
Noutro dia, um leitor deste blog fez um comentário, questionando qual seria minha definição de verdade. Questionava ainda se este conceito não seria relativo.
Aquele comentário toca em aspecto muito importante. Nonaka e Takeuchi (1995, p. 58) esclarecem que:
Nós adotamos uma definição tradicional de conhecimento como "crença verdadeira justificada". Deveria ser notado contudo, que enquanto a epistemologia ocidental tradicional focou-se na "verdade" como atributo essencial do conhecimento, nós destacamos a natureza do conhecimento como "crença justificada..." .
Enquanto a epistemologia tradicional enfatiza a natureza absoluta, estática e não-humana do conhecimento, normalmente expressa em proposições e lógica formal, nós consideramos o conhecimento como um processo humano dinâmico, de justificar a crença pessoal em direção à verdade.(tradução minha)
Assim, definir o conhecimento como uma crença justificada em uma verdade, implica reconhecer que os indivíduos estão continuamente justificando a veracidade de suas crenças com base em suas interações com o mundo.
Forte abraço
Fernando Goldman
TweetCriação e Dialética do Conhecimento - Apresentação de outra aluna minha
Eu gostaria de compartilhar com vocês outra apresentação de uma aluna minha, que acredito poderá ajudar muito a quem está subindo a ladeira da Gestão do Conhecimento.
Barbara lis silveira 10
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Criação e Dialética do Conhecimento - Apresentação de uma aluna minha
Eu gostaria de compartilhar com vocês uma apresentação de uma aluna, que acredito poderá ajudar muito a quem está trilhando a ladeira da Gestão do Conhecimento.
Forte abraço
Fernando Goldman
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Próxima reunião mensal da SBGC-RJ, 14/09/2010 de 18h30 às 20h00
A SBGC-RJ convida para:
Palestra
Gestão do Conhecimento no ONS: Desafios na sua implantação
A ser realizada durante a próxima reunião mensal da SBGC-RJ, que acontecerá no dia 14 de setembro, terça-feira, de 18h30 às 20h00.
A palestra será seguida de debate sobre o tema acima.
Palestrante
Engº Jairo Gomes Queiroz
Dados do palestrante
Jairo Gomes Queiroz é engenheiro Eletricista formado pela Universidade Federal Fluminense – UFF em 1971, pós-graduado em Sistemas Elétricos de Potência na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC em 1972, graduado em Administração de Empresas pela UERJ em 1973 e cursou o MBA na COPPEAD da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ em 1992.
Atuou como Engenheiro de Sistemas de Potência na Light e em Furnas.
Em Furnas Centrais Elétricas atuou como Gerente do Centro de Operação e posteriormente como Gerente do Departamento de Operação do Sistema.
Em agosto de 1998 participou da constituição do Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS em assuntos relativos aos Centros de Operação, gerenciando em seguida o Centro Regional de Operação Sudeste – COSR-SE até maio de 2004. A partir de junho do mesmo ano, exerceu o cargo de Assistente da Diretoria de Operação do ONS, e coordena o Comitê de Gestão do Conhecimento do ONS – CGC.
Descritivo da palestra
A palestra apresentará um estudo de caso de uma iniciativa de Gestão do Conhecimento Organizacional.
Local
Valer - Departamento de Educação Vale
Avenida Presidente Wilson, 231 / 7º andar - Centro/RJ
Inscrições Gratuitas – vagas limitadas - RSVP
Inscreva-se na terça-feira em: http://cadastro.synergiaeditora.com.br/sbgc/inscricao/
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Cibernética de Segunda Ordem (I)
Prezados
Noutro dia, participei de um evento onde se discutia mais uma nova teoria sobre como se lidar com o conhecimento. Ao ver o modelo proposto pelo apresentador, notei que ele tinha bastantes similaridades com o meu Modelo da Dinâmica do Conhecimento Organizacional (ver ao lado). Faltavam, no entanto, laços de retorno, os famosos feed-backs.
Quando começamos a discussão, pedi a palavra e disse que sentia falta de alguma cibernética de segunda ordem no modelo proposto. Causou-me espanto o espanto provocado por minha observação. Não só no palestrante, mas em muitos dos presentes. Só então me dei conta de que as ideias relativas à Cibernética andam tão fora de moda que chegam a soar estranhas para a maioria das pessoas.
Em 1974, Heinz von Foerster (segundo a Wikipédia, nascido em Viena em 13 de novembro de 1911 e falecido em 2 de outubro de 2002, em Pescadero, California) articulou a distinção entre uma cibernética de primeira ordem e uma de segunda ordem. Respectivamente, a cibernética dos sistemas observados e a cibernética de sistemas de observação. A distinção feita por Von Foerster, juntamente com o seu trabalho sobre a epistemologia do observador, tem sido extremamente influente no trabalho de uma geração posterior de cibernéticos, bem como em diferentes campos como a Teoria das Organizações e a Terapia Familiar.
Eu venho advogando que a Gestão do Conhecimento Organizacional só se sustenta, quando entendida como um sistema de observação. Um metaprocesso.
O trabalho de von Foerster tem provido uma arquitetura para a disciplina da cibernética, que, em seu espírito, provê ordem onde anteriormente havia variedade e desordem. Ele forneceu a base para o programa de investigação que é a Cibernética de Segunda Ordem.
Como o próprio von Foerster deixou claro, a distinção que ele articulou, já estava presente no pensamento dos primeiros cibernéticistas, que propuseram o nome para a disciplina.
É interessante observar que se o termo “Cibernética” é ainda assustador para muita gente que tenta entender o funcionamento das empresas e consequentemente das organizações, que dirá a expressão "Cibernética de Segunda Ordem".
Eu gostaria de convidar vocês a se deliciarem com o discurso de von Foerster, Ethics and Second-Order Cybernetics, feito na International Conference, Systems and Family Therapy: Ethics, Epistemology, New Methods, que aconteceu em Paris, França em 04 de outubro de 1990.
Ele está disponível em http://www.stanford.edu/group/SHR/4-2/text/foerster.html . Aproveitem.
Forte abraço
Fernando Goldman
domingo, 5 de setembro de 2010
Divulgação do Livro de Gestão da Atenção
Recebi, via Competitive Knowledge, um e-mail do Henrique Castelo Branco divulgando o livro “Gestão da Atenção - a Arte de Gerenciar a Atenção na Vida e nas Organizações”. Ele é um dos autores.
Não tive a oportunidade de ler o livro ainda, mas sinto que ele, de alguma forma, deve colaborar para a Gestão do Conhecimento Organizacional.
Vale a pena dar uma olhada no site do livro: http://www.gestaodaatencao.com.br/
Muitas tiradas interessantes sobre a atenção.
Senti falta no site de uma citação, de Fernando Pessoa, que a meu ver seria fundamental:
Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.
Isto não tira, de maneira alguma, os méritos do livro, que, assim que puder, vou ler.
Forte abraço
Fernando Goldman
sábado, 4 de setembro de 2010
O conhecimento incorporado
O site do yahoo.com conversou com especialistas e compilou algumas das dicas mais recentes sobre como melhorar o que eles chamam dos “músculos” do cérebro associados com a memória (http://health.yahoo.net/articles/womens-health/10-tricks-improving-your-memory).
Como aquele texto destaca, embora possa soar estranho, gesticular enquanto se tenta aprender um conceito, pode ajudar o cérebro a se lembrar de algo importante, na opinião de Jeff Brown, co-autor do livro “ O cérebro do vencedor”.
Para aquele especialista, gesticular de maneira significativa, enquanto se está aprendendo alguma coisa, pode ajudar a recordar o conceito. Ainda segundo ele, a idéia é armazenar pelo menos dois tipos diferentes de informações sobre algo que se vai precisar recordar mais tarde.
Ele exemplifica com crianças envolvidas na solução de problemas de matemática: elas os falam em voz alta, mas também os trabalham no ar.
O texto propõe algumas táticas para se tentar aplicar estas ideias. Por exemplo, quando se aprende o nome de alguém, pode-se escrever o nome na palma da sua mão com o dedo. O ato de traçar as letras sobre a palma da mão pode ajudar o cérebro a se lembrar, diz o Dr. Brown. Outro exemplo é desenhar um mapa imaginário do supermercado ou do shopping center no ar, falando em voz alta o nome dos itens ou das lojas que se precisará lembrar quando se for às compras.
Estas dicas estão alinhadas com as ideias de Nonaka sobre o aprendizado com o corpo, que ele chama de incorporado, em oposição à tradição ocidental de aprendizado puramente mental.
Quanto mais incorporado o aprendizado, mais ele propicia conhecimento tácito, pois o aprendizado com o corpo afeta nossos sentidos, o que dificulta sua plena codificação.
Forte abraço
Fernando Goldman
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Gestão do Conhecimento como Estratégia para um Mundo Sustentável
Em ambientes de negócios crescentemente competitivos, as inovações, tanto incrementais como radicais, vêm sendo reconhecidas como o elemento chave para a sobrevivência dos diferentes tipos de arranjos organizacionais, dentre os quais as empresas são apenas um exemplo.
O papel das inovações tecnológicas – sejam técnicas, de mudança organizacional ou de arranjo institucional – foi largamente destacado por Schumpeter, no século passado, na famosa expressão “Destruição Criativa”.
Hoje, as organizações precisam adaptar-se constantemente e em tempo hábil às mudanças nos macro e microambientes, implicando no estabelecimento de processos cada vez mais dinâmicos de inovação. Estes processos dinâmicos de inovação não ocorrem espontaneamente, sendo frutos do processamento de conhecimento pelas organizações, o qual por sua vez é alavancado pela Gestão do Conhecimento Organizacional (KM), uma atividade que, conscientemente ou não, sempre existiu e continuará existindo.
Talvez por ser uma disciplina de formalização relativamente recente – o primeiro artigo acadêmico com a expressão Knowledge Management em seu título foi escrito em 1976, mas seu desenvolvimento se deu mesmo a partir de 1995 – a KM ainda tem várias diferentes abordagens, para tentar o melhor uso do conhecimento organizacional como fator de produção e de criação de valor.
Um das principais abordagens da KM se apóia no trabalho de Ikujiro Nonaka que, sozinho ou com seus diversos co-autores, em sua Teoria da Criação do Conhecimento Organizacional, procura explicar tanto o processo de criação do conhecimento organizacional, como também as condições que facilitam sua criação.
Para Nonaka, a organização de uma empresa cria novos conhecimentos através da síntese, um processo dialético, contínuo e dinâmico, convertendo o conhecimento tácito em explícito e vice-versa.
Para aquele pesquisador, o que possibilita a inovação é a criação de conhecimento organizacional – processo pelo qual o conhecimento criado por indivíduos é disponibilizado e amplificado, sendo integrado a um sistema de conhecimento da organização. A criação de conhecimento organizacional deve assim ser entendida como a capacitação de uma organização de criar conhecimento, disseminá-lo em sua organização, incorporá-lo a produtos, serviços e sistemas e até mesmo modificar a própria organização.
Reside na relação entre conhecimento organizacional e inovação a chave para compreender a capacitação para se adaptar das organizações com longevidade. Isto transcende em muito a visão da economia neoclássica, que via o conhecimento como algo disponível igualmente a todas às empresas – uma coisa que precisava apenas ser processada. O que diferencia as organizações com longevidade é a compreensão do conhecimento como um ato em constante construção, e não uma coisa que pode ser armazenada.
Uma importante abordagem de KM diz respeito às redes interorganizacionais de criação de conhecimento, ou seja, não apenas dentro das empresas, mas também a partir dos relacionamentos entre empresas.
Assim, as organizações não só "processam" o conhecimento, mas também o "criam". No entanto, a economia e a teoria organizacional, praticamente, negligenciaram durante muito tempo o entendimento da criação do conhecimento pelas organizações.
Após um período inicial de ênfase equivocada nas ferramentas das Tecnologias da Informação e das Comunicações, as abordagens mais efetivas de KM vêm firmando-a como um metaprocesso que, através de ações e práticas de apoio, atua sobre os programas, políticas e processos voltados a aprimorar a contínua criação do Conhecimento Organizacional, um ativo intangível e específico de cada empresa.
Vai sendo superada assim a tendência de se interpretar a expressão “Gestão do Conhecimento” em um sentido mais focado em ações com coisas tangíveis, que implicariam em “mapear” conhecimentos já existentes, passando para uma atividade focada no fluxo do conhecimento.
A KM caracteriza-se assim como importante precursora de inovações tecnológicas, tanto as dependentes de conhecimento técnico (novos produtos, serviços e processos), como as de mudanças organizacionais e institucionais.
Por outro lado, como é largamente sabido, a sustentabilidade vem sendo reconhecida em todas suas dimensões – ambiental, social, cultural, econômica etc. – como condição sine qua non para o desenvolvimento das empresas e demais sociedades.
Assim, é natural que as questões relacionadas à sustentabilidade, em especial as de ordem ambiental e social, venham tendo cada vez mais impacto na definição de estratégias empresarias em negócios de toda espécie, como também na formulação, planejamento, implementação e avaliação de políticas públicas.
Hoje, não há mais como pensar em um empreendimento, de qualquer natureza ou ordem de grandeza, sem levar em conta sua sustentabilidade, bem como a forma como ele afeta a sustentabilidade de todas as possíveis partes interessadas. Tal tipo de avaliação, tão ampla, afeta cada nível de criação de valor no curto e longo prazo.
As empresas que buscam a longevidade já perceberam que suas estratégias devem levar em conta a sustentabilidade em toda sua rede de valor para poder gerar resultados reais, criando valor para os acionistas em uma perspectiva de longo prazo, através do real aproveitamento de oportunidades aliado ao adequado gerenciamento dos riscos.
A chave do sucesso reside na capacidade de adotar estratégias empresariais e ações que visem atender às necessidades e interesses das empresas e suas relações com o meio ambiente, suas partes interessadas (stakeholders) e a sociedade em geral, no presente e no futuro.
No entanto, a simples aceitação da importância dos princípios da sustentabilidade como ferramenta da gestão de riscos ou elemento de aumento da competitividade e de criação de valor de longo prazo não é suficiente se não for acompanhada de uma KM que possibilite as inovações demandadas pela sustentabilidade para viabilizar a adaptação proativa aos mais modernos conceitos sobre o assunto.
Há que se considerar que não basta repetir discursos sem uma ampla discussão sobre o significado dos conceitos utilizados. Trata-se de definir problemas e tomar decisões em um cenário de alta incerteza e racionalidade limitada. É preciso ir além da legislação e instrumentos aplicáveis, antecipando-se a novas demandas de consumidores e colaboradores, assim como diferentes eventos no cenário internacional, o que exige real conhecimento.
Destaca-se neste contexto, a transição mundial para uma nova economia de baixo carbono, que envolverá, em escala global, não só a troca dos combustíveis fósseis utilizados, mas também a forma de pensar sobre: gerar e distribuir energia; transportar cargas e pessoas; aquecer, resfriar e iluminar residências, escritórios e áreas públicas; e fazer funcionar as instalações industriais.
Não é a toa que aquele já citado primeiro artigo acadêmico, de 1976, escrito por Rickson, um sociólogo, tendo o termo Knowledge Management (KM) no título, tivesse como tema, exatamente, a qualidade ambiental. A interação entre KM, inovações, sustentabilidade e Gestão Ambiental há muito tempo tem sido uma preocupação dos pesquisadores.
Rickson chamava atenção naquele artigo para o papel significativo das grandes empresas industriais na criação e aplicação de conhecimentos técnicos para definição de políticas públicas e práticas de sustentabilidade.
Hoje, é cada vez mais evidente que sem uma adequada KM, seja no nível das empresas ou no nível interorganizacional, não alcançaremos as inovações demandadas pela tão deseja sustentabilidade.
O tema do KM Brasil 2010 deste ano será Gestão do Conhecimento como Estratégia para um Mundo Sustentável.
Forte abraço
Fernando Goldman