sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Muito ajuda, quem não atrapalha

Texto postado no fórum da SBGC em 23/8/2007 12:32 AM

Olá Sergio e demais

Parece que algumas de nossas idéias convergem, mas eu gostaria de aprofundar o assunto.

Quando eu comecei a escrever meu último comentário, pensei em criar um novo item de discussão. Meu foco é no papel do RH na Gestão do Conhecimento. Cheguei a pensar em usar o título, se não estou enganado, de uma peça teatral antiga chamada:

"Muito ajuda, quem não atrapalha"

Ou será que isso é apenas um ditado. Não importa, pois preferi dar continuidade a lista aberta pela Jaqueline.

De qualquer forma, eu tenho ouvido insistentemente a afirmativa de que "O RH é fundamental para o sucesso da GC", como você também citou. Até concordo com ela, mas eu fico me perguntando:

Será que o RH percebe porque ele é fundamental para o sucesso da GC?

Será que o "modelo Competência" não é muito mecanicista e focado demais em eventos, em detrimento de padrões de comportamento, estrutura sistêmica e modelos mentais adequados aos dias atuais, ou seja , à formação do pensamento sistêmico.

Quanto tempo é necessário utilizar um modelo de competências para chegar à conclusão de que ele está apoiado no processos errados?

Acho que um bom começo é perceber que se:

- o RH está evoluindo, digamos assim, para Gestão de Pessoas e

- o Conhecimento só existe nas pessoas,

torna-se importante deixar claro que nunca é no setor de Gestão de Pessoas onde está o conhecimento criador de diferencial competitivo, nem seguer o que mantém a empresa inovando.

Convido o pessoal de RH a participar desse papo, narrando casos em que o RH desempenhou real papel de apoio a Gestão do Conhecimento e como isso foi feito.

Implantação de modelo de Gestão de Competências eu pediria que não considerassem.

Forte abraço

Fernando Goldman

Considerações sobre "Gestão de Competências"

Texto postado no fórum da SBGC, em 22/8/2007 12:39 AM


Prezados

Vou aproveitar o tema que a Jacqueline lançou, Desafios da GC, para tocar em uma ferida. Aliás, me parece que para isso servem os fóruns.

Eu tenho observado uma coisa e gostaria de ouvir, ou no nosso caso ler, algumas opiniões, em especial a sua e a do Sérgio, para ver se eu estou sendo tendencioso ou se realmente está acontencendo o que penso estar acontecendo.

Antes é bom deixar claro, que eu, diferentemente de muita gente que conheço, que não quer nem ouvir falar do assunto, considero "Gestão de Competências" uma área comum e até mesmo uma pequena parte do que Gestão do Conhecimento faz, ou seja, gerir os diversos processos do conhecimento organizacional, isso sem entrar no mérito se o modelo de competências do Zarifian funciona a curto ou longo prazo, ou se nem funciona como elemento de Gestão do Conhecimento.

O problema é que eu tenho visto gente de RH - nada contra RH, Gestão de Pessoas ou o nome que desejarem dar - falar em "Gestão de Competências" como se fosse a mesma coisa que "Gestão do Conhecimento".

Tenho ouvido gente de RH chamando gerentes de líderes do conhecimento. Gerente é gerente. Líder é líder e se for do conhecimento fica muito complicado tornar gerentes em líderes do conhecimento por decreto. Seria ótimo que todo gerente fosse um líder do conhecimento, imagino até que há organizações em que isso seja verdade, mas existe o mundo real e a gente não pode simplesmente ignorá-lo.

Pois bem, minha pergunta provocação é a seguinte : Será que está na moda alguns poucos( não posso, nem devo generalizar) da turma da Gestão de Pessoas usarem termos de Gestão do Conhecimento só para parecer que ao invés de Gestão do Treinamento estão fazendo Gestão do Conhecimento ?

Forte abraço

Fernando Goldman

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Balanced Scorecard e a Gestão do Conhecimento

Prezados

Divulgo e solicito-lhes a gentileza de divulgar.

Clique sobre a figura para vê-la ampliada:



Balanced Scorecard e a Gestão do Conhecimento

A capital carioca vai sediar na terça-feira (28/08/2007) um evento da série “Encontros do Pólo-RJ”. Com o tema "BSC e a Gestão do Conhecimento”, o evento é realizado pela SBGC em parceria com o IE-UFRJ. Os expositores serão o Prof. Dr. Victor Prochnik, especialista em estratégia e economia industrial, e a Profª. Drª. Ana Carolina P. D. da Fonseca, especialista em cultura organizacional.
O evento destina-se a executivos e empresários, interessados em conhecer casos práticos e trabalhos acadêmicos sobre a difusão do BSC no Brasil e seu real impacto sobre as pessoas, cultura organizacional e a gestão do conhecimento.
Data : 28 de Agosto de 2007
Cidade : Rio de Janeiro
Local : Instituto de Economia da UFRJ
Realização: Pólo-RJ da SBGC
Investimento: R$ 300,00. Associado SBGC quitado tem 50 % de desconto.
Inscrições : 3873-5249 Linda ou Flora.
Para informações mais detalhadas, acesse http://kmgoldman.blogspot.com/2007/08/data-28-de-agosto-de-2007-evento.html

Forte abraço

Fernando Goldman

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Explicando algumas idéias de Snowden - 2ª Parte

Na opinião de Snowden, o trabalho pioneiro dos praticantes tais como Buckman, Edvinsson, Lank, Saint-Onge e Ward, entre outros, ligitimou o nascimento da segunda geração da GC, com sua ênfase na conversação de tácito para explícito. Para pesquisadores e praticantes da segunda geração, principalmente na Europa central, onde se destacam Probst e seus colaboradores, a função da Gestão do Conhecimento é converter recursos escondidos em recursos públicos, através da extração desse conhecimento na forma codificada. Snowden, em 2000 já alertava que esta abordagem focaliza desnecessariamente no possuidor do conhecimento ao invés do conhecimento em si. Esta visão vem sendo confirmada pelo reconhecimento crescente por praticantes, que há muito conhecimento tácito que não pode, ou não deve, ser explicitado.

Com a chegada do terceiro milênio, uma nova abordagem emergiu, na qual vê-se uma Gestão de um Conhecimento, visto não mais como uma “coisa” que possa ser identificada e catalogada, mas na Gestão de um ambiente propício aos processos do conhecimento. Nas palavras de Snowden, uma Ecologia do Conhecimento. Snowden faz uma interessante analogia da mudança da ênfase "da organização como uma máquina, com o gerente ocupando o papel de engenheiro", para a "organização como uma ecologia complexa, em que o gerente é um jardineiro, capaz de dirigir e influenciar, mas não de controlar inteiramente, a evolução de seu ambiente".

Continua

domingo, 19 de agosto de 2007

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

II Seminário Internacional: Reestruturação e Regulação do Setor de Energia Elétrica e Gás Natural


O Pólo-RJ da SBGC, estará coordenando a sessão sobre :

Gestão do Conhecimento no Setor de Energia,

no dia 13 de setembro de 2007, de 14 às 18 horas.

Objetivo da Sessão : Análise de como os conceitos, métodos e técnicas da Gestão do Conhecimento vêm contribuindo para o Aprendizado Organizacional em segmentos afetados pela regulação e reestruturação do setor de energia.




segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Encontros do Pólo-RJ

Data : 28 de Agosto de 2007
Evento : Encontros do Pólo-RJ
Tema : Balanced Scorecard e a Gestão do Conhecimento
Palestrantes:
  • Prof. Dr. Victor Prochnik - especialista em estratégia e economia industrial e
  • Profª. Drª. Ana Carolina P. D. da Fonseca - especialista em cultura organizacional, controle gerencial e negócios internacionais.
Cidade : Rio de Janeiro
Local : Instituto de Economia da UFRJ
Promoção: Pólo-RJ da SBGC
Investimento: R$ 300,00. Associado SBGC quitado tem 50 % de desconto.
Inscrições : 3873-5249 Linda ou Flora
Mais informações :
  • Objetivo : Apresentar casos práticos e trabalhos acadêmicos sobre a difusão do BSC no Brasil e seu real impacto sobre as pessoas, cultura organizacional e a gestão do conhecimento.
  • Metodologia : Na primeira parte, em aproximadamente 1 hora, serão mostrados os resultados de uma linha de pesquisa e como, nos últimos cinco anos, o BSC foi implantado em várias organizações brasileiras, foram escritos artigos, um livro e defendidas várias dissertações abordando o uso desta ferramenta no Brasil e seu impacto sobre a cultura e as pessoas.Na segunda parte, fundamentalmente participativa, serão esclarecidas dúvidas dos participantes e feitas provocações sobre o tema.
  • Home page : www.ie.ufrj.br/cadeiasprodutivas

domingo, 12 de agosto de 2007

Próximos Eventos do Pólo-RJ da SBGC

Seguem os próximos eventos na área do Pólo-RJ :

Data : 16 de Agosto de 2007
Evento : Palestra de Divulgação do Pólo-RJ
Tema : Desafios da GC nos processos de desenvolvimento de cursos à distância
Palestrante:Fernando Goldman
Cidade : Rio de Janeiro
Local : Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO - 2o andar da Escola de Nutrição - Avenida Pasteur, 296 - Urca
Promoção: Associação Brasileira de Educação a Distância - ABED
Participação: Convidados da ABED

Data : 28 de Agosto de 2007
Evento : Encontros do Pólo-RJ
Tema : Balanced Scorecard
Palestrantes: Prof. Dr. Victor Prochnik - especialista em estratégia e economia industrial. e Profa Dra. Ana Carolina P. D. da Fonseca - especialista em cultura organizacional, controle gerencial e negócios internacionais.
Cidade : Rio de Janeiro
Local : Instituto de Economia da UFRJ
Promoção: Pólo-RJ da SBGC
Investimento: R$ 300,00. Associado SBGC tem 50 % de desconto.
Mais informações : Ver http://www.kmgoldman.blogspot.com/

Data : 13 e 14 de Setembro de 2007
Evento : II Seminário Internacional: Reestruturação e Regulação do Setor de Energia Elétrica e Gás Natural
Tema : Sessão Acadêmica especial no dia 13 das 14 às 18 horas
Objetivo: Análise de como os conceitos, métodos e técnicas da Gestão do Conhecimento vêm contribuindo para o Aprendizado nas Organizações que atuam em segmentos afetados pela regulação e reestruturação do setor de energia.
Tipo : Seminário composto de Painéis e Sessões Acadêmicas
Cidade : Rio de Janeiro
Local : Instituto de Economia da UFRJ
Promoção: GESEL-IE-UFRJ
Apoio : Pólo-RJ
Inscrições : Diretamente com Linda ou Flora no telefone: (21) 38735249 ou pelo e-mail nuca@nuca.ie.ufrj.br
Investimento: A taxa de inscrição no seminário é de R$ 500,00 ( Associado SBGC quitado tem 20% de desconto).

Data : 20 e 21 de Setembro de 2007
Evento : InterLogos RJ 2007
Tema : Gestão do Conhecimento e da Informação
Tipo : Seminário
Cidade : Rio de janeiro
Local : Auditório SENAC Rio (Unidade: Flamengo)
Promoção: Associação dos Arquivistas do ES
Apoio : Pólo-RJ
Investimento: a confirmar.

Forte abraço

Fernando Goldman

sábado, 11 de agosto de 2007

Desafios da Gestão do Conhecimento nos Processos de Desenvolvimento de Cursos a Distância


Rio de Janeiro, 6 de agosto de 2007.

Da: Coordenação da Associação Brasileira de Educação a Distância - ABED /
Pólo Rio.

Assunto: Convite

Tenho a satisfação de convidar os associados e amigos do Pólo ABED-RJ para o próximo encontro do ano em curso a ser realizado no próximo dia 16 de agosto de 2007, às 18:30h, quando o Engº Fernando Goldman (Presidente do Pólo RJ da Associação Brasileira de Gestão do Conhecimento) compartilhará com o grupo o tema Desafios da Gestão do Conhecimento nos processos de desenvolvimento de cursos a distância.

O encontro tem entrada franca e será realizado na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO - 2o andar da Escola de Nutrição - Avenida Pasteur, 296 - Urca.
Aproveito para agradecer à UNIRIO, na pessoa da Profa. Giane Moliari Amaral Serra, a continuidade da acolhida à ABED/Pólo Rio.

Conto com sua presença.

Atenciosamente,

Elomar Cristina Barilli

II Seminário Internacional: Reestruturação e Regulação do Setor de Energia Elétrica e Gás Natural




Prezados

O Pólo-RJ da SBGC estará dando apoio ao Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel), do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IE/UFRJ) na realização, nos dias 13 e 14 de setembro de 2007, do II Seminário Internacional: Reestruturação e Regulação do Setor de Energia Elétrica e Gás Natural.

Na qualidade de presidente do Pólo-RJ da SBGC, estarei coordenando a mesa sobre “Gestão do Conhecimento no Setor de Energia” , no dia 13 à tarde.




Os dados gerais sobre o seminário, inscrições e detalhes sobre envio de artigos estão disponíveis no endereço:

http://www.nuca.ie.ufrj.br/gesel/seminariointernacional2007/

Forte abraço

Fernando Goldman

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Palestra do Pólo-RJ na VDI - Rio de Janeiro


No último dia 02 de agosto, no Clube Germânia, na Gávea, foi apresentada aos empresários do Grupo VDI a palestra de Sensibilização e Motivação "O que é Gestão do Conhecimento ?".
Acima, fotos daquele agradável encontro.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Palestra em FURNAS





O Pólo-RJ da SBGC apoiou a Paletra "O desafio da Gestão do Conhecimento na Transmissão" proferida pelo presidente nacional da SBGC, Prof. Dr. Heitor José Pereira, no Escritório Central de FURNAS, no dia 07/08/2007.A palestra faz parte do Ciclo de Palestras sobre Conhecimento e Inovação tecnológica/2007 da Superintendência de Empreendimentos de Transmissão de FURNAS.






sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Entrevista do Heitor Pereira

Reproduzo abaixo, entrevista do Heitor, Presidente da SBGC Nacional, dada à FNQ em revista de agosto de 2007 :

"Como e por que investir em gestão do conhecimento

O Brasil está no caminho certo. O País é um fenômeno gerencial na gestão do conhecimento. Com esse otimismo, Heitor Pereira coordena as atividades da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento (SGBC) lembrando que estivemos atrasados nessa área até os anos 90, mas, em pouco tempo, conseguimos nos transformar em benchmark para empresas globais.

Para o especialista só o saber não proporciona competitividade. A Gestão do Conhecimento deve fazer parte da estratégia das organizações, principalmente numa economia globalizada, em que tecnologia e informação são valiosos recursos para o sucesso. Gerenciar e disseminar esse conhecimento estão entre os maiores desafios do mundo corporativo. Como enfrentá-lo é o principal tema da conversa entre Pereira e a FNQ em revista. Doutor em Administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o executivo também é professor da FGV Management, diretor da R&H Consultoria Gerencial e ex-professor da PUC do Paraná.

Gestão do Conhecimento é algo tão complicado como parece? O que ela abrange exatamente?

A gestão do conhecimento é recente, surgiu quando as empresas perceberam que a evolução da tecnologia da informação (TI) permitia acumular um volume enorme de informações. A questão então passou a ser transformá-las em conhecimento. O primeiro passo é saber diferenciar o que é informação do que é conhecimento. A informação normalmente está explicitada ou registrada, contém significados, mas não permite decisão por si só. O conhecimento engloba dados e informações, mas é mais abrangente: inclui experiência, intuição, discernimento, valores pessoais e criatividade. Nesse sentido, podemos entender que existem dois tipos de conhecimento: o tácito, que abrange todo o saber que uma pessoa tem a partir de suas experiências e aprendizado ao longo da vida; e o explícito, que é aquele registrado, que se torna informação, portanto disponível para qualquer pessoa que tiver acesso a ela. Assim, se alguém souber fazer uma boa comida, por exemplo, tem conhecimento tácito; mas, se resolver escrever uma receita, esta é a parte explícita. A essência da Gestão do Conhecimento é transformar conhecimento tácito em conhecimento explícito.

Como implantar a GC numa organização? Existe um passo-a-passo? Por onde começar?

Não existe uma receita, mas é importante observar algumas condições: primeiramente, entender que GC é um processo corporativo e, portanto, permeia todos os demais processos da organização; em segundo lugar, é preciso ter quatro pilares de suporte ao processo de GC: estratégia orientada para resultados; liderança dos dirigentes e gerentes que estimulem um ambiente propício à criação e disseminação do conhecimento; cultura estimuladora da inovação; e, por fim, um sistema de informação que inclui as Tecnologias de Informação e Comunicação.

Por onde começar?

Um bom começo seria a sensibilização dos dirigentes (caso não sejam eles os estimuladores do processo), seguida da capacitação básica dos gerentes e do pessoal técnico e administrativo envolvido nas questões de conhecimento. É importante entender que o processo é interdisciplinar e tem de envolver pessoas de diversas áreas. Pode-se propor um Comitê de Gestão do Conhecimento ou algo parecido. A primeira atividade deve ser o mapeamento das práticas de GC já existentes, mesmo que ainda não estruturadas e sistematizadas. Tais práticas serão o inicio da implementação formal do processo e servirão de referência para outras áreas que ainda não têm práticas de GC.

Qual é o papel do RH no processo?

O departamento de Recursos Humanos, que nesse processo é chamado de área de Gestão Estratégia de Pessoas, teoricamente será responsável pela administração do recurso mais importante da empresa, pois são as pessoas que detêm o saber (tácito). A organização pode ter as informações, mas estas, sem as pessoas, não se transformam em conhecimento.

Por que muitas empresas ainda não incorporaram ou não entendem a importância da GC?

Há uma crença, que felizmente já está sendo superada, de que GC é um modismo. Ela é uma evolução gerencial. As resistências são naturais como em qualquer outra mudança organizacional. Quando se entende GC pelo aspecto da disseminação do conhecimento, geralmente, os entraves maiores estão nas áreas técnicas das empresas. Mas a percepção de que conhecimento não disseminado não tem valor ou não traz resultado tem ajudado a quebrar parte dessa resistência. A empresa tem de fazer sua parte, criando mecanismos de apoio, reconhecimento e recompensa à criação e disseminação de conhecimento.

Empresas de pequeno porte também podem trabalhar a GC?

Sim. Nas pequenas empresas, pela natureza informal de seus processos, torna-se até mais fácil implantar algumas práticas de GC. A questão é como pensa o empreendedor. Se este estimular o debate e a proposição de novas idéias e recompensar a equipe pelos resultados, está instituindo um clima de colaboração e de criação de conhecimento. Não é preciso usar soluções complexas, como ocorre nas organizações de grande porte. Conheço pequenas empresas nas quais os empreendedores criam fóruns periódicos de discussão e troca de informações entre as equipes.

É possível indicar ferramentas de uso comum na GC ou cada empresa desenvolve a sua?

Existem metodologias e ferramentas genéricas, mas é evidente que as necessidades da empresa que vão determinar quais ferramentas serão aplicadas e como serão customizadas. Não existe "remédio genérico" em GC.

Como é possível medir se uma organização tem uma gestão eficiente do conhecimento e no que isso a deixa em vantagem sobre os concorrentes?

Aí entra a questão da inovação. Quanto mais uma empresa valoriza conhecimento, mais seus resultados aparecerão sob forma de produtos ou processos internos inovadores, focados sempre no cliente. Vejam o exemplo da 3M, empresa que tem a inovação na sua logomarca. Portanto, no DNA cultural da companhia está a proposta de gerar conhecimento, que propicia inovação.

Diante do cenário internacional, é possível dizer que o meio empresarial brasileiro está em um estágio avançado em GC?

No Brasil, GC é um fenômeno gerencial que reflete a própria Sociedade do Conhecimento, uma prática que está se disseminando muito rápido. Apesar da enorme defasagem até os anos 90, o País conseguiu se recuperar em termos gerais. Atualmente, podemos afirmar que já alcançamos um estágio tão avançado que somos referência, benchmark para grandes empresas multinacionais.

O que se pode dizer do setor público?

Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) publicado em 2005 mostra que várias instituições já possuem práticas do processo de GC, embora a maioria das iniciativas seja isolada e de caráter individual (gerentes e equipes), e não institucionalizada. Mas já temos proposta de um programa de Gestão do Conhecimento para a Administração Pública Federal e a própria SBGC realiza anualmente o Congresso Nacional de Gestão do Conhecimento na Esfera Pública (Congep) para debater experiências e práticas no setor. "