Prezados
Às vezes a gente atira no que
vê e acerta no que não vê. Em uma recente postagem do Marcos Cavalcanti, disponível
em https://www.facebook.com/marcos.cavalcanti/posts/10153420125812149?comment_id=10153420278542149¬if_t=like
, tomei contato com um artigo de Javier Martínez Aldanondo, que se identifica como
Gerente de Gestión del Conocimiento de Catenária. Tenho a impressão de que Catenária
é ou era a empresa em que ele trabalha. O artigo é intitulado “Menos MBA y más
creatividad”, disponível em http://www.catenaria.cl/km/newsletter/newsletter_117.htm
. Embora não concordando muito com algumas colocações do tal Sr. Javier, segui um
link até um outro artigo dele, de 2011, intitulado “Vivimos en un mundo
dirigido por ingenieros”, disponível em http://www.catenaria.cl/km/newsletter/newsletter_64.htm
, com o qual tive mais divergências ainda.
Pois foi neste segundo artigo
que encontrei o seguinte parágrafo, que despertou minha atenção:
Recientemente, el reputado
economista Michael Porter visitó Chile y realizó una crítica explícita al país
por no haber sido capaz de definir las ventajas competitivas sobre las que
construir su desarrollo futuro, o lo que es lo mismo, por no identificar su
conocimiento crítico. El mensaje de Porter fue diáfano: Chile corre un
serio peligro si continúa dependiendo de
los recursos naturales sin añadir valor a su oferta incorporando conocimiento.
Pois para quem se pergunta
o que tem a Gestão do Conhecimento Organizacional, ou sua falta, a ver com a atual
crise brasileira aí está uma das muitas respostas parciais.
Uma crítica, digamos também
explícita, que se pode fazer ao Brasil, em especial aos governos PTistas, é por
não terem sido capazes de aproveitar o boom das commodities e definir as possíveis
vantagens competitivas sobre as quais deveríamos ter pesquisado e construído tecnologias capazes
de alavancar nosso desenvolvimento, substituindo bens que não sofrem processos
de alteração ou que são pouco diferenciados por produtos naturais, sim, mas que
agreguem conhecimento.
Naturalmente, muitos dirão
que não se trata de tarefa fácil e que o Brasil tem tentado investir em inovação,
mas a mensagem de Porter, que era para o Chile, certamente se aplicou ao Brasil,
que continuou preguiçosamente a depender dos seus recursos naturais, amargando hoje
a baixa do valor desses produtos no mercado internacional e a consequente diminuição
de impostos apurados.
É claro que vários outros fatores
têm sido analisados por especialistas e se somam para explicar a atual situação
econômica do Brasil, mas as análises acabam esbarrando na idéia de que não fizemos
o dever de casa e não conseguimos modificar nossas estruturas de conhecimento (principal
papel da Gestão do Conhecimento Organizacional) e diminuir a importância das commodities
em nossa pauta de exportações.
Forte abraço
Fernando Goldman