quarta-feira, 29 de julho de 2009
A relação entre GC e TI
Muito interessantes suas observações e as da Roberta Salgado também.
Talvez valha a pena a gente aproveitar este gancho para conceituar melhor a relação entre GC e TI. Diversos autores trabalham com uma cronologia que considera uma primeira geração de GC indo até 1995, ano do lançamento do livro de Nonaka e Takeuchi sobre a criação do Conhecimento Organizacional.
Essa primeira geração de GC ainda hoje abrange a maioria dos trabalhos ditos de GC e são, na verdade, Gestão de Informações, baseados em TI. O foco destes primeiros trabalhos é nos 3C´s: Captar, Codificar e Compartilhar. A ideia é obter as informações corretas para as pessoas certas no momento certo.
Há aqui alguma coisa de economia neoclássica, pois se supõe que os conhecimentos valiosos já existem na empresa ou estão disponíveis na sociedade e o papel da GC é encontrá-los, codificá-los e torná-los disponíveis ao compartilhamento.
Repare que nessa fase não havia a preocupação de diferenciar informação de conhecimento. É sintomático que muitos textos de economia ainda hoje falem em assimetria de informações como elemento construtor de vantagens competitivas.
Por outro lado, as empresas de TI representam para a sociedade atual o que as engenharias tradicionais representaram para a Revolução Industrial e , por incrível que pareça, as empresas de engenharia foram sempre muito admiradas pela sua capacitação para lidar com o conhecimento. Com o rápido avanço das TIC e a aceleração das mudanças e a disponibilidade de informações que elas provocaram, passou a ser necessário lidar com o conhecimento de uma forma mais eficaz, que talvez nem as próprias empresas de TI venham tendo sucesso.
Isto demonstra que a simples disponibilidade de ferramentas de TI, não é suficiente para lidar com o conhecimento de forma eficaz. Se assim fosse, todas as empresas de TI seriam super eficientes em lidar com seus próprios processos de conhecimento, ou seja, seriam casos de sucesso em GC.
Forte abraço
Fernando Goldman
Mensagem originalmente postada no Fórum da SBGC, em 27.07.2009, respondendo mensagem anterior de LUCIO A M C.Ver: http://www.portalsbgc.org.br/sbgc/foruns/fb.asp?m=6060
terça-feira, 28 de julho de 2009
Business Cases Are a Waste of Time (But Do Them Anyway)
Está circulando na Internet, há algum tempo, uma postagem no site de TI da Susan Cramm, que eu não sei se você já teve a oportunidade de ver: Business Cases Are a Waste of Time (But Do Them Anyway).
Você pode concordar com ela, total ou parcialmente, ou não, mas vale a pena refletir se, como David Gurteen disse em uma de suas cartas mensais, alguma coisa do que ela diz também não se aplica a projetos de KM.
Analisar casos de sucesso em KM não deve ser abandonado, o perigo é tentar aproveitá-los como modelos. É preciso entender que nem tudo que parece sucesso, realmente o é. Pior é que aquilo que parece sucesso hoje, amanhã poderá não mais parecer. É preciso também ter a possibilidade de analisar a correlação entre objetivos estratégicos, as culturas organizacionais com algum grau de similaridade, alguma semelhança de trajetórias e assim por diante em um conjunto tão grande de variáveis que somente a mesma empresa, no mesmo momento histórico, conseguiria talvez usar aquele caso de KM como modelo.
Eu acho que conhecer casos de sucesso é importante. Mais importante ainda é conhecer casos de insucesso e entendê-los bem. Mas de tudo isso, eu ainda fico Kurt Lewin que disse que "não há nada mais prático do que uma boa teoria".
Conforme evoluímos no estudo da "teoria da firma" baseada em conhecimento vamos entendendo que não há um único modelo capaz de servir a todas as situações e todos os fenômenos. Precisamos de múltiplos modelos para estudar uma realidade tão diversificada. Por isso ao longo do tempo, tantas teorias tem surgido sem que uma substitua a outra, mas elas vão se complementando.
Alguém disse isso, mas não estou certo de quem foi.
Continuo te devendo uma cerveja. Quem sabe em Salvador?
Forte abraço
Fernando Goldman
Mensagem originalmente postada no Fórum da SBGC, em 27.07.2009, respondendo mensagem anterior de LUCIO A M C.Ver: http://www.portalsbgc.org.br/sbgc/foruns/fb.asp?m=6050
sábado, 25 de julho de 2009
Casos de Sucesso ? E os casos de fracasso?
De certa forma, lamento que o Sérgio tenha citado meu Blog em sua penúltima mensagem. Explico: Se ele não tivesse me citado, eu faria cópia de sua mensagem e enviaria para toda minha rede de pessoas interessadas em uma “visão organizacional baseada em conhecimento” (knowledge-based view of firm).
Por ter sido citado, poderia parecer autopromoção e por isso não posso reenviar uma das melhores mensagens que eu já vi nesse fórum. Nem vou tecer comentários à qualidade das mensagens por ele enviadas, para não estourar os 2000 caracteres/mensagem que eu tenho me imposto neste fórum e não parecer que estamos rasgando seda um para o outro, pois ambos sabemos que aprendemos muito mais discordando e discutindo.
Mas aqui não há como deixar de concordar com ele, em ambas as mensagens. Assim, ao invés de apenas concordar, vou tentar agregar alguma coisa. Primeiro, quero dizer ao Lucio (aproveito para perguntar: você é aquele cara que me pagou uma cerveja na rodoviária de Bauru no último SIMPEP?) que na maior parte das vezes a gente aprende mais com o insucesso do que com o sucesso. Por isso, deveríamos abrir esta linha de discussão também para os casos de insucesso em KM.
Depois dizer a Roberta que eu também estava me coçando para fazer algum comentário sobre esta idéia de que “GC vem da TI”. No fundo, imagino eu, você deve ter tentado dizer que: toda a preocupação atual em melhor entender o que podem ser ações e práticas de apoio úteis a melhor lidar com o conhecimento organizacional deriva, entre outros motivos, da aceleração das mudanças nos ambientes de negócios provocada pelos avanços nas Tecnologias da Informação e Comunicações.
Bem, imaginando que é isso, estou preparando uma próxima mensagem em que vou contar um caso de fracasso, não de sucesso, em uma grande empresa brasileira, ao tentar implantar iniciativas de GC, porém tendo perdido o passo por ter focado no sucesso rápido e em ferramentas bem visíveis de TI. Difícil acreditar que ainda acontece, mas...
Forte abraço
Fernando Goldman
(1995 caracteres com espaços)
Mensagem originalmente postada no Fórum da SBGC, em 25.07.2009, respondendo mensagens anteriores de Sergio Storch.
Ver: http://www.portalsbgc.org.br/sbgc/foruns/fb.asp?m=6041
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Minha definição de Gestão do Conhecimento Organizacional
Como disse em minha postagem de 26.02.2009, diferentemente de algumas pessoas que conheço, que pregam a melhoria contínua, mas não gostam de revisar suas idéias eu, de tempos em tempos, procuro aperfeiçoar minha definição de Gestão do Conhecimento Organizacional. Minha última versão é a seguinte:
"A Gestão do Conhecimento Organizacional é um metaprocesso definidor de ações, práticas de apoio e orientações às políticas e processos de conhecimento da empresa, sejam eles estratégicos ou operacionais, de modo a permitir à empresa obter vantagens competitivas sustentáveis a partir da exploração de seu conhecimento organizacional, transformando-o em um recurso valioso, raro e custoso de imitar."
Embora bem mais enxuta que a anterior,
" Gestão do Conhecimento Organizacional é um metaprocesso para lidar com o ativo intangível Conhecimento Organizacional, sendo composta de um conjunto de ações e práticas de apoio através das quais a organização, de forma explícita e sistemática, gerencia as circunstâncias adequadas para que prosperem e se aperfeiçoem seus Processos de Conhecimento, identificando os conhecimentos críticos para sua sustentabilidade, buscando as capacitações dinâmicas necessárias às adaptações (o Aprendizado), visando sua longevidade."
ela não reflete uma mudança de conceito, sendo apenas uma forma mais elegante de descrever a mesma ideia e merece análise uma mais aprofundada.
Eu ficaria muito contente de receber críticas e sugestões.
Forte abraço
Fernando Goldman
domingo, 5 de julho de 2009
Convite para ministrar palestra na Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento - SBGC-RJ
O Pólo RJ da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento - SBGC-RJ tem buscado proporcionar a seus associados meios para a formação de recursos humanos dentro de uma visão de educação permanente e valorização do capital humano, através da realização de palestras, conferências, seminários, apresentação de teses e artigos científicos em que são discutidos conceitos, métodos e ferramentas da Gestão do Conhecimento Organizacional.
Conhecedores de vasta experiência e conhecimento têm ministrado palestras com temas relacionados à "Gestão do Conhecimento Organizacional".
Solicitamos aos interessados encaminhar proposta de de apresentação, indicando ainda os recursos a serem utilizados e a síntese do currículo.
Forte abraço,
Fernando Goldman
Presidente da SBGC-RJ