quinta-feira, 29 de março de 2012

Quanto conhecimento tem uma espada?*

Prezado Sebastião
Vou tentar responder suas perguntas de forma um tanto ordenada.
Primeiro de tudo, é preciso contextualizar nossas discussões.

Eu lido com o conhecimento em arranjos organizacionais. Empresas, por exemplo.
O motivo de eu ter uma preocupação exagerada em adotar uma epistemologia simples - que aceite a subjetividade dos seres humanos, que considere o conhecimento como um processo humano dinâmico e adaptativo, fruto do raciocínio de seres humanos e que dê enorme importância a diferenciar informação e conhecimento - reside no fato de eu vir observando que muitos dos que agem diferentemente acabam acreditando ter a capacidade, um tanto ingênua, de capturar, codificar e compartilhar conhecimento, quando na verdade fazem estas três acões com informações.

O resultado deste tipo de equívoco para os que assim pensam quase sempre é a frustração de perceber que as ações empreendidas e os maravilhosos sistemas adquiridos não produziram os resultados esperados, ou seja, não produziram conhecimento automaticamente.

Como, em geral, ingênuos deste tipo não dão o braço a torcer, acabam tentando justificar o fracasso de suas ações, do que eles chamam de “Gestão do Conhecimento”, pela falta de interesse dos conhecedores em compartilhar seu conhecimento.

Assim, por mais chato que eu possa parecer, mantenho uma coerência de que artefactos, tais como Antikythera, estão repletos de informações produzidas por seres humanos e que podem ser devidamente utilizadas por outros seres humanos para produzirem conhecimentos diversos.

Mas atribuir a um artefacto a propriedade de ter conhecimento é o mesmo que acreditar que uma espada pode vencer uma batalha sem estar sendo manuseada por um grande guerreiro.

Forte abraço

Fernando Goldman

*Publicada originalmente no Grupo de Discussão KM4Dev Brazil, em 29.03.2012.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Gestão Estratégica do Conhecimento para a Inovação e Agilidade Organizacional

Prezados

Repasso a vocês a chamada que recebi, convidando para submissão ao minitrack "Gestão Estratégica do Conhecimento para a Inovação e Agilidade Organizacional" do HICSS, em 2013.O termo “Organizational Agility”, embora recente, pode ser útil para ajudar a explicar o que devemos entender por inovação no âmbito organizacional e o evento deverá ser um importante passo para caracterizar a Gestão do Conhecimento Organizacional como uma ferramenta estratégica para apoiar a inovação nos arranjos organizacionais.
Forte abraço
Fernando Goldman







Message

1.

1. CfP Strategic Knowledge Management for Innovation and for Organizati

Posted by: "Suzanne Zyngier" s.zyngier@latrobe.edu.au zyngier1

Sun Mar 25, 2012 7:20 pm (PDT)





We invite your submission to the " Strategic Knowledge Management for Innovation and for Organizational Agility” minitrack in the Knowledge Systems Track at 2013 Hawaii International Conference on System Sciences (HICSS). This minitrack is a significant step forward in locating Knowledge Management as a strategic tool to support organizational innovation, or innovation in organizations.

The success of the minitrack will depend on the participation of experts like you. Please accept our personal invitation to submit a paper to the minitrack. Also, you may feel free to forward this invitation to your colleagues.

Papers may be theoretical, conceptual, tutorial, or descriptive in nature with original content and not previously published or under submission elsewhere. All submissions undergo a double-blind peer referee process. Those selected will be included in the Conference Proceedings published by the IEEE Computer Society and carried by Xplore, the IEEE Digital Library (http://computer. org/press).

PAPER SUBMISSION - IMPORTANT DEADLINES - June 15, 2012: Submission deadline; August 15, 2012: Acceptance notices ; September 15, 2012: Final papers due October 1, 2012; Early registration fee deadline; October 15, 2012: Author registration deadline; January 7-10, 2013: HICSS-46, Grand Wailea, Maui Hawaii

minitrack: Strategic Knowledge Management for Innovation and for Organizational Agility

After two decades of Knowledge Management (KM) research, organizations continue to question the theory KM translates into practice through creating, sharing and transforming knowledge into business value. In particular, we focus here on the contribution that KM makes to innovation and organizational agility.

More recently, the focus of KM has also moved to include knowledge-based practices and how these can be applied in the new global paradigm, and also in the face of challenging financial times.

A fundamental transformation has been taking place in two directions: (1) exploring how the inflows and outflows of knowledge have expanded to accelerate internal innovation and expand the markets for external use of innovation, and (2) how KM is used to support organizational agility and sustain business agility. Both these themes support alternative approach to organizing for innovation and organizational agility in an open environment with multiple participants and stakeholders.

Both strategic themes explore the effectiveness of new methods and organizational structures for improving innovation and organizational agility by engaging a broader base of outside knowledge holders and raise important new issues about how knowledge is created and applied to derive business value, generate new ideas, and develop new products and solutions. A strategic approach to these issues is an emerging research focus, and is one that is commanding attention among both theoreticians and practitioners alike. In line with this challenging research issue, the objective of this mini track is to draw appropriate papers on the broadest range of research methodologies including case studies, action research, experimentation, survey, and simulation.

SUBMIT INQUIRIES TO:

Suzanne Zyngier (Primary Contact), La Trobe University, Email: s.zyngier@latrobe. edu.au

Jill Owen, University of New South Wales, email: J.Owen@adfa. edu.au



Regards,

Suzanne

sexta-feira, 23 de março de 2012

Não se deve cofundir o ato de conhecer com seus resultados*

Prezado Sebastião

Diferentes autores vêm chamando atenção para o fato de que o uso, em diferentes línguas, da palavra “conhecimento”, por ser um substantivo, nos induz a pensar nele como uma coisa, que pode ser capturada, armazenada e distribuida. Ideal talvez fosse falarmos em “atos de conhecer”.

Muitos reconhecem que sendo o conhecimento um processo dinâmico e adaptativo, as coisas usualmente listadas como sendo os “conhecimentos” e até mesmo os “conhecimentos críticos”, não são nada mais, nada menos, do que os resíduos de diferentes processos de conhecimento.
Resíduos passíveis de serem reaproveitados em outros processos de conhecimento, mas que nunca devem ser confundidos com o ato de conhecer, em si, em constante construção.

Não podemos acreditar que o artefato, que é um resíduo do processo de conhecer, seja o próprio processo.

Imaginemos, por exemplo, que um sujeito A de tempos em tempos quebra a cabeça para resolver um determinado tipo de problema, que chamaremos de problema P, com as variáveis mudando em cada ocasião, mas a forma do problema P se mantendo.

Imagine que o tal sujeito A desenvolve o conhecimento para resolver o problema P em suas diferentes variantes e consegue explicitar este conhecimento a um ponto tal, que monta uma memória de cálculo, na qual basta se entrar com um conjunto de variáveis do problema P e obter sua resposta para cada determinada ocasião.

Esta memória de cálculo é o resíduo do raciocínio do Sujeito A para resolver o problema P várias vezes.

Se este sujeito A trabalha em uma empresa, ele pode deixar a memória de cálculo disponível a seus colegas de trabalho, para que aprendam a resolver aquele determinado problema, quando ele surgir novamente. A memória de cálculo se torna assim um artefato epistemológico daquela empresa.
Um dia o sujeito A sai da empresa. Um sujeito B é nomeado para resolver o problema P quando ele surgir.

Se o sujeito B se limitar a usar a memória de cálculo do sujeito A ( um artefacto) de forma mecânica, se limitando a dar entrada nas variáveis e obtendo a resposta, ele não terá o conhecimento para resolver o Problema P, mas sim o conhecimento para aplicar a memória de cálculo. A percepção desta diferença é muito importante.

Se no futuro as características do problema P se alterarem um pouco e o problema passar a ser P` – como mais cedo ou mais tarde acaba acontecendo – e o sujeito B tiver se limitado desenvolver apenas o conhecimento necessário a usar a memória de cálculo, este conhecimento não será suficiente para resolver o problema P`. Ele precisará raciocinar e desenvolver uma solução para o problema P`.

Em suma, a memória de cálculo (artefato) resolve o problema, mas não é o conhecimento. Acho que estas ideias estão plenamente alinhadas com as do Hutchins.

Forte abraço

Fernando Goldman
*Publicada originalmente no Grupo de Discussão KM4Dev Brazil, em 10.02.2012.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Implantando Gestão do Conhecimento Organizacional

Prezados

Segue apresentação que preparei ano passado e que pode ser útil àqueles que estão envolvidos com a implantação de KM em suas empresas.

Forte abraço

Fernando Goldman