Mensagem postada no fórum do pólo-RJ da SBGC em 11.06.2008, após reunião do pólo,com o debate O papel dos contadores de história na sociedade e sua correspondência com o ambiente organizacional tendo como moderador /motivador o contador de histórias Francisco Gregório Filho:
Prezados
Estou chegando da reunião mensal do Pólo-RJ da SBGC. Chego com uma sensação muito boa, de dever cumprido. Por um lado foi fácil perceber a dificuldade de alguns, em especial, dos mais ligados em Tecnologia da Informação (TI), de aceitar a importância das Narrativas e do Sense-Making para a Gestão do Conhecimento Organizacional(GC).
Hoje, quando o foco da GC é melhor distribuído entre tecnologia e pessoas, parece que há mesmo muita gente ainda presa às abordagens da segunda geração da GC. Aqueles que descobriram, em 1995, através de Nonaka e Takeuchi a existência do que Polanyi, em 1958, chamara de conhecimento tácito e explícito, e queriam porque queriam explicitar todo o conhecimento. Aquilo era, e ainda é, para todas as intenções e propósitos, Gestão de Conteúdo.
Havia um foco exagerado em arquivos, em geral documentos, desconectados daquele que realmente possui o conhecimento, o conhecedor. Esse conhecimento explicitado transformava-se assim em informação disponível, facilmente estruturada, digitalizada e difundida.
Em outras palavras, eram tangíveis e por mais que muitos batam no peito e digam que GC envolve coisas intangíveis, é muito mais fácil explicar para a diretoria coisas tangíveis.
Já a Gestão do Contexto, também bem aceita pela turma de TI, foca em conectar e em ligar pessoas, por exemplo: localização de especialistas, redes sociais, etc. A Gestão do Contexto envolve reconhecer o conhecimento que não pode ser separado das pessoas, tampouco dado ou recebido. Conteúdo é exatamente o oposto. Segundo Snowden na palestra de abertura do KM Brasil do ano passado (2007), “contexto é a palavra mais importante na Gestão e a mais negligenciada”.
Enquanto a Gestão do Contexto controla o que se sabe, mas não se pode externalizar, a Gestão de Conteúdo organiza aquilo que pode ser escrito, falado ou representado.
Já as Narrativas encontram-se em algum lugar entre os dois. Elas gerenciam o que se pode externalizar na conversação com o conhecedor, no compartilhar espaço com ele, em observá-lo e por aí vai. As Narrativas possibilitam ainda uma forma mais fácil e menos onerosa, de fluxo de conhecimento do que por escrito e o seu uso é mais próximo dos modelos naturais de construção de estruturas individuais de conhecimento nas sociedades humanas.
E é aí que ficou fácil perceber a nossa felicidade de termos tido a oportunidade da presença do Francisco Gregório Fº em nosso primeiro encontro sobre o tema, pois se tinha uma coisa que nós precisávamos era alguém que entendesse de gente, para nos alavancar nessa difícil empreitada do uso das narrativas em GC.
Forte abraço
Fernando Goldman
Capes, CNPq e as jabuticabas
Há 9 anos
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